8 - Orvalho

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Passado uma semana depois da nossa pequena invasão no porão, Gabriel apareceu na escola com a minha VHS e sua cópia em DVD, já que como nós não tínhamos mais um vídeo K7

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Passado uma semana depois da nossa pequena invasão no porão, Gabriel apareceu na escola com a minha VHS e sua cópia em DVD, já que como nós não tínhamos mais um vídeo K7.

- Juro que eu não assisti ao vídeo.

- Eu sei – respondi com um sorriso.

Naquele mesmo dia, com o vídeo em mãos, esperei ter certeza de que meu pai já estava dormindo para poder ver o conteúdo da VHS no meu quarto pelo meu computador.

Logo que coloquei o DVD na caixa de disco, um programa de reprodução de vídeo apareceu pronto para exibir o meu mais novo tesouro. Coloquei meus fones de ouvido e os conectei ao computador com medo de que, mesmo com as caixas de som no volume baixo, meu pai pudesse ouvir alguma coisa e descobrir que eu não estava dormindo e sim vendo o conteúdo da VHS que ele estava tentando esconder de mim. Ampliei o programa para que a imagem ocupasse a tela inteira. Respirei fundo algumas vezes enquanto minha mão tremia em cima do mouse sem coragem para clicar no play. Fechei meus olhos com força, os abri novamente e, tirando coragem não sei de onde, meu indicador apertou o botão esquerdo do mouse.

Um garoto de cabelos castanhos que aparentava ter menos de 25 anos apareceu na tela do meu computador exibindo um sorriso bobo. Pelo modo que a imagem aparecia, ele deveria estar filmando a si mesmo.

E aí, galera do futuro, tudo bem?

– Que coisa mais idiota de se falar num vídeo, Antenor. – uma voz familiar disse.

Então aquele era Antenor... O cara que havia roubado as coisas de minha mãe.

Trinquei os dentes com uma súbita raiva tomando meu corpo.

Não enche, Thomas! – retrucou virando a câmera para um meu-pai-mais-jovem.

Além de estar mais novo no vídeo, meu pai parecia diferente... Quer dizer, ele estava sem bigode e tudo mais, mas não era isso que o diferenciava dos tempos de hoje. É que ele parecia mais... Extrovertido. Ele estava rindo e fazendo piadinhas, coisa que não fazia hoje em dia.

Antenor começou a caminhar com a câmera, filmando uma espécie de jardim que eu não reconheci, até que se aproximou de uma garota morena de olhos e cabelos bem escuros que mexia com um garfo comprido em algumas carnes em uma churrasqueira simples.

O que tem de bom aí, meu amor? – Antenor suspirou apaixonado para a mulher.

Imaginei que era Clarice.

Nada – ela mostrou a língua para câmera e depois começou a rir.

Vou filmar depois para não acabar a bateria.

Dito isso, a imagem parou e depois ficou preta. Antes que eu pudesse entrar em desespero, o vídeo voltou a reproduzir novamente.

Parecia ser gravado no mesmo dia, só que agora, Clarice, Antenor (que no momento segurava um violão) e meu pai, estavam sentados numa toalha vermelha quadriculada posta em cima do gramado como se fosse um picnic.

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