Capítulo 27

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Hoje fui para ONG na manhã, a tarde para o espaço que Jonas tinha, qual fazia atendimentos que era para ser voluntários, mas ele fez questão de remunerar. Era na zona Oeste, fui de ônibus e devido a todo transito caótico da cidade do Rio de Janeiro, cheguei no horário cravado da primeira consulta, mesmo saindo mais cedo e ignorando meu almoço. Tive quatro consultas, que foi bom para esquecer o almoço do meu namorado com sua ex linda e apaixonada. Ele não me ligou ou mandou mensagem durante o dia. Não fui em quem mandaria. Sei que ele estava ansioso, e não queria ir a esse almoço. Nele poderia acontecer tudo, então, acho que estaria preparada para caso ele quisesse voltar com sua ex loira, linda e magra.

Assim que acabaram as consultas, fui para uma reunião com Jonas que me passou as planilhas de outros espaços que havia ido. Com os dados dos pacientes. Ele parecia satisfeito com meu trabalho. Já nos conhecíamos, e ele sabia minha índole. Confesso que já chegamos a flerta a algum tempo atrás, mas hoje o vejo como um grande amigo, embora nunca o veja com alguém sério. Mas ele me respeita, respeita meu relacionamento que está por um fio aliás, isso que importa. O respeito. Jonas me ofereceu carona e acabei aceitando, já que ele passaria no mesmo lugar para aonde iria, minha casa. Fomos conversando e ele me fez ri de algumas histórias. Recebi mensagem do Roni, dizendo que teríamos reunião logo no início da manhã na terça, nada do Miguel. Pedi para Jonas me deixar perto de uma barraca de cachorro quente e ele me olhou sorrindo.

- Está louco que vou perder isso. - Disse ele tirando o cinto.

A barraquinha ficava no princípio da minha rua e vendia o melhor cachorro quente do bairro. Pedi o meu completo e Jonas também. Sentamos em uma mesinha para aguardar. A rua estava movimentada, Janeiro e ensolarado, as crianças tinham férias escolares, já era de se esperar. Eu tinha saudade da minha infância, que apesar de todo drama familiar, foi satisfatório. Nossos pedidos chegaram, e me assustei ao ver dois completos para o Jonas. Ele deu o ombro alegando que esse seria seu jantar e ri.

- Mas me diz você, comendo essas coisas toda e mantem esse corpão aí. - Ele disse colocando a maionese temperada antes de morder um pedaço.

- Que corpão? - Perguntei. - Cê está louco, mas eu mereço esse hot divino. - Disse sorrindo.

- Quem não? - Disse de boca cheia. - Isso está maravilhoso. - Sorri.

Foi divertido confraternizarmos com cachorro quente. Jonas pagou toda a conta, sem me deixar argumentar e caminhou comigo até meu portão. Nos despedimos e ele voltou para seu carro. Assim que destranquei a porta, meu celular apitou uma mensagem. Era Miguel perguntando aonde estava. Disse que em minha casa, não tive resposta. Tomei banho, e assim que sai, o encontrei na sala, sentado com um short de carga vermelho e uma camisa simples. Cabelos molhados, mais curto e sua barba a fazer. Incrivelmente perfeito com seu olhar sério.

- Oi. - Disse e ele me olhou.

- Por que não me ligou? Te esperei lá em casa. - Disse com magoa.

- Você não falou nada o dia todo, pensei que queria esse espaço. - Ele suspirou.

- Você estava achando que mudei de ideia sobre a gente, conheço você melhor do que pensa. - Se levantou e veio até a mim. - Mas para sua frustração, não mudei de ideia. - Disse agarrando minha cintura. - Eu vou me casar com você, teremos uma casa e dois cachorros, e nossos filhos quantos quiser. - Beijou minha testa e aquilo mexeu comigo. Passei meus braços em volta ao seu pescoço.

- Eu te amo. - Disse o olhando nos olhos.

- Não mais que eu. - Declarou antes de me beijar.

Na manhã seguinte, fomos junto para ONG. Teria algumas consultas, mas antes a reunião com Roni. Miguel me contou que ele também haveria que está. Assim que chegamos, fomos para sala do meu chefe amigo e ele mexia no seu computador. Nos olhou e sorrio.

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