Quando o Amor Acontece: A Procura

Conitnuação - 23

O encontro de Maurício e Marina tinha superado as expectativas. Depois de se abraçarem e se emocionarem no aeroporto, foram para o carro. Marina, obviamente, sentou no banco do carona. Flávia e Rafael se acomodaram no banco de trás. Conversavam animadamente sobre todo o planejamento que fizeram para que tudo fosse uma surpresa.

Em cada semáforo fechado, Maurício roubava um beijo da namorada, que se derretia toda. Flávia não se incomodava nem um pouco com os beijos, apenas olhava para Rafael como se falasse com os olhos "não é lindo?". Realmente a felicidade dos dois era contagiante!

Os rapazes comentaram sobre a família que visitava Salvador e Marina fingiu não saber de todas as fotos que Michelle tinha publicado na rede social. Flávia até respirou aliviada, pois achava que a amiga começaria uma "prestação de contas" com o namorado, mas ela ficou tranquila e não comentou absolutamente nada.

Os rapazes combinaram que as deixariam na pousada na qual as duas iriam se hospedar, para que se alojassem e se preparassem para o horário do almoço. Não demoraram muito a fazer o check-in, enquanto Maurício e Rafael aguardavam. Ao terminarem o registro, os rapazes acertaram o horário que voltariam e seguiram para casa, a fim de também se aprontarem para o almoço com a família Farias.

***

Desde cedo Michelle havia decidido se bronzear. Acordara às sete da manhã para um banho de mar e continuara na praia até perto das onze. A pele branca já estava com um aspecto avermelhado, típico de quem já passou da hora de se retirar do sol. Levou o celular consigo e, entre um mergulho e outro, publicava fotos na rede social, quase como um vício narcisista. Queria registrar todos os passos que desse em Salvador, julgando ser essa a viagem que mudaria a sua vida.

Após ter sido confirmado o horário e o local do encontro, a família partiu em um táxi, para encontrar os amigos e saborear uma tradicional Paella Baiana. A família partiria para Ilhéus logo após o almoço e tiveram uma surpresa quando Michelle disse que não iria.

– Como assim, Michelle? – indagava Vânia.

– Não quero ir, mãe! Quero ficar aqui em Salvador – a moça respondia decidida.

– Mas a família toda vai, filha – ponderava Ricardo. – Era esse o propósito, né? Férias em família!

– Mas eu quero ficar! Por favooor...

– Não sei como vamos resolver isso, Michelle – Vânia insistia. – Vamos almoçar e depois conversamos a respeito. Acho até que perdi a fome...

Todos permaneceram em silêncio, mas os pais da moça se entreolhavam numa comunicação quase telepática. Por que Michelle tinha sempre que ser do contra?