Capítulo 31

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Pt. Ricardo.

Dois dias depois.

Dois dias haviam se passado desde o susto. Isso mesmo, um susto... Logo quando achei que era uma despedida.

Ela ainda está aqui.

Eu estava no quarto, junto a ela. Já se passavam das dez horas, eu estava cansado, porém decidi ficar mais um pouco ao lado da janela, olhando para fora.

Depois de um tempo ali, decidi colocar a poltrona mal confortável ao lado de sua cama, e me sentei ali. Peguei na tua mão e comecei a dizer palavras, formando frases, dialogando... Era a primeira vez que eu fazia isso desde que o médico dissera que faria bem.

Eu não era tão bom com as palavras, não como ela.

- Duda... Oi, sou eu. - como se ela não soubesse... - Querida, você está dormindo demais, mais que um urso, eu acho... Então por favor, o Miguel já é um homenzinho. -- tentei ser engraçado, falhando desastrosamente.-- Calme, não surte, você só perdeu algumas semanas, ele sente a tua falta... Eu sinto a tua falta... Você me prometeu... - meus olhos já estavam lacrimejando. - Você disse que ia ficar comigo. Eu te amo...

Coloquei minha cabeça sobre a cama, ao lado de sua mão. Sussurrei palavras para ela, até pegar no sono.

***/****

Acordei com alguém passando a mão em meu rosto. Minha mãe sempre reclamava quando eu dormia no quarto da Eduarda.

- Mãe, me deixe ficar aqui, eu vou ficar. - disse ainda sonolento.

- Ricardo...

O quê? Era mais um sonho...

Não...

- Ricardo... - sua voz saia num sussurro profundo.

- Eduarda? - levantei minha cabeça depressa. - Eduarda...

Ela olhava tudo ao redor, curiosa, assustada.

- Onde estou?

- Você... Você está acordada. Estamos no hospital.

- Ricardo, o que houve? Eu estou com medo.

- Meu amor! Meu Deus! Você está aqui...-- passo a mão em seu rosto.-- Eu estou tão feliz... Não se preocupe, você está no hospital, está tudo bem!

Ela passou a mão sobre a barriga.

- Miguel... Onde está? - ela estava confusa. -- onde ele está?

- Está no berçário. - disse quase explodindo de alegria. - Vou chamar o médico.

- Preciso ir ao banheiro...

- Já volto, espere... - beijei sua têmpora.

....

- Doutor Alex, minha mulher, ela, a Eduarda...

- Aconteceu alguma coisa, senhor Green? -- ele pergunta olhando para a porta do quarto.

- Ela, acordou...

- Impossível... Quer dizer...-- ele parece perceber seu erro.

- O quê? Não! Ela está lá no quarto, acordada! Faça alguma coisa, ou eu farei!

- Nós já não tínhamos esperanças, senhor... Ela estava tão fraca... Iremos vê-la.

*******

Pt, Eduarda.

Caramba... O que são estes fios?
Barulho de monitor e algo no meu nariz.

O ACORDO (LIVRO 1) FAMÍLIA GREENOnde histórias criam vida. Descubra agora