True Love Way - Camren

You Dont Own Me

POV Camila

Depois de me despedir de Lauren, a minha única alternativa foi seguir meus amigos até o avião. Passei pelas aeromoças que simpaticamente me desejaram boa noite e boa viagem. Para mim não seria uma boa viagem e estava sendo uma noite péssima. Deixar Lauren não estava entre as coisas mais felizes do mundo, pelo contrário, se eu pudesse, choraria eternamente.

– Tudo bem? – suspirei e virei à cabeça fitando Mani.

– Não! Não tem como as coisas estarem bem sendo que parte de mim está ficando para trás. – olhei para a janela em busca de Lauren.

– Sabe que é impossível você conseguir encontrá-la olhando através dessa janela, não sabe? – assenti adotando uma expressão de cachorro sem dono.

– Hey! – olhei para trás vendo Harry completamente animado. – Anime-se! Estamos voltando para a cidade da moda. Não fique triste. Lauren ficará bem. – assenti forçando um sorriso. – Não! Quero um sorriso largo, verdadeiro e bonito. – revirei os olhos e o escutei gargalhar alto. – Mon, relaxe! Lauren ficará bem. Aposto que ela não gostaria de ver essa sua cara de peixe morto. – o fuzilei com os olhos. – Por tanto, abra aquele sorriso e divirta-se, pelo menos enquanto não dorme. – sorri, agora com sinceridade.

Harry sorriu e acariciou meus cabelos me reconfortando. Demorou um pouco para que o avião estivesse lotado. Eu olhava para o aeroporto a cada dois segundos na esperança de ver Lauren. Quando o piloto anunciou que estávamos liberados para decolar, meu coração diminuiu e se afundou no peito. Era quase como se eu não estivesse viva. Minha alma estava sendo sugada a cada milímetro que o avião se deslocava. Óbvio que eu estou sendo dramática, mas que partida não é dramática?

Passei três horas vegetando na poltrona enquanto Mani, Dinah e Harry conversavam animadamente. Caroline e Diana tiraram a volta para dormir. Me perguntei onde estaria Nina em meio aquelas trezentas pessoas dentro daquele Boeing. A aeromoça passou nos oferecendo algo e um edredom. Não me fiz de rogada e aceitei de bom grado o edredom fofinho. Depois de cobrir minhas pernas e fitar o céu negro por alguns bons minutos, minha coluna reclamou da postura. Pedi licença a Mani e me levantei caminhando um pouco pelo avião.

– Boa noite, senhora? Deseja alguma coisa? – um comissário de bordo perguntou quando eu parei próxima a cozinha.

– Oh! Não! Desculpe atrapalhar, eu só estava esticando as pernas. – ele sorriu e acenou com a cabeça.

– Claro! Sinta-se à vontade. – agradeci com um sorriso. – Se precisar de alguma coisa é só chamar. – assenti dando espaço para ele passar com uma bandeja.

Cocei os cabelos e fitei a porta de emergência. Neguei com a cabeça quando pensamentos de como seria abrir aquela porta e saltar para fora seria. Soltei uma risada sem humor e me virei para voltar, mas tive meu caminho interrompido por minha irmã. Nina aparentava não dormir a dias. Seus olhos estavam opacos, olheiras gigantes rodeavam seus olhos, seu sorriso já não era mais alegre. Os cabelos bagunçados demonstravam que além do cansaço físico, Nina não tinha forças nem para se deixar impecável como era antes. Abaixei a cabeça e tentei passar por ela, mas fui impedida.

– Err... desculpa? – franzi o cenho e a encarei. – Desculpa por tudo que aconteceu. Sei que está irritada comigo, chateada talvez, mas... – neguei como se disse que não era nada. – Camila! – parei de andar me virando para ela. – Não faça isso. Não esconda de você o que está acontecendo. – suspirei exausta.

– Nina, eu não sei se você percebeu, mas já se passou quase nove meses desde que você virou para mim pedindo para que nos tornássemos amigas de novo. E já se passou exatos um mês e meio que você simplesmente passou a me odiar por eu não conseguir controlar os meus sentimentos. Você me enxotou da sua vida porque eu simplesmente me apaixonei. Quer que eu faça o que agora? Que me ajoelhe aos seus pés e me desculpe por amar? Não! Não vou me submeter à tamanha humilhação sendo que eu não tive culpa. – Nina respirou fundo.