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A infância de Diego Muniz não foi nada fácil. Bem, pelo menos, não o que ele lembra dela. Abandonado pelo próprio pai em um orfanato após a morte de sua mãe, o garoto de olhos verdes e assustados só voltou a conhecer o amor familiar quando foi...
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Minha mãe continua falando sem parar enquanto somente três palavras ecoam em meu ouvido. Três palavras que me paralisaram, mas que poderiam muito bem ter desencadeado um surto psicótico dentro de mim tamanho era meu ódio.
E dor, muita dor.
Traidor maldito.
"Ele está noivo" foi a única coisa que ouvi em meio a toda aquela conversa mole da minha mãe, me dizendo que eu deveria aceitar e seguir em frente. Eu nunca vou aceitar isso. Nunca vou aceitar que ele se vá e me troque pela primeira vagabunda inútil em quem ele tropeçou no meio da nossa história.
Por que no fim de tudo é isso: nós dois.
Sempre fomos nós dois e mais ninguém. Quando ele chegou nesse país, totalmente sozinho e com uma história fodida, quem o ajudou fui eu. Eu fui sua melhor amiga todo esse tempo, e mesmo que eu tenha feito algumas merdas por aí, eu sempre estive ao lado dele. Sempre o deixei fazer o que queria e voltar para minha cama, se aquecer em mim, dormir ao meu lado, dividir seus problemas, suas taras, suas fantasias. Eu já fiz coisas com Nick Hard e por Nick Hard que até o mais louco ser humano duvidaria e é assim que ele me paga. Nós fomos feitos um para o outro por que somos iguais, e ele simplesmente conhece alguém em um dia e no outro já está casando com ela?
Nem por cima do meu cadáver.
Fecho os meus olhos e posso vê-lo na minha frente. Posso ver nós dois em nossos momentos mais íntimos. Era inebriante o modo como combinávamos. Nossa química sempre foi perfeita. Posso ouvir sua voz rouca em meu ouvido, sempre pedindo por mais.
"Desce mais... Isso... É assim que você gosta de ser fodida?"
"Você adora ter meu pau dentro de você, não é mesmo?"
"Você quer ser chupada? Então implora... Implora assim que eu faço."
Lembro de suas mãos sobre meu corpo, apertando, marcando, por vezes machucando. Sinto seus dentes sobre mim, arranhando tudo. Sua rispidez ao me penetrar, falando coisas obscenas que eu amava ouvir. Éramos um só em momentos assim. Eu fico excitada apenas em lembrar como ele me preenchia. Sinto minha calcinha molhar a cada flash de memória e isso dói, por que eu sempre o tive ao meu alcance.
Nós nos completávamos em nossa loucura e agora, nem sequer meus telefonemas ele atende mais. Eu simplesmente fui tirada de sua vida como um câncer, uma doença, um ser indesejado. Eu jamais vou aceitar isso.
- Hanna? - minha mãe estala o dedo na frente do meu rosto, enquanto se movimenta pela enorme cozinha planejada de seu apartamento. Eu estou sentada em uma banqueta, de frente para ela. Meu café já esfriou, mas eu não me importo. Eu apenas quero saber quando isso aconteceu.
- Quem te contou? - eu cuspo minhas palavras e minha mãe estaca, me olhando como se eu fosse louca.
- Você não ouviu nada do que eu disse, não é mesmo? - ela aperta os olhos para mim - Eles ficaram noivos ontem à noite e quando Nick ligou contando, eu estava na casa de Chris e acabei ouvindo tudo.
