Após um banho refrescante, Rafael se arrumava e pensava no que Maurício tinha dito sobre viver um dia de cada vez. Era a mais pura verdade! Por que ficar pensando no que não tinha, se podia viver o que tinha? Sua viagem para Salvador superou qualquer expectativa. Decidiu que aproveitaria bastante o final da noite e faria da segunda-feira um dia e tanto!
Sabendo que os jovens ficariam à beira-mar conversando, dona Lila preparou uma cesta com quitutes, refrigerantes e copos descartáveis. Também tinha separado uma canga larga, onde poderiam se sentar na areia. Maurício beijava a mãe diversas vezes seguidas na bochecha, agradecendo o gesto. Logo estariam frente à pousada, esperando pelas garotas.
Já eram quase vinte horas quando os rapazes chegaram e a recepção interfonou, avisando a chegada deles. Rafael decidiu que iria à praia, escolher um local para sentarem, enquanto Maurício aguardava elas aparecerem. Ele estendeu a canga na areia e esperou, literalmente, sentado.
A praia estava iluminada e umas poucas pessoas tiveram a mesma ideia de conversar de frente ao mar. Lá estavam um casal com uma criança e duas amigas gesticulando animadas, mais distantes. Ele fechava os olhos tentando equalizar o som das ondas com o do vento forte. Achou relaxante, quase inebriante. Nunca percebera o cheiro do mar. Deitou-se, apoiando a cabeça em um dos braços e logo ouviu a risada do Maurício chegando com as amigas.
– Ei – Rafael disse ainda deitado.
– Vida boa, hein? – Marina provocou.
– Tem um cantinho pra eu sentar? – Flávia estava em pé ao lado dele. Ela estava com o cabelo solto desta vez. A trança de antes fora desfeita e apenas parte do cabelo ficava presa com um grampo. Ele se lembrou do baile regional, pois Flávia fez um penteado semelhante.
– Opa! Claro! – ele prontamente se afastou. Deixando claro que pretendia tê-la ao seu lado, bateu a mão no espaço que antes estava deitado.
Flávia sorriu, sem conseguir evitar. Estar com Rafael vinha sendo seus momentos favoritos daquela viagem. Marina observava os dois e percebia o clima. Os olhos de Flávia brilhavam e ela não conseguia parar de sorrir. Rafael agia de maneira semelhante e Maurício também já sabia que alguma coisa estava acontecendo entre os dois, mesmo que nenhum deles ainda tivesse admitido. Maurício e Marina também se sentaram. As duas amigas entre os dois rapazes. Marina aqueceu os braços com as mãos, sentindo o vento forte e frio. Maurício puxou a namorada para junto dele, num abraço carinhoso e protetor. Rafael pensou em fazer o mesmo com Flávia, mas se deteve. Percebendo a cesta, Marina quis saber do que se tratava.
– Dona Lila fez umas coisinhas pra gente – Maurício explicou.
– Que graça! – a moça completou. – Agradeça a ela por mim. Gente, minha sogra é um amor...
– Um espetáculo! – brincou Maurício, ganhando um beijo no rosto.
– E Michelle? – lembrou Rafael subitamente.
– Está arrumando a mala pra viajar amanhã cedo – Flávia respondeu.
Maurício deu um largo sorriso para Rafael, que retribuiu.
– Nenhum Gomes perde tempo, Soares! – ambos riram.
As moças não entenderam de imediato do que se tratava, mas Maurício contou que Marcos já tinha pedido a moça em namoro.
– Nossa! – Marina disse sorrindo. – Isso é de família?
– Sortuda... – Flávia deixou escapulir, quase em tom de desabafo.
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Quando o Amor Acontece: A Procura
RomanceFlávia acha um celular perdido e decide devolvê-lo, mas não imaginava que o dono do telefone fosse despertar tanto o seu interesse. Rafael era encantador e, pelo que ela percebeu, também se interessou por ela. Para completar, o melhor amigo dele se...