46 - A Final

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Eu odiava Jonathan Amargo e fato dele ter me dado e logo depois tirado o que eu acreditava ser a minha última chance de conseguir me profissionalizar de novo no futebol

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Eu odiava Jonathan Amargo e fato dele ter me dado e logo depois tirado o que eu acreditava ser a minha última chance de conseguir me profissionalizar de novo no futebol. Odiava como ele tinha deixado claro, quando me dispensou, que só me colocou no time para que eu virasse motivo de chacota. Odiava também o fato de eu tê-lo feito mordido a língua, me desempenhando muito bem nos jogos, e mesmo assim ele não ter repensado a decisão de me expulsar do time.

Mas por outro lado eu amava Pedro Fernandes mais do que tudo nessa vida. Ele era parte da minha família e de mim também. Por mais doloroso que fosse ir assistir a semifinal de um campeonato que eu deveria estar participando também, eu iria, porque eu o amava, e eu faria qualquer coisa por ele e o irmão dele, inclusive, engolir o meu próprio orgulho ferido.

E também tinha o fator Fernando. Eu gostava daquele garoto. Havia me apegado de uma forma que nunca pensei que me apegaria a ninguém – principalmente em alguém como ele – além da minha família.

Eu queria que o time deles (antigo "nosso") ganhasse. Pedro não fazia muita questão do título, mas Fernando sim, por conta do carro que receberia se o conseguisse. E ele tinha se esforçado tanto para estar pronto para esse campeonato. Quem diria que por trás de todo aquele jeito marrento se escondia um garoto tão... Tão... Como descrevê-lo, afinal?

Não sei. Só sei que eu gostava de Fernando Amargo. Ponto. Acho que é até por isso que eu andava tomando café sem açúcar.

            Eu posso afirmar com certeza que eu gritei tanto naquele dia que as minhas lembranças foram se perdendo

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Eu posso afirmar com certeza que eu gritei tanto naquele dia que as minhas lembranças foram se perdendo. Eu só me recordo de estar com a minha família na arquibancada de um campo de um colégio que ficava na puta que pariu de São Paulo, assistindo ao jogo da semifinal do Campeonato, quando o juiz apitou o final do segundo tempo, consumando que a vitória era do FHS.

O time estava na final!

Eu acho que eu não vibrava tanto assim nem quanto eu assistia a final da Champions League na TV com o meu pai e os Fernandes. Eu pulava tanto e gritava tanto que no dia seguinte eu fiquei até sem voz.

Eu lembro também que no meio daquela multidão eu tentei encontrar Fernando no meio do campo, mas ambos os times já tinham saído do gramado em direção aos vestiários daquela escola. Quando Pedro chegou até nós, depois de um tempo, Fernando ainda não tinha aparecido, e nossos pais já queriam ir embora para casa, de modo que eu não consegui vê-lo naquele dia.

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