5 - Uma Ideia

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Meu despertador berrou às cinco e meia da manhã de uma segunda-feira

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Meu despertador berrou às cinco e meia da manhã de uma segunda-feira. Grunhi um xingamento a mim mesma por ter dormido sem querer, quando na verdade eu deveria esperava meu pai ir se deitar para então eu entrar no porão novamente, sem que ele visse. Grunhi outro xingamento por lembrar que aquela segunda-feira era início das aulas.

Eu odeio a escola. Odeio a hipocrisia dos adolescentes, aquela perfeita imperfeição, os pequenos problemas de fácil solução, as fofocas, os populares... Odiava aquele cheiro de suor, leite e goma de mascar que o prédio da minha escola tinha na hora do intervalo das turmas mais novas.

O que não me deixava ficar completamente louca no colégio era presença de Gabriel que estudava no mesmo ano que eu, e o fato de eu saber que minha mãe estudou e se formou naquele mesmo colégio junto com o meu pai. Pedro também estudava no FHS (estava no último ano do ensino médio), mas ele era simpático com todo mundo, então acabava não partilhando da bolha de exclusão social onde Gabriel e eu estávamos enfiados.

Conforme fui despertando, percebi que ainda tinha chances de pegar a VHS naquele dia, afinal meu pai sempre acorda depois de mim para ir ao trabalho.

Rapidamente desci as escadas, antes mesmo de pensar em ir ao banheiro.

– Bom dia.

Quase tropecei nas minhas próprias pernas com o susto.

– Por que acordou cedo? – perguntei num gemido desgostoso ao vê-lo acordado.

– Estou atrasado com um trabalho da revista.

Suspirei. Agora eu teria de esperar até voltar do colégio para tentar conseguir alguma coisa.

– Certo... – disse mal humorada. – Vou... terminar de me arrumar.

– Não vai comer primeiro?

Dei meia volta até a cozinha, peguei um iogurte na geladeira e subi para o meu quarto sem dizer nada e pisando firme, deixando claro que eu já estava começando a ficar irritada com a impertinência dele.

Dei meia volta até a cozinha, peguei um iogurte na geladeira e subi para o meu quarto sem dizer nada e pisando firme, deixando claro que eu já estava começando a ficar irritada com a impertinência dele

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Meu colégio ficava no centro da cidade de São Paulo, então eu ia de trem e metrô até lá. Pedro, Gabriel e eu nos encontrávamos todos os dias na estação de trem da nossa cidade para irmos juntos na jornada "metrô lotado". Me sentia menos solitária e sonolenta durante a viagem de uma hora que tínhamos de fazer.

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