Capítulo 42

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Elza narrando

          Só me lembro da batida, sendo retirada do carro e depois tudo ficou em completa escuridão. A todo tempo fico pensado no meu filho e se eu o perdi. Não posso perdê-lo, lutava contra a morte, tenho que voltar por Ian e explicar tudo.

          Não sei por quanto tempo estou desacordada, sinceramente parece que faz anos. Estou em coma, isso eu sei, escuto tudo que falam, só não dou conta de acordar. Escuto a voz doce da minha mãe um pouco longe, a sinto pega na minha mão, queria poder responde ao seu toque.

          __ Minha filha, volta logo por favor, mamãe te ama. Não aguento perde outra filha não, Elza, você é a mulher mais forte que conheço, seu marido está te esperando, assim como todos, Angélica está desesperada. Você tem que ver como a Valentina é linda minha filha. - Disse e beijou minha testa, queria poder dizer que também a amo.

          Escuto a porta sendo aberta novamente, eu preciso acordar logo. Quero saber o que aconteceu com meu filho, tenho que ser forte. Escuto o Ian falar e cada palavra aperta meu coração. Com a voz rouca pelo choro, ele diz que tivemos trigêmeos e que estão bem, isso me dá mais força, quero ver meus filhos. Ele pega na minha mão, diante das suas palavras e com muito esforço, deixo rolar uma lágrima, um jeito de tentar me comunicar, aperto de leve sua mão e logo ele sai.

          Luto para acordar, luto pela minha vida e aos poucos vou conseguindo abrir os olhos, a luz do quarto afeta um pouco a minha visão. Logo uma enfermeira entra no quarto e leva um susto ao me ver acordada ou ela pensou que eu estava morta?

          __ Chama o Dr. Celso, ela acordou, por favor. - Grita, logo começa a entrar gente no quarto e começo a ficar tonta pelo tanto de gente.

          __ Cadê meus filhos? Quero ver o Ian. - Falou rápido.

          __ Elza calma querida, prazer sou o médico que está à frente do seu caso, você acabou de acordar de um coma induzido, és muito forte. Responderei todas as suas perguntas, mas com calma, temos que ver se não ficou com nenhuma sequela, mais tarde e depois dos exames, poderá ver seus familiares. - Falou e isso me acalmou, mas só tinha um problema, não estava sentindo minhas pernas.

          __ Dr., por que não sinto minhas pernas? - Perguntei.

          __ Pela pancada do carro com caminhão que foi muito forte, faremos exames mais detalhados para poder te explicar melhor. - Respondeu.

          __ E posso ficar sem andar Dr.? Me diga a verdade! E meus filhos? Escutei quando Ian disse que eram três, eles ainda não estavam no tempo de nascer, me diga que estão bem por favor! - Falei com os olhos marejados.

          __ Elza, só posso te dizer isso depois de alguns exames como já havia dito, seus filhos são lindos: uma menina e dois rapazes que estão lutando para sobreviver, são prematuros, mas estão mais fortes e se recuperando bem. Agora descanse um pouco. - Falou e saiu.

          Só de saber que meus bebês estão bem já me conforta um pouco, agora preciso ver o Ian quero abraçá-lo e beijá-lo, que saudade do meu amor. Aí me lembro que todo esse sofrimento foi por cauda do Caique. Ele é doente, louco, ainda bem que consegui fugir das mãos dele, tenho que contar tudo para o Ian.

          A porta está sendo aberta e vejo a imagem que faz meu corpo estremecer e minhas mãos suarem. Ele está com a feição abatida e magro, quando nossos olhares se encontram uma corrente elétrica percorre meu corpo, como no nosso casamento, seus olhos estão marejados assim como os meus, vem em minha direção e senta-se na cama.

          __Meu amor, nem acreditei que tinha acordado quando o Dr. me chamou, senti sua falta, mas nunca perdi a esperança de que você ia acordar meu amor. - Beija minha testa.

          __ Ian, preciso te contar algo, não posso esperar mais nem um segundo, é sobre meu sumiço. - Falei.

          __ Pequena quando estiver melhor, você me conta tudo, eu acredito em você e te esperei. - Falou, mas eu precisava contar.

          __Tenho que contar logo, eu não fugi como a carta que deixaram para você diz, fui sequestrada pelo Caique no dia que descobrir estar grávida. Ele me aprisionou por 4 meses, um tremendo inferno, fiquei com muito medo de você acreditar na carta, lutei e tive que fingir gostar dele para que não fizesse nada com nossos filhos. Tentava fugir, mas a casa era cercada de seguranças, eu lutei por você e nossos filhos. Antes de você perguntar ele não me tocou, pois disse que tinha um problema por estar grávida, ele também quase não ficava na casa, Ian. Eu tive tanto medo de não te ver de novo, amor, me perdoa eu te amo. - Desabafei, sua expressão era de raiva e tristeza.

          __ Pequena não chora, e não tenho o que perdoar, confesso que quando vi a carta eu pensei que tinha fugido, mas a Ange me abriu os olhos, amor eu nunca desistiria de você e do nosso amor, eu te amo minha vida. Esperaria a vida toda por você. - Falou e me beijou, aquele beijo que tanto esperei, calmo, com carinho e desejo ao mesmo tempo.  __ Pequena, os outros querem te ver e preciso acertar as contas com uma pessoa, fica calma já já volto para vocês, te amo. - Falou deposito um beijo na minha testa e saiu.

          Fico pensando: o Ian não pode ir atrás do Caique, ele pode acabar se machucando, eu não posso deixar isso acontecer. Não demora muito e entram todos, mas chamo o Alan.

          __ Vai atrás do Ian por favor, ele foi atrás do Caique. Ele te conta tudo, vai logo. - Digo, ele só balança a cabeça e sai.

          __ Amiga sua louca, quase me matou. Acredita que quebrei meu resguardo por sua causa, te amo não e faça mais isso. - Ange falou e abraçou-me com lágrimas nos olhos.

          __ Te amo também, quero ver a Valentina, soube que ela é linda. - Disse e vi a Vale no colo do Miguel, era muito linda mesmo, a peguei, ela também é muito esperta.

          Todos me abraçaram e depois Dr. mandou todos voltarem, pois tinha que ficar de repouso. Acho melhor deixa o Ian contar tudo a eles, estou muito cansada. E sobre os movimentos das minhas pernas, o Dr. crê que vou voltar a andar logo, tenho fé. Uma fé inabalável.

          __ Dr., quando vou poder ver meus pequenos? Quero muito conhece-los e poder pegá-los. - Pedi.

          __ Vamos espera eles estarem mais forte para poder ir vê-los, você vai passar por um monte de exames e prometo que todos os dias irei trazer notícias deles. Agora descanse. - Disse e saiu, Dr. celso tem uns 50 anos, mas é muito bonito e simpático.

DE REPENTE APAIXONADA Onde histórias criam vida. Descubra agora