Fools And Wild

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POV Lauren
Depois da noite com Nina, preferi não amanhecer com ela. Assim que Nina dormiu, levantei-me e comecei a me vestir. Observei Nina dormir por mais alguns tempo e sai deixando um bilhete dizendo que havia voltado para casa. Cheguei à marina e olhei o barco de Theo. Algumas luzes estavam acesas e logo minha mente começou a imaginar Camila com ele. Respirei fundo e entrei. Precisava dormir e esquecer as Cabellos antes que eu surtasse.
Escutei batidas na porta e com grande esforço me levantei. Fui me arrastando até a porta dando passagem para pessoa entrar. Lucy desceu as escadas com um sorriso no rosto e uma cesta gigantesca na mão.
Lucy: sua cara é deprimente. - revirei os olhos e voltei até a cabine. - Dormiu tarde? O que houve? - observei Lucy colocando a cesta sobre a mesa e se escorar no batente da porta.
Lauren: transei com a Nina ontem depois de sentir ciúmes da Camila com o Theo. - disse fechando os olhos.
Lucy: você o que? - abri os olhos e fitei o rosto delicado que estampava uma expressão de incredulidade.
Lauren: transei com a Nina depois de sentir ciu... - Lucy pegou um dos travesseiros jogados no chão e o tacou em cima de mim. - O que foi? - me sentei na cama depois de receber o travesseiro no rosto.
Lucy: você transou com a Nina? - Lucy parecia irritada. Assenti e a ouvi grunhir. - Mas antes sentiu ciúmes da patricinha? - assenti novamente e antes que eu abrisse a boca para me defender, senti tapas doloridos sendo deferidos nos meus braços.
Lauren: Lu? LU! P-para... tá doendo. - tentei segurá-la, mas estava difícil. Lucy parecia puta da vida comigo.
Lucy: eu vou arrancar os seus olhos, decepar seus dedos e sua língua, além de costurar sua boceta! - arregalei os olhos e engoli a seco. - Filha da puta! Você transou com a Nina pensando na Camila? Sua puta! Vou te matar! - Lucy deferia tapas violentos em mim que tentava inutilmente me defender. (Porra! O que eu fiz para merecer isso?).
Lauren: LÚCIA! - gritei finalmente conseguindo contê-la.
Lucy: não me chama de Lúcia, sua estúpida! - rosnou irritada.
Lauren: desculpa. Foi à única forma que eu achei de te controlar e fazer você parar de me bater. Doeu sabia? - ela deu de ombros me fazendo revirar os olhos.
Lucy: e agora, Lauren? Como é que você vai olhar na cara da Nina? - perguntou preocupada. Ela se debateu um pouco e eu finalmente a soltei. Me sentei ao redor da mesa e cocei a nuca.
Lauren: vou olhar como sempre olhei. Nós transamos. Foi bom, eu gostei, ela gostou e pronto! Não mudou nada. - Lucy abriu a boca incrédula. - Nem vem com essa cara. Eu sou grandinha e Nina não é mais uma garotinha inocente, Lucy. Ela quis tanto quanto eu. - Lucy revirou os olhos e se sentou ao meu lado.
Lucy: eu morro de medo de você ficar igual a Vero. Ela não mede esforços para me magoar e eu não quero que isso aconteça com a Nina. - sorriu triste. A puxei para mais perto e beijei sua cabeça.
Lauren: não se preocupe. Não sou a Verônica e não vou magoar ninguém. Te prometo. - Lucy sorriu e eu depositei um beijo no alto de sua cabeça. - E então, o que temos aqui? - puxei a cesta para mais perto e sorri vendo as minha comidas matinais favoritas. - Eu te amo, Lúcia Vives. Você é a melhor! - Lucy sorriu tímida e se levantou para preparar algo para bebermos.
Tomamos café da manhã entre brincadeiras e risadas. Lucy era como uma irmã para mim e não existia coisa melhor do que passar algumas horas ao lado dela. Enquanto ela ajeitava a cozinha bagunçada, eu fui tomar um banho e me trocar. Hoje tinha expediente no hotel e eu teria que enfrentar as irmãs Cabello e suas amigas.
Sai da marina já com o uniforme do hotel. Como Lucy estava comigo, preferi ir caminhando para o hotel. Não era tão longe então dava para ir caminhando tranquilamente enquanto conversávamos. Entramos pela entrada dos funcionários. Por mim eu entrava pelo lobby do hotel, mas Lucy era envergonhada demais para isso.
Lucy: eu bem que queria ser essas granfinas e ficar o dia todo na piscina. - comentou ajeitando sua gravatinha. Gargalhei e coloquei a faixa ao redor da minha cintura.
Lauren: eu não. Essas mulher daqui alguns anos vão ter cara de maracujá de gaveta. Quero isso para mim não. - Lucy gargalhou em plenos pulmões. Fomos interrompidas pela entrada de Verônica.
Vero: bom dia. - desejou sem muita vontade. Suspirei e a segui com o olhar. Ela estava chateada comigo ainda e eu precisava mudar isso. Lucy sorriu e apontou a saída. Assenti e voltei a prestar atenção em Vero. - O que é? Perdeu alguma coia aqui? Sua namoradinha não vai gostar nada de te ver me secando. - rosnou séria.
Lauren: Vero, por favor, não vamos brigar. Eu... - abaixei a cabeça e cocei a nuca. - Eu sinto sua falta. - Vero se virou para mim e riu sarcástica.
Vero: sente minha falta? Fala sério né?! Você anda brigando com seus melhores amigos por uma menina que abre as pernas para você. - arregalei os olhos e me levantei. - Quando eu disse para você transar e se livrar das teias de aranha, eu quis dizer só fazer sexo e não ficar cega. Idiota! - resmungou e bateu a porta de seu armário. - Só venha falar comigo quando perceber as merdas que anda fazendo, caso contrário, mantenha-se afastada. Tenho medo de ser picada por aquela jararaca granfina. - trinquei a mandíbula e suspirei contando até mil para não explodir com ela. Vero passou por mim e bateu a porta atrás de si.
Lauren: MERDA! - chutei os armários e me sentei na tentativa de me acalmar.
Voltei a me arrumar enquanto pensava nas palavras de Vero sobre Nina. Eu não conseguia acreditar que Nina era a falsa que Theo e Vero pintavam. Talvez eu esteja cega ou talvez seja apenas inveja. (Não pensei nisso, Lauren). Balancei a cabeça afastando os pensamentos e bati a porta do meu armário. Sai do vestiário e esbarrei em Ally e Vero conversando. Cumprimentei Ally e segui para o bar. Me joguei contra os bancos altos do balcão de Lucy que ajeitava as bebidas.
Lucy: já vi que a conversa não seguiu o caminho que você gostaria né?! - sorri da minha tragédia e assenti. - Não se importe com isso, Laur. Vero tem preferência pela Camila. Ela não vai ficar com raiva de você por muito tempo. - acariciou minha mão me reconfortando.
Lauren: eu espero, Lu. - Lucy sorriu e voltou ao trabalho. - Mas o que mais está me intrigando é essa cisma que ela e o Theo têm com a Nina. Até parece que Nina é um monstro. - Lucy gargalhou me fazendo revirar os olhos.
Lucy: isso é ciúme de amigo. - gargalhei negando com a cabeça. Enquanto Lucy ajeitava as bebidas eu observava as mesas da piscina serem ocupadas pelos hóspedes ricos que frequentavam o Fairmont. - Sabe o que eu acho? - virou-se atraindo minha atenção. - Que a Vero tem uma queda por você. - gargalhei ao ouvir aquilo.
Lauren: que absurdo, Lu. - Lucy gargalhou assentindo.
Lucy: tem razão. Vero é mulher demais para o seu caminhãozinho. - revirei os olhos e taquei um pano nela que riu. - Brincadeira, meu amor. Mas falando sério agora. - voltei meu olhar para as mesas enquanto meu ouvido continuava conectado ao que Lucy falava. - Vero e Theo devem estar com ciúmes da sua aproximação com a Nina. Eles sempre tiveram 100% da sua atenção e ter que dividi-la com uma mulher deve ser difícil. - gargalhei com a possibilidade. Meus olhos seguiram para a entrada da piscina e eu quase perdi o fôlego vendo Camila e sua amiga entrar. Ela usava um maiô cavadíssimo, com um decote gigantesco que ia até mais ou menos seu umbigo. (Porra! Ela tá tão gostosa). - Laur? Tá me escutando? - perguntou socando meu ombro. Balancei a cabeça e praticamente suguei toda a saliva que escorria pelo cantinho dos meus lábios. - Lauren! - olhei para ela assustada com o grito.
Lauren: o que é? - voltei meu olhar para Camila e sua amiga. Sequei descaradamente seu corpo latino perfeitamente em forma.
Lucy: mas não tem vergonha na cara mesmo né?! Estava agorinha mesmo me contando de como foi à noite com a Nina e agora está devorando a irmã dela com os olhos. - desviei minha atenção da beldade a minha frente e a encarei.
Lauren: eu posso ter transado com a irmã dela, mas não posso negar que Camila é gostosa. Olha só aquele corpo. - voltei meu olhar para ela que colocava seus óculos escuros e conversava com Dinah que encarava despreocupadamente o oceano. - Ela é gostosa demais. - me assustei com um tapa que estalou no meu braço. - LUCY! - me irritei com a agressão sem sentido.
Lucy: toma vergonha nessa cara, Jauregui. Não quero outra Verônica na minha vida. - disse séria. Dei de ombros e voltei a encarar Camila e sua amiga. (Mais gostosa não existe).
Enquanto eu secava Camila, percebei alguns clientes me chamando. (Merda! Esqueci que não estou aqui a passeio). Suspirei e peguei minha bandeja seguindo para o trabalho. Enquanto eu atendia as mesas, sempre dava um jeito de secar Camila tentando fazê-la direcionar seus lindos olhos castanhos para mim. Ela parecia tão concentrada na conversa com sua amiga loira que nem mesmo desviou o olhar para mim. Joguei a bandeja sobre o balcão de Lucy que se assustou.
Lauren: um suco de laranja com morango para a mesa 15. - voltei meu olhar para a mesa de Camila que recebia Mani e uma outra menina.
Lucy: está irritadinha por que não conseguiu um olhar da Cabello é?! - revirei os olhos e girei o corpo para encarar Lucy.
Lauren: menos fala e mais ação. O suco, Lucy. - pedi irritada.
Não sabia o motivo de estar irritada, mas pedia aos deuses para que não fosse pela falta de atenção por parte de Camila. Eu estava com Nina e não poderia chorar um olhar de Camila. Era errado e eu sabia. Falando em Nina, enquanto eu esperava o pedido da mesa 15, Nina e Caroline entraram sorrindo. Nina me cumprimentou com um olhar malicioso e um sorriso saliente. Retribui o sorriso, mas não estendi muito a troca de olhares. Nina também estava muito gostosa. Ela usava um biquíni tomara que caia azul turquesa e a calcinha desaparecia por entre suas nádegas. (Essas irmãs são a minha morte e o meu tesão. Puta que pariu!). Balancei a cabeça afastando os pensamentos pecaminosos e peguei o pedido da mesa 15 voltando rapidamente ao trabalho. Sabia que Nina ficaria me encarando e me provocando, ainda mais depois do sexo que fizemos. (Melhor não olhar para ela. Pelo bem da minha sanidade mental e do meu emprego).
POV Camila
Dinah: eu não aguento mais aquele poste branco e verde olhando para nós. - olhei pelo canto do olho e vi Lauren sentada de qualquer jeito no balcão de bebidas nos encarando. - Se ela quiser, que venha buscar. - arregalei os olhos.
Camila: como é que é, Dinah? Eu não sou uma mercadoria, ok? E Lauren está com a Nina. - Dinah deu de ombros e voltou a correr os olhos pelo oceano. - Esse lugar é lindo. - comentei jogando meus cabelos ao vento.
Dinah: claro! Além de ter esse mar perfeito, você tem uma bartender gostosa te desejando como se você fosse um oásis no deserto. - revirei os olhos e encarei Dinah abaixo das lentes escuras.
Camila: você é tão idiota, sabia? Não sei como conseguido te aguentar. - comentei suspirando.
Dinah: eu sei! - abaixei os óculos e a encarei. - Você me ama e é recíproco. - sorri negando com a cabeça. Dinah gargalhou e pegou o cardápio. - Mas que aquela bartender sexy está me irritando, a isso ela está. - revirei os olhos e preferi não prestar atenção em Lauren. Ontem, o olhar que ela me lançou já foi o suficiente para mim.
Eu não sabia como ela havia se sentindo ao me ver com Theo. Talvez não tivesse sentido nada, mas pelo olhar que ela me lançou, a mandíbula trincada, os pulsos cerrados e os olhos faiscando ódio provavam que com toda certeza ela não havia gostado. Dinah novamente implicou com Lauren e suas encaradas.
Dinah: se ela continuar te secando, eu vou ter que ir lá e dar uns supapos na cara dela. Além de lerda, ela é uma vampira. - franzi o cenho e abaixei os óculos. - O que? Já viu a cara que ela faz quando está te encarando? - neguei e Dinah riu. - Parece uma psicopata encarando sua próxima vitima. É macabro. - não me aguentei e comecei a rir. Dinah também não tardou muito a me acompanhar nas gargalhadas.
Camila: você é muito idiota. - murmurei em meio à risada. (O que seria de mim sem ela hein? Acho que nada. É! Eu não seria nada sem essa maluca).
Alguns minutos se passaram e Mani e Diana desceram. Elas estavam com cara de ressaca total. Diana apresentava algumas marcas de chupão e alguns arranhões pelo pescoço. E Mani tinha duas enormes bolsas roxas abaixo dos olhos. Preferi não perguntar o motivo. Talvez Mani e Gabriel tenham passado a noite juntos e Ariana e Diana devem ter se atracado por ai. (Eu sabia que Ari não resistiria aos encantos de Diana. Ninguém resiste).
Dinah: a cara de vocês pode ser comparada a cara de um zumbi de The Walking Dead. - Mani e Diana pararam de encarar o cardápio e olharam para Dinah.
Diana: e a sua é daquelas de mulher mal comida. Se toca, morzi. - Dinah revirou os olhos me fazendo rir.
Dinah: eu só queria dizer que vocês estão acabadas. - resmungou como uma criança birrenta.
Mani: estamos e daí? Foda-se o mundo. Foda-se a sociedade. A noite foi boa e nós não vamos esconder isso. - disse nos fazendo rir. Dinah bateu as mãos na mesa totalmente animada. Não consegui me segurar. Comecei a rir enquanto Dinah encarava Normani e Diana com expectativa. - O que? Eu não vou falar o como foi minha noite com o Gabe. - Dinah revirou os olhos e os focou em Diana.
Diana: o que? Quer saber como foi a foda com a Ari na areia? - arregalei os olhos e Dinah riu batendo as mãos na mesa. Mani e Diana só sabiam rir. - Foi sensacional. Ariana é muito gostosa e os gemidos dela ainda estão soando nos meus ouvidos. - Dinah gritou empolgada atraindo atenção dos hóspedes. - Menos, morzi. Bem menos. - pediu rindo. Dinah assentiu e ficou encarando Diana como uma criança na manhã de natal aguardando ansiosamente pelos presentes.
Dinah: conta, Diana! - pediu aflita e curiosa. Diana gargalhou e olhou para um dos garçons.
Diana: depois de um café expresso eu conto. - disse levantando a mão. Dinah bufou e se jogou contra a cadeira com um bico gigantesco nos lábios.
Camila: bebezão! - apertei suas bochechas escutando as risadas de Diana e Mani.
Ficamos conversando até Vero aparecer e nos servir. Era super divertido ficar conversando com Vero. Se eu pudesse insistira para que ela se sentasse a mesa com a gente e ficasse, mas ela precisava trabalhar. Enquanto tomávamos nosso café da manhã, Mani e Diana contaram um pouco do que fizeram durante a noite.
Dinah: mas nem uma mão boba? - perguntou incrédula. Mani havia acabado de contar que não passou dos beijos com Gabriel.
Mani: não. Ele me respeitou bastante. Acho que o fato de ser mais velho deu a ele um cavalheirismo que não encontramos por ai. - disse com um sorriso bobo.
Diana: ih! A nega apaixonou. - deu um tapinha de leve no ombro de Mani que sorriu tímida. Eu só sabia rir. Para quem achava que essa viagem seria a pior do mundo, estava agora se mostrando uma excelente ideia do meu pai. - Mas diz ai. - Mani terminou seu suco e encarou Diana. - Nem uma mãozinha nos lugares pecaminosos? - Dinah gargalhou e bateu um high five com Diana.
Mani: meu Deus! Vocês só pensam em sexo. - disse fingindo-se irritada. Nós quatro caímos na gargalhada atraindo atenção de certa bartender dos olhos verdes. - Não! Nós não passamos dos beijos e abraços. Coisa que vocês! - apontou as duas. - Deveriam passar a fazer. Que mania de transar de primeira. - arregalei os olhos e olhei para as duas que sorriam.
Camila: de primeira? - Dinah deu de ombros e Diana encheu a boca de comida. - Deus! Vão se tratar. - disse baixo causando risadas em Mani, Diana e Dinah.
Ficamos conversando por um longo tempo. Percebi que os olhares de Lauren sobre mim não cessavam e os de Nina para ela também não. Nina parecia engolir Lauren com os olhos e Lauren parecia me possuir com aquelas esmeraldas. Olhei rapidamente para a mesa de Nina e a vi se levantar com Caroline. (Ufa! Pelo menos o ar ficará menos rarefeito). Voltei minha atenção às meninas que comentavam suas experiências sexuais. (Credo! Por que eu tenho que ouvir isso?). Nina e Caroline sorriam de orelha a orelha e vinham em direção a mesa que eu estava.
Diana: buddy, você está prestando atenção no que estamos falando? - balancei a cabeça afastando os pensamentos e olhei para ela.
Camila: não. Eu estava pensando no tanto de trabalho que vou ter quando voltar para casa. - Dinah gargalhou atraindo minha atenção. - O que? - ela negou com a cabeça e voltou a conversar com Mani.
Diana: eu estava te convidando para ir à piscina. Esquece a revista. Foca na viagem que vale mais a pena. - sorri e acariciei seu rosto. - AI! Não toca. Peguei sol demais ontem. - disse me fazendo rir. - Vadia! - rosnou me empurrando.
Camila: vem! Vamos para água para vê se refresca um pouco. - me levantei e tomei o restante do meu suco. Antes que Diana pudesse se juntar a mim e irmos para a piscina, Caroline e Nina passaram por mim.
Nina: você tinha que ter visto, Line. Foi sensacional o sexo. Lauren é ótima com os dedos e com a língua. Ela parecia estar enfeitiçada ontem, mas eu quero mais desses momentos. - meu mundo parou. Lauren e Nina transaram?
Caroline: nossa! Do jeito que você está contando até parece que a Lauren é uma deusa do sexo. - Nina riu e me encarou. O mundo ao meu redor havia parado por alguns segundos. Eu só conseguia pensar no que estava ouvindo. Não escutava mais os sons da piscina ou dos hóspedes conversando. A única coisa que passava pelos meus ouvidos e era processada era a voz de Nina.
Nina: mas ela é! E é só minha. - disse com a boca cheia.
As duas riram e passaram por mim. Pisquei algumas vezes e encarei minhas amigas. As três me olhavam confusa e levemente preocupadas. Pigarreei e peguei minha canga. Olhei para trás e vi Lauren me encarando. Aquela troca de olhares foi tão intensa que senti minhas pernas vacilarem. (Lauren e Nina haviam transado? Ela não me quer. Ela não me quer. Se quisesse não teria transado com a Nina. É Camila. Você perdeu a guerra). Suspirei e desviei o olhar.
Diana: BUDDY? - gritou e eu olhei para trás. Nem tinha percebido que havia me afastado da mesa. - AONDE VAI? - perguntou preocupada. Olhei para Lauren que tinha uma expressão confusa.
Camila: errr... e-eu... - fechei os olhos e balancei a cabeça afastando as palavras de Nina sobre Lauren ser a deusa do sexo, ser dela. - Eu vou atrás do Theo. Combinamos de mergulhar hoje. - Dinah sorriu toda contente e se levantou. - Queremos privacidade. - Diana, Mani e Dinah arregalaram os olhos e eu tentei sorrir.
Dei meia volta e sem querer querendo, meus olhos encontraram o de Lauren. Ela parecia irritada. O olhar dela era igual ao de ontem à noite. Mas naquele momento não quis pensar o que ele significava. Sai sem olhar para trás. Lauren e Nina haviam transado e eu havia perdido de vez a chance de tentar algo com a bartender. Talvez seja até melhor. (Lauren não era para mim. Só de ter pegado minha irmã oferecida, prova que ela não era para mim. Isso Camila! Continue com esse pensamento e cabeça erguida).
Passei pelo lobby do hotel e sorri cumprimentando Ariana e Ally. As duas estavam rodeadas de turistas. Não parei para conversar com Ariana. Precisava apagar da memória os beijos de Lauren, a pegada e principalmente, aquele olhar. Comecei a andar sem destino. Uma hora eu saberia voltar para casa.
POV Lauren
Depois de ver Camila saindo com uma expressão estranha, fiquei pensando no que tinha acontecido para que ela ficasse daquele jeito. Talvez Nina e Caroline tivessem falado alguma coisa para ela. Ou as amigas. Não sabia o que pensar. Procurei focar no trabalho e ignorei totalmente a presença de Nina. Minha cabeça estava em outra morena, mais precisamente, em uma fotógrafa de moda de uma famosa revista de Nova York.
O fim do expediente no hotel chegou e eu rapidamente saí. Não queria dar chance para Nina barrar minha saída. Ao chegar ao veleiro, fiquei tentada em ir ao veleiro de Theo, mas me controle e segui diretamente para o meu. Tomei um banho caprichado e desmontei na cama. Precisava descansar alguns minutos antes de ir para a boate. Acordei com o barulho estridente do meu celular. Apalpei a cama e o encontrei quase despencando do colchão.
Serguei: não sei como foi sua noite de ontem ou seu dia hoje, mas preciso de você aqui, Jauregui. Cadê você? - franzi o cenho e afastei o celular e quando vi as horas, praticamente saltei da cama.
Lauren: desculpa, Sergue. Eu já estou indo. Acabei dormindo demais quando cheguei do hotel. Já, já chego ai. Segura as pontas. - disse jogando o celular sobre a cama. Era meia noite e meia e a essa hora a boate estava no ápice.
Serguei: não demora, Jauregui. Mais uma hora de atraso e não precisa vir. - franzi o cenho com a rudeza com que estava sendo tratada por Serguei.
Lauren: não, chefe! Eu já estou de saída. - peguei minha jaqueta e a vesti. Estava de calça jeans e top. A jaqueta serviria para tapar os peitos e as costas do frio. - Fui! - desliguei e peguei minha carteira e as chaves da moto.
Sai do veleiro o mais rápido que consegui. Nem mesmo desejei boa noite aos seguranças da marina. Fui logo subindo na moto e disparando em direção a boate. Durante o caminho tentei entender o porquê de eu ter dormido demais e o motivo de Camila ter saído daquele jeito no café da manhã. Não sabia se as amigas tinham falado algo para ela, mas não era da minha conta. Estacionei a moto de qualquer jeito no estacionamento para funcionários e corri para dentro da boate. Assim que entrei, fui recebida por um avental no rosto.
Serguei: hoje você vai servi lá em cima. - franzi o cenho e olhei para o lado. Dinah estava parada ao lado da porta me encarando. - Anda Lauren! - ordenou me apressando. Assenti e fui até meu armário.
Me troquei rapidamente e coloquei o bendido avental. Passei pelo bar e vi que Theo estava ali preparando as bebidas. Abri a boca em descrença. (Que porra é essa? O que esse infeliz está fazendo aqui?). Ele sorriu para uma das clientes e levantou o rosto. Quando seus olhos encontraram o meu, ele pareceu ter visto um fantasma. (Não basta roubar a Cabello, tem que roubar meu lugar na boate). Neguei com a cabeça e tomei o rumo do camarote. Quando subi as escadas que levavam ao camarote, vi Camila sentada na mesa de Gabe. Mani estava sentada ao lado do dono da Sky.
Serguei: balcão central, Jauregui. - passou por mim. Dinah e ele estavam de mãos dadas. Revirei os olhos e segui para o balcão.
O movimento no balcão do camarote era reduzido e as bebidas eram bem mais sofisticadas e caras. Era uma vantagem ficar ali, mas a desvantagem foi ficar de frente para Camila. Ela me olhou apenas uma vez antes de se divertir com as amigas. Vero e Ariana se juntaram a elas e eu vi Verônica dar em cima de Camila. Quase quebrei uma garrafa de whisky dose anos. Não entendia o motivo de Serguei ter me colocado no camarote. Respirei fundo e em um momento de paz no bar, eu me sentei no chão. Precisava pensar e olhando aquela cena deplorável de Verônica dando em cima de Camila eu não conseguiria pensar em nada. Escutei um copo estalando no balcão e respirei fundo antes de me levantar. Tomei um puta susto quando vi Camila, Vero e Diana.
Vero: ué?! O que está fazendo aqui? Seu lugar não é emb... - a interrompi.
Lauren: Serguei me colocou aqui. O que desejam? - fui curta e grossa. Vero se assustou com a minha grosseira e cochichou algo no ouvido de Camila que sorriu. A garrafa que estava na minha mão chegou a estalar tamanha a força que apliquei sobre ela.
Diana: err... eu vou querer um Scott. - apontou o whisky atrás de mim. Assenti e rapidamente abri a garrafa, coloquei duas pedras de gelo e derramei o liquido âmbar dentro do copo. - Err... obrigada. - sorriu e eu assenti com a cabeça. Olhei para o "casalsinho" a minha frente. Vero tinha uma mão na cintura de Camila que sorria enquanto pensava no que iria beber. - Anda, buddy. Eu quero ir dançar. - sorriu virando-se de costas e apoiando os braços sobre o balcão.
Camila: errr... o que vai querer brunette? - perguntou sorrindo. Vero gargalhou e beijou a bochecha dela. Trinquei a mandíbula. Estava irritada com aquela troca de carinhos a minha frente. Camila era livre e poderia ficar com quem ela quisesse, mas algo dentro de mim não concordava com isso. - Err... eu acho que vou querer um skyblue. - assenti e rapidamente comecei a preparar a bebida.
Vero: eu vou beber do seu. - beijou o pescoço de Camila e aquilo foi o cumulo para a minha calma. Peguei o copo que estava na minha mão e taquei na prateleira de copos de cristais. - QUE ISSO? Lauren? - eu estava ofegante e irritada.
Serguei: ficou maluca, Lauren? Eu te promovo e assim que me recompensa? - olhou para a prateleira totalmente estilhaçada. Olhei novamente para Camila que estava horrorizada. Engoli a seco e controlei minha respiração.
Lauren: e-eu... - Vero me encarava com um misto de preocupação e raiva. - Coloca na minha conta. - Vero arregalou os olhos. Possivelmente por saber que a grana que eu gastaria pagando aqueles copos e aquela prateleira era praticamente todo o salário que eu recebia em um ano juntando todos os meus empregos. Naquele momento eu não estava com cabeça para pensar em finanças. A aproximação de Camila e Verônica me deixou fora de mim. - Eu vou nessa. - tirei o avental e saltei no bar, mas fui impedida de continuar por uma mão segurando meu punho.
Vero: que isso? Tá louca? Vai pagar o conserto? - estalei o pescoço e me virei para ela.
Lauren: eu quebrei não quebrei? Então eu tenho que pagar. Me solta! - puxei a mão, mas Vero me segurou com mais força.
Vero: tá surtando, Lauren? Você sabe que não tem grana para pagar isso. O que está acontecendo? - respirei fundo e soltei o ar de uma vez.
Lauren: não sei, mas se soubesse não diria a você. Não quero atrapalhar sua noite. - olhei para Camila e depois voltei meu olhar para Vero.
Vero: o q-que? Não! Lauren nós n... - não a deixei continuar. Puxei meu braço com força e encarei Serguei.
Lauren: à vista. - disse antes de jogar o avental em seu peito. Desci os degraus do camarote pensando no que eu tinha acabado de fazer. O motivo? Não sabia. Confesso que não me arrependi de quebrar aquela prateleira. O stress pareceu sumir por alguns segundos. Alcancei o estacionamento e encarei minha moto. Lembrei-me do dia em que Camila me prensou contra a moto me obrigando a beijá-la. Eu não entendia o que estava acontecendo comigo. Eu sentia uma forte atração por Nina, mas Camila mexia com a minha cabeça. Mas mexia tanto que eu nem mesmo percebi quando chutei a moto isolando meu capacete e trincando o retrovisor direito. - MERDA! O que você está fazendo comigo, garota? - fechei os olhos e contei até dez antes de pegar meu capacete e levantar a moto. - Droga! - arranquei com força o espelho quebrado e o joguei no chão. (Mais uma dívida. Que beleza!).
Não sei o que aconteceu e nem como, mas Camila e Vero voltaram a minha cabeça. Acelerei com tanta raiva a moto que quando soltei o freio, a moto cantou pneu antes de atingir as ruas de Mônaco. Escutei uma voz aflita gritando meu nome, mas não parei. Estava irritada, com raiva de algo que eu não sabia explicar. Depois de várias voltas, pude finalmente parar, respirar com mais calma e pensar racionalmente. Obriguei minha mente a voltar à saída da boate e o grito que escutei. Eu conhecia aquela voz. Uma voz maravilhosa. Uma voz marcante. Aquela voz. Aquela voz era dela. Era ela. Ela foi atrás de mim. (Por quê?).

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