31 - Ajuda Inesperada

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Vi Fernando sem expressão

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Vi Fernando sem expressão. Estava afastado da multidão que se espremia em frente ao mural que divulgava o novo atacante do FHS. Minha vontade era de xingá-lo de todos os nomes possíveis por não ter me ligado ou feito qualquer coisa para me mandar notícias sobre o que estava acontecendo na sua casa com o demônio do pai dele, mas não podíamos nos falar na escola – fazia parte do trato.

Seu rosto não dizia nada que pudesse me adiantar o que estava escrito na lista pregada no mural. Tinha certeza que ele já sabia da decisão do pai. Senti vontade de xingá-lo por isso também, mas não pude fazer isso nem com o olhar, já que ele não havia percebido minha presença.

O jeito de descobrir o que aconteceu era me enfiando naquele mar de gente, e ver o nome do novo atacante no mural.

Empurrei algumas pessoas com os braços, e quando não consegui mais mexê-los (digo, os braços), comecei a empurrar com o ombro. Todo mundo falava ao mesmo tempo e, por isso, se falavam o nome do novo atacante ou não, eu não conseguiria entender mesmo.

Finalmente consegui visualizar o mural e, embora eu fosse empurrada de todos os lados, consegui ler a lista.

"Agradecemos a todos os candidatos que compareceram ao teste para a seleção da vaga do time de futebol do Francisco Henrique Sampaio. Informamos que o novo atacante do time é Fernando Rodrigues Amargo. Agradecemos a participação de todos e os esperamos em uma nova tentativa no próximo semestre."

– Isso! – disse sorrindo dando um tapa na lista e me afastando da multidão para dar a boa notícia a Pedro e Gabriel.

Jonathan realmente queria seu filho no FHS, independentemente dos seus atos de rebeldia. Para quê ele queria isso eu não sabia, já que a cada dia que se passava eu percebia que a relação dos dois não era a das melhores (Fernando nunca chamava o treinador Amargo de "pai", além de sempre vivem brigados). Talvez ele estivesse tentando estabelecer uma comunicação amigável com o filho... Mas era uma coisa difícil de acreditar. Jonathan não parece querer estabelecer uma comunicação amigável com ninguém.

Mas dane-se. O importante é que com a entrada de Fernando no time, minhas aulas de violão estavam seguras e ele estava mais perto de conseguir seu carro.

– Está com inveja por eu ser o novo atacante daquele timeco? – Fernando provocou se sentando ao meu lado.

Não respondi. Estava concentrada tentando acertar a nota. Já havia perdido muito a concentração enquanto finalmente xingava Fernando por não ter me dado notícias. "Não tinha notícia nenhuma para dar. Meu pai não disse nada" ele respondera.

– Está com inveja – cantarolou agora.

– Vá te catar, Fernando. – o encarei com tédio. – Tenho mais coisas importantes com o que me preocupar.

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