Continuação - 22

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SALVADOR

Quando o relógio despertou, ainda estava escuro. Marina cutucou a amiga que dormia em um colchão, no chão de seu quarto. Ansiosas pela viagem, elas se arrumaram em tempo recorde. O taxista chegou na hora combinada e o voo também saiu sem atrasos. O coração de Marina estava descompassado desde cedo. Ela praticamente não dormiu e só imaginava o rosto de Maurício e seu sorriso. Esperava que tudo desse certo, como Flávia e Rafael tinham combinado.

Flávia, por sua vez, também compartilhava do entusiasmo da amiga. Eram como irmãs e a felicidade de uma era a da outra. Era como acompanhar um de seus livros de romance. Só que na vida real.

Admirava a devoção de Maurício pela amiga. Eles eram tão lindos juntos, que ela tinha de admitir que contos de fadas não estavam tão fora da realidade... Bem, no caso de Marina, pelo menos!

Assim que o avião pousou, Flávia mandou um recado para Rafael. Marina começou a ajudar o passageiro que estava interditando o corredor. Praticamente carregou a bagagem de mão do indivíduo até a saída do avião. Isso, sim, é que era ansiedade!

– A caridade nunca falha! – Flávia disse divertida. – Tá lindo de se ver... Tô comovida!

– Ah! Para de gracinha e anda mais depressa! Você tá andando como alguém de oitenta anos! – Marina reclamou. – Mentira. Minha bisa quando tinha oitenta era bem mais rápida!

Flávia só achava graça, mas se apressou de qualquer maneira, pois ela também queria ver a carinha do Maurício ao ver Marina, depois de tantos meses longe um do outro. Isso, definitivamente, era melhor que qualquer romance que já assistira na TV.

***

Rafael estranhou a claridade. Não estava acostumado a ver o sol brilhar já às cinco horas da manhã. Apesar disso, não se incomodou e voltou a dormir, mas não por muito tempo. Todos levantavam cedo naquela família, por causa do trabalho. Às seis horas, já se ouvia a agitação da casa.

– Quer ficar por aí, Soares? – perguntava Maurício enquanto calçava o tênis.

– Hm.

– Estou indo ao mercado comprar umas coisas pra pizzaria. Hoje o movimento é dobrado. Pode ficar dormindo, se quiser, viu? Tem problema não.

– Aonde você vai mesmo?

– Vou ao mercado e meus pais vão com o Breno para a loja.

– Hm. Que horas são?

– São seis e uns quebrados...

– Vou com você.

– Beleza! Fica pronto aí que a gente já vai bater um rango e sair.

Rafael nunca tinha provado suco de cajá e simplesmente adorou. Estranhou comer tapioca com queijo coalho e coco ralado. Vinha da terra do queijo, mas não conhecia esse. E tinha o cuscuz com ovos mexidos, totalmente diferente do que ele imaginava. Estava sendo uma experiência e tanto!

A família era comunicativa e engraçada. Concluiu de onde saíra o bom humor do amigo, já que Seu Marcondes era ainda mais divertido! Passaram o tempo do desjejum rindo com as histórias que ele contava.

Já na saída para os afazeres do dia, Maurício recebe uma ligação. Era o irmão Farias querendo programar alguma coisa para o horário do almoço. Iriam para Ilhéus por volta das três da tarde. Enquanto Maurício conversava ao telefone, Rafael também recebia um telefonema.

Quando o Amor Acontece: A ProcuraOnde histórias criam vida. Descubra agora