Sinto que agora minha vida se resume a não morrer e correr,minhas botas afundam na lama da floresta,Dimitri ao meu lado,correndo desengonçado,lutando para viver,assim como eu.
Assim que Dimitri tinha acabado de se apresentar, um grupo de contaminados nos avistou.
E agora estamos aqui,com o ar escapando dos pulmões.
- Senhorita Hailey,estão..estão muito perto de nós..
Preciso tentar.
Pense,respire,corra.
Corremos para o lado oposto confundindo os contaminados,meus pés escorregam de tanto correr,minhas pernas tremem,não,não posso parar agora.
- Pare! - Dimitri grita segurando minha mão.
O impedimento de Dimitri me fez escapar por um triz.
Sinto seu olhar ir em direção ao chão,não,a água.
Paramos em uma grande pedra,bem frágil e cristalina,formando o chão escorregadio,nunca vi nada parecido,a água agitada corria abaixo,com correntezas cruéis.
- Agora estamos oficialmente ferrados. - Dimitri afirma.
Olho para água e para a floresta, de onde eu já escuro os grunhidos se aproximando.
Os contaminados começam a correr em nossa direção, ferozmente.
Encaro Dimitri apreensiva,para que ele entenda o que pretendo fazer.
Ele se espanta.
- Isso é...suicídio!
- Dimitri,precisamos tentar.
Ele vira para trás e vê os contaminados se aproximando, depois olha para a água,com o medo colado nos olhos.
- Se vamos morrer,quem liga não é? - ele blefa sarcástico,mas suas mãos suam.
Os contaminados ficam histéricos,apertamos ainda mais nossas mãos.
Começo a contar.
- Um.
Mais passos.
- Dois.
Rugidos incessantes.
- Três!
Quando eu tinha dez anos peguei uma gripe horrível,tremia na cama,gemia de dor. Eu estava doente há uma semana,tudo começou a embaçar,como se os borrados da minha casa estivessem me engolindo,o ar não passava,eu apertava o lençol da cama de tanta agonia,de não conseguir respirar,de não ter forças.
Agora me sinto assim,como se a água quisesse me levar embora de todas as formas possíveis,me engolindo,sem chance de revidar.
O ar para. Exatamente como aconteceu na minha infância,desfalecendo,meu peito arde,e só o que vejo é a beleza da luz sob a água,enquanto ela me agarra para o fundo.
* * *
- Hailey! por favor,respire!
Escuto uma voz me chamar,mas o som está tão confuso e desnorteado que é quase incompreensível.
- Hailey,vamos lá loira valente,reaja!
Uma força pressiona meu peito,me sacudindo de forma bruta.
Vejo um borrão de Matt,onde ele diz que sou sua heroína,seu sorriso pateta,suas bochechas coradas,o olhar sábio de minha mãe..
Sinto uma vontade enorme de me entregar,acabar logo com tudo,sem sofrimento nenhum.
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A I M U N E • 1
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