- Mãe, eu preciso de um banho...
- Eduarda minha filha, me conte... O quê aconteceu? Foi um dia ruim no trabalho? Brigou com o seu namorado? Se for isso acalme-se, vocês vão se resolver.
- Não... - meu coração palpitava devagar. - Quer dizer... Não haverá mais nada entre eu e aquele... - abraço minha mãe e choro ainda mais.
Quatro anos da minha vida jogados completamente no lixo. Eu gostava tanto dele...
- Filha, por quê? Me conta... - ela passava as mãos em meu rosto.
- Mãezinha, me deixe um pouco... Irei tomar um banho, tudo bem? Vai querer ajuda para alguma coisa por aqui? - disse secando minhas lágrimas. - Já disse para não trabalhar tanto. E me desculpe por descarregar tudo isso em você.
- Não, meu amor... Sou a sua mãe, lembra? Descanse, eu já subo e levo um chá pra você.
- Obrigado mãezinha, eu vou lá.
- Eduarda... - minha rainha me chamou. Me viro na escada e olho.
Algo estranho mexe comigo.
- Sim, mãe?
- Eu te amo meu amor. Você é forte, sempre faça o que seu coração pede.
- Obrigada mãe, eu te amo. - sorri e deixei ela na cozinha.
Caminho limpando as lagrimas.
Fui ao meu quarto, pegando a primeira peça de roupa no guarda-roupa, um moletom velho do Mickey e largando em cima da cama. Passei para pegar minha toalha e fui rumo ao banheiro.Meu banho durou uns 20 minutos talvez. Aquela cena não sai da minha mente... Rapidamente levo meus cabelos loiros e os enrolo na toalha e outra envolve o meu corpo.
Ao sair, me sequei e fui me vestir. Meu celular não parou de tocar uma vez se quer.
Era ele. Como pôde fazer algo tão cruel comigo? Será que eu não era uma boa namorada? Será que eu não o satisfazia mais? Por que não conversou comigo?
Estava me sentindo usada e humilhada. Ainda tinha o Ricardo, que não saia da minha cabeça com aquela conversa de um filho, casamento...
Um filho? Eu só queria ter um filho com...
De repente eu escuto um barulho vindo de baixo... Algo caindo, talvez quebrando...
- Mãe? - eu a chamei, porém não obtive resposta.
- Mãe! - chamei novamente, e fui até a porta, abrindo rapidamente me deparando com ela...
Corri, descendo os degraus, pulando os cacos de vidro.
- Mãe! Mãezinha... Acorda, mãe! - chamei, clamei, mas ela continuava caída na escada, totalmente apagada. Haviam cacos de uma xícara, e um líquido, que parecia ser o chá. Para mim...
- Por favor acorda, fica comigo... Eu só tenho você... - eu chorava e soluçava.
Saí em disparada em direção ao telefone na sala e liguei para a emergência.
Minutos se passaram, mas pareciam horas. Liguei para algumas pessoas da família, porém moravam longe. Deitei ao lado dela, pondo sua cabeça sobre meu colo.
Mãe, não me deixa... Por favor...
Luzss de sirenes apareciam na janela, então em segundos abri a porta em prantos, deixando a passagem livre para aqueles socorristas.
- Por favor... - já não havia muito o som da minha voz. - Não deixe que ela se vá...
- É filha dela? - pergunta o paramédico. - Acalme-se, vamos levar sua mãe para o hospital, nos acompanhe.
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O ACORDO (LIVRO 1) FAMÍLIA GREEN
Romansa"Naquele momento eu achei que tinha perdido tudo. Afinal, nós nunca vamos imaginar ficar sem a mulher que nos colocou no mundo. Ou iria? " O Acordo é um romance clichê, como todos os outros, mas será que final feliz existe mesmo? Ou será só mais um...