– O que me diz sobre sair para tomar algo comigo hoje? – Miguel indagou assim que minha ultima paciente tinha ido embora. Hoje era sexta-feira e já tinha um compromisso marcado, bem marcado, já que minha amiga já havia me mandado pelo menos 20 mensagens pela manhã.
– Sinto muito em desaponta-lo, mas já tenho compromisso. – Disse o olhando por cima dos olhos, já que analisava alguns papeis.
– Qual é cara. – Disse num tom bem mais jovem que ele e então levantei o rosto para encara-lo. – Pensei que tínhamos nos entendido. – Ri, acho que ele sofria algum tipo de carência.
– Miguel, somos companheiros de trabalho, precisamos manter o profissionalismo. – Lembrei e ele rolou os olhos. Nesses poucos dias de convivência, sabia que ele era teimoso e mal humorado quando não conseguia o que queria.
– Você sai de boa com o Roni. – Ainda insistia e eu deixei de mão os papeis.
– Somos amigos fora daqui, ele é gente boa. – Disse sincera e ele me olhava sarcástico.
– Acredite em mim, ele quer mais que amizade sua morena. – Seu tom era de deboche na ultima palavra, desde quando ele ouviu Roni me chamar assim, vem me provocando.
– Eu vou sair mais cedo porque tenho compromisso. Sinta-se liberado. – Ignorei suas falas e fui para meu outro trabalho. Sei que ele ficaria fulo com esse descaso.
...
- Recapitulando, só para comprovar que não estou louca. – Minha amiga disse com sua encenação de sempre. Bufei um riso. – A senhorita está com um pedaço de mau caminho como reclusão, ele te chamou para ir beber e você recusou? – Ela me olhava com expectativa e assenti. – Mas uma coisa dessa não acontece na minha singela e simples vida. – Gritou assustando o motorista do taxi.
- Ele é um filhinho de papai que ficou com a mulher do dono da boca, que por um acaso, é menor de idade. Quer mais motivos para eu querer distancia? – Perguntei ajeitando minha saia. Ângela me fez por uma saia rodada de couro preta sua com um cropped de manga curta florida. Isso tudo me fez perder quase uma hora.
- Não ligo, eu pegava. – Deu os ombros. – Mentira, tem o Roni, aquele deus grego que estou de olho desde quando você entrou na ONG, mas não colocou na minha fita. – Fiz uma careta, quem ainda diria fita.
- Quem ainda diz fita? - Murmurei e levei um cutuco da minha amiga e o motorista rio.
- Desde quando alguém despensa um gato daquele como Roni? – Rolei os olhos, não adiantava discutir com ela.
Combinei com meu amigo um barzinho na Lapa. Ele me comunicou que iria com um amigo dele. Bom, dependendo do papo, não sairia no zero a zero. Não sou uma pessoa com um histórico de namorados. Tive alguns casinhos, mas sempre fugi de algo sério demais. Não sou nenhuma santa, mas não fui feita para relacionamentos.
Assim que chegamos, rachamos o taxi e eu mandei uma mensagem no whatsapp para Roni. Ele disse que esperava a gente na entrada. Eu ajeitei minha saia e minha amiga retocou seu batom vermelho que combinava com seu cabelo de fogo e caminhamos. Assim que nos aproximavam, eu pude ver meu amigo acompanhado. Seu amigo estava de costa e vestia uma calça de lavagem clara que valorizava bem suas pernas definidas e sua bunda que eu tive vontade de apertar de longe. As costas não comento, o que era aquilo por baixo da camisa preta. Gente, eu me dei bem sem pedir. Aproximei-me e logo o estranho foi se virando e meu sorriso sumindo. Eu não acredito que o destino tem um pavor de mim. Os olhos azuis me captaram e junto um sorriso sensual dançava em seus lábios. Minha amiga me puxou, enquanto eu tinha uma careta decepcionada no rosto e chegamos até eles.
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Será Única
Romance- Você com esse cabelo preto sorriso sem jeito foi chegando perto chegou perto demais, três ou quatro dias tava tudo tão perfeito dos meus problemas eu já nem me lembrava mais. - Advinha de quem vinha essa voz rouca e malditamente sexy? Sim, do cara...