Continuação - 8

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– Oi, moça!

– Oi, moço!

– Saudades, já? – ele brincou, ao que Flávia corou do outro lado. Mas ninguém veria, certo?

– Ô, tô que não me aguento! – conseguiu responder. – Como você tá? Conseguiu chegar a tempo no trabalho, depois do almoço?

– Uns minutinhos atrasados, pouca coisa. Mas valeu a pena! – ele dera um sentido ambíguo à declaração, o que foi proposital.

– Hum, tá certo – ela não sabia como lidar com aquilo.

Ele se referia só ao celular? Claro que sim. "Que ideia, Flávia!", se repreendeu. – Então, na realidade, liguei pra falar com sua mãe... – ela disse meio sorrindo. – Mas já que você atendeu, posso me entender contigo mesmo. Fazer o quê, né?

Ela não conseguia parar de provocá-lo. Era divertido.

– E eu pensando que estava com saudades mesmo! Feriu meus sentimentos... – ele adorava flertar com ela, apesar de achar que Flávia não percebia nenhum interesse de sua parte. Provavelmente ter apresentado Alice para ela, tenha sido um ponto forte.

Ele escutou a risada dela pelo telefone e achou charmosa.

Flávia, então, explicou o motivo da ligação. Rafael prometeu conversar com a mãe sobre o assunto. Ela anotou o telefone da casa dele, para passar para sua mãe. Daí as mães que se acertassem, sem colocar os filhos no meio.

– Mas, então... – Rafael começou. – Você vai mesmo ao baile do final de semana?

– Sim, não perco por nada! Sabe quantos rapazes estarão lá? Não me condene por estar animada, pois na minha região a safra tá escassa. Muita moça por metro quadrado!

– Opa! Aí que tá bom, então! – brincou. – Vai sozinha? – perguntou como quem não quisesse nada. Ela nem percebeu a real intenção da pergunta.

– Vou com minha melhor amiga, Marina. Claro que ela preferia ir com algum rapaz, mas eu sou o que ela tem no momento – riu. – E você? Vai com alguém?

Flávia tinha certeza que Rafael convidaria Alice.

– Um amigo meu está vindo da Bahia só para esse baile. Servimos juntos na missão. Fora isso, talvez eu convide outra pessoa também, mas nada certo – tinha pensado em convidar Alice, mas estava a ponto de desistir.

– Hm... Sei – e ela sabia mesmo. – Meu professor da faculdade também vai. Ele tem um amigo que é membro da igreja. Vai ser divertido, então... Vamos ser um grupo grande! – disse sem tanto entusiasmo como antes.

– É, vai sim! – "o professor coroa não dava folga mesmo! Daquela idade e não se enxergava".

Flávia pensou que, pelo menos, não estaria sozinha, mas Rafael estava disposto a espantar o "vampiro de dentadura", sem o menor problema.

– Então, tá... – ela começou a se despedir. – A gente se vê no baile!

– Sim, te vejo lá... Ei! Você vai ser a de vermelho?

Flávia abriu um sorriso.

– Dessa vez não darei pistas. Boa noite, Rafael!

Ele gostava como seu nome soava na voz dela.

– Boa noite, Flavinha!

Ela até que gostou da nova variação de seu nome.

Quando o Amor Acontece: A ProcuraOnde histórias criam vida. Descubra agora