Quando ela fechou a porta do banheiro atrás das costas e passou a chave, eu a enlacei pela cintura e a trouxe para perto de mim, mas senti seu corpo enrijecer imediatamente.
- Eu não vou transar com você nesse banheiro, seu babaca! - ela me empurra e me encara, furiosa. Eu não conseguia saber se a achava louca ou sexy como o inferno. Mulher doida!
Era óbvio que ela iria querer uma explicação. Eu ia querer uma explicação se estivesse no lugar dela. Ela foi atacada e ofendida gratuitamente, totalmente alheia ao que acontecia na minha vida fodida. Eu a levei para o covil.
-Olha Blair, eu nem sei por que a Hanna fez isso... Ela normalmente não é assim, a gente não tem nada um com o outro - quando ela pousa as duas mãos na cintura, eu me vejo obrigado a retificar o que acabei de falar - Nada sério um com o outro. É só uma história muito complicada e grande demais.
- Sinceramente? Eu tô pouco me fodendo para sua relação com ela ou os delicados sentimentos que ela nutre por você, Hard. - oh caralho, ela me chamou pelo sobrenome. De nenhuma fodida maneira isso poderia ser bom. - Mas eu nunca vou aceitar alguém falar comigo como ela falou. Ninguém. - sua voz soava completamente calma, até baixa demais, mas seu peito subia e descia conforme ela respirava e eu sei que ela estava tão nervosa com essa situação quanto eu.
- Sobre o que ela falou... - eu começo, mas Blair me corta.
- Eu não quero saber. Eu não ligo para o que vocês fazem. Ela disse que te dividiria e poderíamos ser um trio. Eu nem quero saber quantas vezes vocês devem ter feito isso, meu Deus!- Eu sinceramente também não quero que ela imagine, por que foram muitas. Mas ela é diferente, caralho! O meu desespero aumenta quando ela vai em direção à porta e a destranca - Eu sei entender o significado de sem amarras, sem expectativas, sem constrangimento. Nós transamos, foi bom. Não vou criar expectativa sobre isso e muito menos constrangimento. Fique com a sua vagabunda de estimação.
Eu paro imediatamente e a encaro.
- Você só pode estar de brincadeira, porra. - dessa vez, é a minha voz que sai carregada de raiva. - Eu quero me explicar, quero que nós fiquemos bem...
- Eu posso te garantir que estou muito bem. - ela fez menção de sair de novo, mas nem por cima do meu cadáver ela ia falar o que quiser e sair assim. Se ela é ruim, eu sou mil vezes mais. Coloquei a mão na porta, fechando-a e quando eu a tranquei novamente, o clique soou no silêncio que havia entre nós.
- Eu acho que você não está - prendo-a com o outro braço e passo meu nariz levemente por cima de sua orelha, depois desço para seu pescoço - Você só é teimosa para caralho para admitir isso.
- Pensa o que quiser, Hard - ela me encara, sustentando seus olhos no meu. Sua expressão era firme, eu devo admitir que a mulher era uma muralha. Tinha uma boca respondona e um corpo que me levou ao céu várias vezes em poucas horas, mas era a sua personalidade que me encantava. Ela nunca abaixaria a cabeça para Hanna, ou para mim, ou para quem quer que seja.
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Hard I REPOSTAGEM I
Literatura Feminina*** A infância de Diego Muniz não foi nada fácil. Bem, pelo menos, não o que ele lembra dela. Abandonado pelo próprio pai em um orfanato após a morte de sua mãe, o garoto de olhos verdes e assustados só voltou a conhecer o amor familiar quando foi...