Capítulo 30

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A semana passou na velocidade mais rápida que poderia imaginar. Tivemos reunião com o advogado do Miguel que nos garantiu que estava sendo tudo mais veloz que o normal. Visitamos o Pedro Henrique que se encontrava cabisbaixo num orfanato na região dos lagos. Era longe, mas valeu a pena nossa viagem. Passamos a tarde toda com ele e conseguimos arrancar um sorriso dele. Ele disse que queria a gente como seus pais e isso foi o estopim para mim cair em lágrimas e Miguel me abraçar. Prometemos uma surpresa a ele, mas não comentamos o que era. Não queríamos criar expectativas para o menino. Ele iria ficar ansioso e não sabíamos o quanto poderia demorar. Fomos embora com o coração na mão depois de verificar que o orfanato era de boa índole.

Nesse tempo, descobrimos que mais dois acusados pelo estrupo e morte da mãe do Pedro, Clara, foram pegos e estavam presos. A comunidade andava cautelosa, as pessoas tinham revolta pelo o que ocorreu, alguns eram indiferentes pelo modo que a mãe do menino vivia, não poderia mudar a cabeça dele, mesmo achando injusto. Nenhuma mulher merecia aquilo. O pai do Pedro, Tiago, ainda não foi encontrado. Nenhuma pista sobre ele. Sai com a Ângela e Patrícia na sexta para descontrair, fomos ao cinema e depois jantamos. Contei tudo o que acontecia e minhas amigas apoiaram na minha decisão. Patty me contou que estava familiarizada em minha casa e me agradeceu mais infinitas vezes. Ângela contou que sua próxima consulta conseguiria ver o sexo do bebê e mostrou já sua barriga de quase quatro meses. Estava linda, tinha mais bochecha e feliz. Estava contente pelas minhas amigas estarem bem e me apoiando. No final do jantar, Miguel me buscou e demos carona a Patrícia, já que Henrique buscou minha amiga.

No sábado, combinei de sair com Roni de ir a ONG para organizar alguns arquivos. Cheguei cedo e ele já havia adiantado uma grande parte. Ele estava casual do short jeans e camisa de manga curta e pano fino. Me juntei a ele, e conseguimos acabar tudo antes da uma hora. Claro que Miguel foi contra eu "trabalhar" no sábado. Roni, então, me convidou para almoçar e aceitei já que estava faminta.

- Aline, pode ir indo. Preciso fazer uma ligação. – Roni disse enquanto eu me dirigia a mesa.

Estava cheio, frequentávamos sempre esse restaurante dia de semana. Achei um lugar livre e com dois lugares. Me sentei e peguei meu celular para responder as mensagens do meu noivo. Ele estava na academia e me comunicando que a qualquer momento me buscaria. Ri com suas mensagens e ouvi a cadeira ser puxada. Olhei e não era o Roni, e sim uma pessoa que não queria ver.

- Vicente. – Disse contragosto e ele sorri. – Eu disse que não quero falar com você. – Disse suspirando.

- Minha linda, temos muito o que conversar. – Disse se ajeitando na cadeira. – Você foge, toda vez tento falar, mas você sempre acompanhada com aquele playboyzinho. – Disse e ri.

- Seu nível de maturidade continua o mesmo, pelo que vejo. – Disse com um sorriso falso. – Pode me dar licença, estou acompanhada. – Falei e ele rolou os olhos.

- Eu sei, ele está lá fora com uma bela loira. Vai demorar então. – Disse tranquilo. – Mas me diz, seu namoradinho não liga para seus encontros? – Perguntou fingindo interesse.

- Meu noivo, e eu não sou você Vicente. – Disse já perdendo minha paciência. – Agora, por gentileza, pode me dar licença. – Pedi mais uma vez.

- Você nunca me deixou explicar aquele dia. – Ignorou meu pedido. – Você se recusou a me ouvir, eu tinha o que falar. – Disse e suspirei.

- Chega, Vicente. Eu não quero conversar com você. – Disse alto e depois olhei para o lado percebendo algumas pessoas olharem.

- Sabe por que você age assim? Porque você não deixou de me amar. – Disse convencido e ri. – Vamos nos resolver. Sua mãe hoje é contra por causa do filho de político, mas eu sei que seu pai nos apoiaria. – Disse com um sorriso. Estava sem um pingo de paciência.

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