10 - A Ideia

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Havia se passado uma semana depois do aniversário do meu pai e eu ainda continuava vendo sistematicamente o conteúdo da VHS, procurando alguma ideia para animá-lo

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Havia se passado uma semana depois do aniversário do meu pai e eu ainda continuava vendo sistematicamente o conteúdo da VHS, procurando alguma ideia para animá-lo.

O ideal seria se minha mãe voltasse a viver, mas isso, obviamente, era impossível, então me restou ter esperança e força de vontade para encontrar outra solução... Mas em meio a minha força de vontade, existiam as provas de português e matemática que roubavam o tempo que eu tinha, para estudar.

– Você acha que foi bem? – perguntou Gabriel no final da prova, logo depois que a professora de matemática saiu da sala.

– Não – gemi. – E eu estudei feito uma jumenta.

Pousei meus braços na grade do primeiro andar e abaixei minha cabeça ainda pensando em cada pergunta cabeluda de matemática e em minhas respostas mais cabeludas ainda.

– Não quero mais ficar procurando o valor do maldito X – murmurei. – Estou cansada de bancar a detetive de matemática.

– Não é tão ruim assim... – ele disse. E só falou isso porque amava matemática.

Ignorei e me recostei mais na grade onde metade dos alunos da escola estava esperando o próximo professor entrar em suas salas.

Do outro lado do piso, entre as conversas sobre a prova, vi um garoto do grêmio estudantil pregando o anúncio de uma excursão a um parque de diversões. Nada sobre "precisa-se de jogadores de futebol no time do colégio" no resto do mural, como eu estava procurando há dias.

Era estranho Jonathan não ter aberto as inscrições para um novo atacante. Por mais que o interescolar só fosse acontecer no fim do ano, o time já tem de estar se preparando desde janeiro. Tudo bem que nós tínhamos... Quer dizer, eles tinham um time reserva, mas nesse time não havia alguém que jogava tão bem quanto eu – , eu sei que sou modesta. Jonathan realmente precisava rápido de um substituto se quisesse ganhar o campeonato, então por que ele já não estava procurando um?

- Você não acha estranho? – disse de repente ainda olhando para o mural e para o garoto do grêmio. Ele estava tendo sérios problemas com o grampeador.

– O quê? – perguntou Gabriel.

– Jonathan ainda não abriu as a peneira para escolher um novo atacante – esclareci. – Isso não é estranho?

– Talvez.

- Nosso esquema era 4-4-2... Não é possível que ele tenha colocado mesmo o Guilherme no meu lugar e deixado o banco vazio.

- Pedro disse que agora o esquema é 4-5-1 – Gabriel contou. – Eu não faço ideia do que isso significa.

- É um esquema mais defensivo – expliquei. – Com um atacante só. Faz sentido, porque no último treino ele disse isso do time ser mais defensivo. Mas sabe o que é curioso? Antes de eu entrar no time, Jonathan jogava com 3 atacantes, e agora, do nada, ele resolveu jogar com um atacante só? Tudo bem que a maioria dos atacantes aqui do colégio se formaram, porque estavam no último ano, mas... Parecia que ele já estava planejando se virar com os jogadores que tinha. Que me aceitou mesmo só para tirar sarro da minha cara e me expulsar logo em seguida.

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