ACORDO

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- Então, quer dizer que o seu chefe é lindo? - diz ele com uma carinha feliz.

- O que? Não! Quer dizer... Você... - olhei para fora da janela.

- Eu... - diz debochadamente.

- Que feio, senhor... Ouvindo a conversa de outras pessoas.

Funguei, e fechei os olhos por um momento, até ele falar:

- Bom, eu só estava esperando para leva-lá embora.

- Ôh claro, já estamos chegando?

- Sim, claro... Mas se eu fosse você, se acostumaria comigo logo. - disse ele entrando com o carro em uma... Uma mansão?

- Bem vinda ao lar. Espero que goste, estão todos esperando por você.

- Por mim? Por quê?

- Todos querem saber quem é a noiva de Ricardo Green, querida.

Olho para ele espantada, como assim? Noiva? Eu acabei de perder minha mãe e já sou noiva?

Como eu irei me apresentar neste estado? Eu não quero entrar.

Então, tento abrir a porta do carro.... Está travada.

- Me deixa sair daqui!

- Hey, pare. Não se desespere, eu nunca faria mal a você... Nunca. - ele passa a mão em meu rosto. - Eles sabem pelo o que você está passando. Não se preocupe, eu cuidarei de você. - disse ele, chegando mais perto, perto demais dos meus lábios... Deus, como eu preciso disso...

Então eu me entreguei. Um beijo calmo, doce... Demorado, carinhoso...

Uma sensação diferente surgiu dentro de mim.

Recuperando o fôlego, esperei que ele pudesse abrir a porta para que eu saísse.

- Vamos querida. - disse ele docemente.

- Ricardo, eu estou com medo...não é melhor deixar para outra hora? - minhas mãos gelavam.

- Não há nada para se temer, eles irão amar você. - ele pegou na minha mão e me conduziu até a enorme casa.

Eu tremia, meus pés ficaram pesados, minha respiração estava por um fio.
Eu parecia uma adolescente que iria conhecer os pais do namorado.

Ao chegar na porta, Ricardo tocou a campainha. Eu esperava que ninguém atendesse, mas do que adiantaria? Ele iria entrar de qualquer modo...

- Senhor...entre por favor. - um homem com a faixa etária de 50 anos atendeu, deveria ser o mordomo.

- Alfredo, esta é a minha noiva, Eduarda, Eduarda Style.

- ...aé? Seja bem vinda, senhorita Style. - ele estendeu as mãos para mim, me avaliando.

- Obrigada, Alfredo, muito gentil. - disse triste.

- Hum, Alfredo, onde estão as pessoas dessa casa?

- Sua mãe está no jardim. O senhor Adriano saiu logo cedo, não sei se irá voltar hoje.

Ow, Adriano? Aqui?

- Vamos querida, conhecer a minha mãe.

- Eu gostaria de tomar um banho, será que posso?

- Claro. Em breve isso tudo será seu também. Te levarei até o quarto.

...

- Bom, aqui você poderá ter privacidade. O banheiro fica logo ali à frente, e as roupas novas e limpas são para você. Pedi para que comprassem produtos de higiêne e beleza, já que eu não sei o que você gosta...

- Isso é muita coisa, Ricardo... Não precisava mesmo de muito. - andei até ele e lhe dei um selinho, em seguida um abraço.

- Já disse que não precisa agradecer. - Falou, retribuindo o abraço. - tome o seu banho, esperarei lá em baixo.

- Okay. - sorri timidamente.

**********

Depois de 40 minutos, saí do quarto com o celular na mão. Eu já havia avisado para todos os parentes, agora só precisava agilizar o processo, então desci as escadas a procura de Ricardo.

- Senhorita? - uma mulher com um uniforme discreto me parou.

- Olá. Eu só estava...

- Procurando o senhor Green, sim eu sei. Bom, eu sou Elie, governanta dos Green. É um prazer conhecê-lá, é uma bela jovem.

- Ah, obrigada... Elie.

- O senhor Green lhe espera no jardim, venha comigo.

\\\\ \\\\\

Era um belo jardim, poderia passar horas por aqui.

- Eduarda, querida... Venha, sente-se.

- Olá, Eduarda. Uma bela senhora se dirigiu a mim. Cabelos castanhos claros, olhos azuis...

- Olá senhora Green... Tudo bem? - estendi minha mão para ela, mas ela veio com um abraço.

- Eu sinto muito pela vida de sua mãe... mas aqui você encontrará uma segunda mãe. Você é uma bela moça, e vai se casar com um belo rapaz... Não é, meu filho? - ela sorriu discretamente.

- Mas é claro dona Olga, eu cuidarei dela.

- Muito obrigada, senhora.

- Hey, não sou tão velha assim, me chame somente de Olga. Seremos uma família, certo?

Certo? Ai meu Deus... Parem o mundo, que eu quero descer...

- Bom, querida venha se sentar comigo, você precisa se alimentar.

- Vou deixar o casal a sós e pedir para que Elie traga algo.

Casal.

*********

Já comendo eu digo:

- Sua mãe é uma boa pessoa, pelo que vejo, não vejo sinal de doença. Admirável.

- Sim, ela é. Já preparamos tudo para a sua mãe...

- Não precisava, Ricardo... Eu vou pagar tudo para você outra vez.

- Não! Você não vai.

- Por que!? Eu não sou criança. Você não precisa controlar toda a situação... A mãe é minha!

- Eduarda, nós só... - como sempre não o deixei falar...

Levantei da mesa e saí dali. Ela era minha mãe... Por que tudo está tão errado?

Cheguei no quarto e me joguei na cama, chorei tanto que acabei por cai no sono...

Deus, onde eu fui parar? O que vai acontecer agora?

O ACORDO (LIVRO 1) FAMÍLIA GREENOnde histórias criam vida. Descubra agora