A semana passou na velocidade mais rápida que poderia imaginar. Tivemos reunião com o advogado do Miguel que nos garantiu que estava sendo tudo mais veloz que o normal. Visitamos o Pedro Henrique que se encontrava cabisbaixo num orfanato na região dos lagos. Era longe, mas valeu a pena nossa viagem. Passamos a tarde toda com ele e conseguimos arrancar um sorriso dele. Ele disse que queria a gente como seus pais e isso foi o estopim para mim cair em lágrimas e Miguel me abraçar. Prometemos uma surpresa a ele, mas não comentamos o que era. Não queríamos criar expectativas para o menino. Ele iria ficar ansioso e não sabíamos o quanto poderia demorar. Fomos embora com o coração na mão depois de verificar que o orfanato era de boa índole.
Nesse tempo, descobrimos que mais dois acusados pelo estrupo e morte da mãe do Pedro, Clara, foram pegos e estavam presos. A comunidade andava cautelosa, as pessoas tinham revolta pelo o que ocorreu, alguns eram indiferentes pelo modo que a mãe do menino vivia, não poderia mudar a cabeça dele, mesmo achando injusto. Nenhuma mulher merecia aquilo. O pai do Pedro, Tiago, ainda não foi encontrado. Nenhuma pista sobre ele. Sai com a Ângela e Patrícia na sexta para descontrair, fomos ao cinema e depois jantamos. Contei tudo o que acontecia e minhas amigas apoiaram na minha decisão. Patty me contou que estava familiarizada em minha casa e me agradeceu mais infinitas vezes. Ângela contou que sua próxima consulta conseguiria ver o sexo do bebê e mostrou já sua barriga de quase quatro meses. Estava linda, tinha mais bochecha e feliz. Estava contente pelas minhas amigas estarem bem e me apoiando. No final do jantar, Miguel me buscou e demos carona a Patrícia, já que Henrique buscou minha amiga.
No sábado, combinei de sair com Roni de ir a ONG para organizar alguns arquivos. Cheguei cedo e ele já havia adiantado uma grande parte. Ele estava casual do short jeans e camisa de manga curta e pano fino. Me juntei a ele, e conseguimos acabar tudo antes da uma hora. Claro que Miguel foi contra eu "trabalhar" no sábado. Roni, então, me convidou para almoçar e aceitei já que estava faminta.
- Aline, pode ir indo. Preciso fazer uma ligação. – Roni disse enquanto eu me dirigia a mesa.
Estava cheio, frequentávamos sempre esse restaurante dia de semana. Achei um lugar livre e com dois lugares. Me sentei e peguei meu celular para responder as mensagens do meu noivo. Ele estava na academia e me comunicando que a qualquer momento me buscaria. Ri com suas mensagens e ouvi a cadeira ser puxada. Olhei e não era o Roni, e sim uma pessoa que não queria ver.
- Vicente. – Disse contragosto e ele sorri. – Eu disse que não quero falar com você. – Disse suspirando.
- Minha linda, temos muito o que conversar. – Disse se ajeitando na cadeira. – Você foge, toda vez tento falar, mas você sempre acompanhada com aquele playboyzinho. – Disse e ri.
- Seu nível de maturidade continua o mesmo, pelo que vejo. – Disse com um sorriso falso. – Pode me dar licença, estou acompanhada. – Falei e ele rolou os olhos.
- Eu sei, ele está lá fora com uma bela loira. Vai demorar então. – Disse tranquilo. – Mas me diz, seu namoradinho não liga para seus encontros? – Perguntou fingindo interesse.
- Meu noivo, e eu não sou você Vicente. – Disse já perdendo minha paciência. – Agora, por gentileza, pode me dar licença. – Pedi mais uma vez.
- Você nunca me deixou explicar aquele dia. – Ignorou meu pedido. – Você se recusou a me ouvir, eu tinha o que falar. – Disse e suspirei.
- Chega, Vicente. Eu não quero conversar com você. – Disse alto e depois olhei para o lado percebendo algumas pessoas olharem.
- Sabe por que você age assim? Porque você não deixou de me amar. – Disse convencido e ri. – Vamos nos resolver. Sua mãe hoje é contra por causa do filho de político, mas eu sei que seu pai nos apoiaria. – Disse com um sorriso. Estava sem um pingo de paciência.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Será Única
Romance- Você com esse cabelo preto sorriso sem jeito foi chegando perto chegou perto demais, três ou quatro dias tava tudo tão perfeito dos meus problemas eu já nem me lembrava mais. - Advinha de quem vinha essa voz rouca e malditamente sexy? Sim, do cara...