Assim que Maurício chamou Marina para dançar, Flávia e Rafael se viram sozinhos. Os casais iam se formando e Flávia achou melhor sair do meio da pista. Ela era uma negação quando se tratava de qualquer dança que exigisse um par. Rafael segurou o seu braço antes que ela se distanciasse e falou perto de seu ouvido:
– Que tal dançarmos um pouco? – convidou.
– Não precisa... sério! De todas as moças deste recinto, sou a pior no que se refere a forró. Acredite, não estou exagerando – ela respondeu, sem querer colocar Rafael em qualquer tipo de obrigação, já que seus amigos agora estavam visivelmente encantados um pelo outro.
– Gosto de desafios! – falou com um sorriso nos lábios. – Modéstia à parte, sou bom parceiro de dança. Só deixe eu te guiar. Vamos devagar, eu prometo – ele estendeu a mão, esperando que ela aceitasse seu convite.
– Sinto muito por seus pés! – disse balançando a cabeça. – Não diga que não foi avisado!
Ela, então, segura a mão dele e ambos sentem uma corrente elétrica se estender por seus braços. Rafael começa a dar as primeiras instruções, dizendo que ela deveria colocar um de seus braços sobre o ombro dele. Logo estavam com os corpos bem próximos. A mão dele pousava sobre as costas de Flávia que não parava de sorrir e achar graça de toda aquela situação. Ela corava violentamente. Rafael percebia que ela estava sem graça e achava isso tão adorável que a provocava ainda mais, pedindo que olhasse para ele enquanto dançava.
– Se ficar olhando para os pés, não vai conseguir me acompanhar. No forró, sou eu quem vai te guiar. Vamos, olhe pra mim... nem sou tão feio assim, vai! – falou, esperando a reação dela.
Ela ria, mas tentava ficar séria. Sem sucesso. Por várias vezes, eles trombavam um no outro, na tentativa de acertarem o passo. Por fim, decidiram pelos passos mais simples: dois pra cá, dois pra lá.
– Avisei que sou péssima! – protestou, olhando para Rafael.
Ela sentia o braço dele a segurando e percebeu que estavam bem próximos. Só ficara assim com Rodrigo, amigo de seu irmão, que uma vez a convidou para dançar em uma festa de aniversário, em sua casa.
Rafael sentia o perfume dela a cada movimento de dança. À medida que iam dançando, ficavam mais relaxados e à vontade um com o outro. Nem perceberam quantas músicas haviam se passado. Conversaram sobre os bailes que já foram e outras trivialidades. Flávia contou que, quando era criança, chegou a fazer aulas de jazz, mas que pouco se lembrava dos passos. Conversavam, riam e dançavam ao mesmo tempo. Ela havia melhorado consideravelmente e até arriscou alguns rodopios conduzidos por Rafael.
– Olha só eu te superando no forró! – ela brincou. – Agora vou ser supersolicitada nas próximas danças.
– Vai me abandonar agora que já não precisa mais de mim, né? Devia ter previsto isso – disse em tom de flerte.
– Sou fiel aos amigos. Mesmo que você hoje não dance tão bem quanto eu, faz parte do meu atual lema: a caridade nunca falha! – ela falou, adorando provocá-lo. – Mas falando sério, obrigada por compartilhar seu conhecimento comigo! Quem sabe não fica mais fácil arranjar um namorado? Todo rapaz hoje em dia só dança forró!
– Sério mesmo que você acha difícil achar um namorado? – ele perguntou incrédulo.
– Sério. Por que a dúvida? Veja que, de 1.000 rapazes que estão neste local, só você me chamou pra dançar. Muito improvável que me convidasse pra dançar se Marina e Maurício não tivessem nos deixado de vela – disse com sinceridade.
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Quando o Amor Acontece: A Procura
Roman d'amourFlávia acha um celular perdido e decide devolvê-lo, mas não imaginava que o dono do telefone fosse despertar tanto o seu interesse. Rafael era encantador e, pelo que ela percebeu, também se interessou por ela. Para completar, o melhor amigo dele se...