Eram nove horas da manhã, quando Flávia levantou da cama. Geralmente, acordava mais cedo, mas por conta da festa de boas-vindas do seu irmão, tinha ido se deitar bem tarde. Desceu as escadas, sentindo um cheiro de bacon no ar. Foi até a cozinha e viu a família toda sentada em volta do balcão, assistindo Fabrício fazer o desjejum.
– Mas que delícia de cheiro! – exclamou Flávia. – Típico desjejum americano?
– Aham! – confirmou Felipe que achava o máximo não ter que fazer seu próprio lanche. – E veja... Tem ovos mexidos também!
– E panquecas! – Flávia completou ao ver mais de perto o que o irmão já havia preparado. – Nossa! Você dormiu? Como conseguiu fazer isso tudo sozinho?
– Eu ajudei com as panquecas – a mãe confessou. – Mas o resto foi tudo ele quem fez! – disse orgulhosa.
– Ah, mãe! Nada se compara à sua comida – elogiou Fabrício. – Tô fazendo o desjejum, mas sou uma negação com qualquer coisa mais elaborada – admitiu.
O pai já se servia dos ovos mexidos e dos primeiros pedacinhos de bacon. Flávia e os demais se juntaram a ele, quando Fabrício desligou o fogão, trazendo mais bacon. A manhã seguiu tranquila, enquanto todos nem queriam sair de casa, apenas aproveitar a oportunidade de estarem juntos debaixo do mesmo teto, depois de tanto tempo.
À tarde, Fabrício e Flávia decidiram sair para comprar sorvete. Havia sobrado parte da torta servida na festa e pensaram que seria ótimo comer com sorvete de chocolate. Foram a pé, já que não estavam tão longe da sorveteria do bairro. No caminho, conversavam de tudo! Desde a faculdade do irmão até sobre os novos desenhos animados e de como eram inferiores aos da época em que eram crianças. Riam sem se importar com quem os olhasse torto. Pareciam duas crianças falando bobagens. Quando chegaram à sorveteria, Fabrício pediu que sentassem um pouco. Ele já não estava tão acostumado a andar tanto! Nos EUA, andava de carro constantemente. Os morros de Minas Gerais faziam seu pulmão pedir um descanso. Eles, então, se sentaram em uma mesinha, aos fundos da loja.
– Agora, falando sério – Fabrício começou outro assunto. – O que rola entre você e Rafael? – Disse com um sorriso torto.
– Nossa, você foi direto mesmo, hein? – Flávia ficou um pouco surpresa. – Mas para sua informação, somos só amigos!
– Aham... – disse em tom de ceticismo.
– Verdade! E ele tem uma namorada... – essa era a oportunidade dela contar para o irmão o que queria, antes mesmo que "chegasse" ao país. – E, bem, eu meio que tenho um namorado também – soltou.
– Uau! – exclamou ainda assimilando o que acabara de escutar. – E eu conheço? Como ele se chama?
– Gustavo. E não, você não conhece. Até mesmo porque... Bem, ele não é da igreja.
Ela contou tudo de uma vez. Compartilhou com o irmão toda a história, desde o dia que começara a trabalhar no estágio. Falou o quanto se sentia mal por ainda não ter contado para a família, mas sentia que podiam se decepcionar com ela. Depois de falar sobre todas as suas preocupações e dúvidas, ela, por fim, se calou. Seus olhos estavam rasos d'água. Tentou disfarçar, mas teve que enxugar com as costas das mãos.
– Ei, Flavita – Fabrício começou, falando com carinho. – Não estou decepcionado com você e acredito que o pai e a mãe não vão te julgar, nem nada! Mas eu quero que você me escute agora.
![](https://img.wattpad.com/cover/37377223-288-k247180.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Quando o Amor Acontece: A Procura
RomanceFlávia acha um celular perdido e decide devolvê-lo, mas não imaginava que o dono do telefone fosse despertar tanto o seu interesse. Rafael era encantador e, pelo que ela percebeu, também se interessou por ela. Para completar, o melhor amigo dele se...