21.

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"All I wanna do is lose control!"


Fabrízio e Raquel



Raquel se despediu das amigas e entrou na sala 23; ao entrar nela, passou lentamente no corredor entre as carteiras a procura do seu nome na etiqueta. Finalmente ela o encontrou: segunda carteira da segunda fileira.

A ruiva se sentou, tirou uma barra de cereal de dentro da bolsa e a colocou no chão. Abriu a embalagem com delicadeza e mordeu a pontinha, sentindo o gosto do chocolate. Feliz por estar quentinha na sala de aula, ela tirou o iPod do bolso da calça e colocou no aleatório. Cantarolava baixinho Monster do Paramore quando Fabrízio entrou na sala.

Ah... merda..., foi tudo o que ela pensou.


XXX


Fabrízio deu de cara com Raquel na segunda fileira e sorriu amarelo.

Ah... merda..., ele pensou, abaixando os olhos para as carteiras. E, como se Deus já não estivesse cansado de brincar com ele, o seu lugar era ao lado dela.

O baixista sentou-se e pegou o iPod do bolso do blusão. Colocou os fones de ouvido mas não escolheu nenhuma música. Ao invés disso, virou-se de lado e segurou o braço de Raquel, que pareceu congelar.

- Oi...? - ela retirou um dos fones, fixando seus olhos verde esmeralda nele.

- Será que nós podemos conversar? - ele quis saber, e Raquel suspirou.

- Fabrízio, eu...

- Não, é sério, eu só quero entender. Eu sei que não é legal ficar pressionando os outros, mas se você disser que não quer nada comigo eu te deixo em paz. Juro que deixo! - Fabrízio sorria com doçura, e Raquel quis morrer.

A ruiva não queria conversar, pois sabia que se conversasse, voltaria atrás na sua decisão. Ela não queria voltar com ele enquanto não tomasse coragem e contasse o que estava escondendo.

Conversando com a mãe no dia anterior, ela conseguiu juntar metade dessa coragem - a outra metade só viria com o tempo.

- O que me diz? - ele insistiu.

- Fabrízio, eu não... eu só... - Raquel retirou o outro fone do ouvido. - Eu não quero conversar sobre isso.

- Por que não? - agora Fabrízio havia perdido o sorriso doce e começava a ficar impaciente.

- Porque não! - Raquel sussurrou, não querendo que os outros ouvissem aquela conversa e fossem contar para Luíza que os dois estavam de tititi.

Não quando a morena estava sendo tão simpática com ela.

- Qual é, Raquel, eu não mereço pelo menos uma explicação? - Fabrízio agora estava irritado.

- Por que? Não fui eu que te liguei ontem e muito menos fui eu que pediu um beijo! - Raquel tinha que ser dura, ou talvez amolecesse com aqueles olhos que na luz do sol estavam azuis.

- Ah, Raquel, vai pra puta que pariu! - Fabrízio revirou os olhos. - Se você não quer nada comigo fale de uma vez, não fique fazendo joguinhos. Nós não estamos mais no quinto ano!

- Eu não estou fazendo joguinho nenhum, eu só não quero conversar sobre isso antes da prova mais importante da minha vida. É o meu futuro que está em jogo aqui! É difícil de entender? Quer que eu desenhe? - Raquel ironizou, e Fabrízio fingiu rir, sarcástico. - E não use palavrões comigo, você sabe que eu não gosto.

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