29 - Mais segredos

6.9K 1K 63
                                    

Acho que o que me fez parar de me preocupar por um segundo foi lembrar que Fernanda estaria de volta no dia seguinte

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Acho que o que me fez parar de me preocupar por um segundo foi lembrar que Fernanda estaria de volta no dia seguinte.

Os Fernandes e meu pai iriam buscá-la de manhã no aeroporto. Estava combinado de eu ir também, mas quando eu acordei estava tão frio que, mesmo ainda meio inconsciente por conta do sono, me recusei a sair da cama àquela hora do dia. Me deixaram em casa, me dando mais ou menos uma hora a mais de sono antes de eles voltarem e a festa de boas-vindas acontecer.

Depois de aproveitar cada segundo dos meus sessenta minutos a mais para dormir, acordei. Peguei meu celular para ver se havia alguma mensagem ou ligação de Fernando me contando algo sobre depois da peneira, mas não encontrei nada. Estava curiosa para saber se Jonathan havia falado mais alguma coisa para ele depois de ontem, mas essa curiosidade não bloqueava meu medo de ligar para Fernando e receber péssimas notícias. Larguei meu celular de volta na escrivaninha, me enrolei em meu cobertor e fui ao banheiro para tomar um banho.

Depois do banho, me enrolei novamente em meu cobertor e fui procurar uma roupa para vestir. Peguei uma calça jeans qualquer, e fiquei vasculhando naquele amontoado de roupa, uma blusa ou uma jaqueta que me protegesse do frio até chegar à casa dos Fernandes, que era quentinha e acolhedora – ao contrário da minha. Não encontrei nada, até porque eu tinha outro amontoado de roupas esperando para ser lavado. Só me restava pegar uma das camisas de meu pai, e vestir um monte de blusa fina e velha por baixo.

Eu gostava de usar as camisas xadrezes do meu pai. Ele era bem magro então elas serviam em mim com perfeição além de me deixar com um visual grunge. O problema era que meu pai não gostava que eu usasse suas camisas, dizendo que eu iria estragá-las e blábláblá.

Ignorei todas as regras do meu progenitor – afinal ele nem estava em casa para me impedir de fazer alguma coisa – e fui até o quarto do meu pai (sim, ainda com o cobertor em volta de mim), abri seu guarda-roupa e procurei nos cabides alguma camisa xadrez legal.

É, legal, porque no meio havia umas que eram tão feias que dava até pena de olhar. Eram fora de época, até mesmo para mim que não entendia de moda.

Finalmente encontrei uma do meu agrado, uma azul. Tentei tirá-la do guarda-roupa, mas parecia que ela estava presa em algo.

– Ah, qual é? Sai logo daí.

Será que meu pai colocou alguma trava de segurança na camisa para protegê-la de mim ou algo assim também?

Continuei a puxar a camisa, mas ela continuou a não querer a sair, então eu praticamente entrei no guarda-roupa para ver o que a impedia de sair. Descobri que uma parte da camisa estava presa em uma espécie de portinha ali dentro. Eu nunca havia visto aquilo antes – talvez porque antes eu não tentara praticamente entrar no guarda-roupa do meu pai.

Abri a portinha e coloquei minha mão dentro do mini-cofre, até tocar em algo meio peludo, meio de camurça... Estava escuro ali dentro então eu não consegui distinguir o que era. Por um momento eu cheguei a pensar que fosse um bicho, uma aranha, mas quando puxei a "coisa" para fora do guarda-roupa vi que se tratava de um caderno pequeno com capa de camurça azul marinho. Senti alívio, mas depois fiquei surpresa, pois nunca havia visto aquilo antes.

Ao contrário do "cofre" de dentro do guarda-roupa, o caderno estava trancado com um cadeado.

Será que era um dos diários do meu pai? Ele tinha o costume de escrever diários desde criança, mas todos eles, desde o primeiro até o último, não estavam trancados ou escondidos em lugar algum, muito pelo contrário. Estavam juntos com uma pilha enorme de livros que ele tinha.

Mas e se aquele caderno fosse igual a VHS? Meu pai dizia que não tinha outras coisas da minha mãe, mas de repente eu encontro um vídeo dela no nosso porão, então por que eu também não desconfiaria daquele caderno? E se fosse realmente um diário? E se realmente meu pai estivesse tentando manter seu conteúdo em segredo? Os textos ali poderiam ser do ano em que eu nasci, ou seja, do ano em que minha mãe morreu...

Ou melhor, poderia ser algo que minha própria mãe escreveu!

Peguei meu celular que já estava no bolso da minha calça jeans, e disquei o número do Gabriel Gostosão.

– Alô?

Ouvi uma conversa animada de fundo, e imaginei que Gabriel já estivesse com Fernanda e os outros dentro do carro.

– Finge que sou outra pessoa.

– Oi, Jéssica!

– Por que "Jéssica"?! – perguntei ofendida lembrando da garota que me ofertou.

– Fala rápido, estou ocupado.

Respirei fundo.

– Hoje à noite eu tenho uma missão para você durante a festa de boas-vindas. Preciso que você abra um cadeado, então já vai pensando em uma boa desculpa para a gente desaparecer da festa.

– Amm... E pra quê isso?

– Parece que meu pai está me escondendo outras coisas de mim além daquela VHS preta.

– Parece que meu pai está me escondendo outras coisas de mim além daquela VHS preta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

[Notas finais escritas enquanto eu ainda estava postando a história semana a semana:]

OLAAAAAR!

Prometi e cumpri! Três capítulos nessa semana. Agora o próximo sai só na quinta-feira, como manda a tradição da Marine.

Gente, o que vocês acham da gente ter um grupo no whatsapp para conversar amar e xingar esses lindos personagens que mal conhecemos e já consideramos pakas? As outras autoras têm, mas eu não faço ideia de como fazer. Aguardo respostas. hahahaha

Bjs e até quinta-feira.

Marine.

NOVEMBROOnde histórias criam vida. Descubra agora