Capítulo 32

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- Vamos conhecer seu quarto. – Disse feliz, esplêndida ao Pedro Henrique após eu, ele e Miguel termos feito um tour pela casa. Havia meia hora que chegamos e hoje era o dia que sua guarda provisória estaria em nossas mãos.

- Eu tenho um quarto aqui? – Perguntou e vi seus olhinhos brilharem de emoção.

- Claro que tem, garotão. Aqui é seu novo lar. – Disse Miguel bagunçando os cabelos castanho escuros cacheados do Pedro e o levamos para seu quarto.

Decoramos em dois dias o quarto de hospede. Eu estava super empolgada e passar o dia inteiro em loja, contratar pessoas que pintasse com uma tinta rápida e outras para montarem moveis em plena noite não foi fácil, mas ver o sorriso do nosso garoto ao ver o quarto em vários tons de azuis, com uma cama em formato de carrinho, prateleiras com carrinhos e bonecos de super herói, e mais um guarda roupa branco, foi nosso prêmio por isso. Ele andou devagar, tocando em cada coisa como se fosse imaginário. Eu sentei no chão e Miguel se encostou na porta, também observando.

- Eu nunca tive um quarto. – Sua voz era emocionada e eu já sabia que minhas lágrimas pediam licença. – É tudo tão lindo. – Disse acariciando o edredom hot wheels. – Eu nunca tive tanto carrinho e bonecos assim. – Apontou para as prateleiras que ficavam em sua altura e sorri, já liberando as lágrimas.

- Lembrando que temos a nossa sala de jogos. – Miguel disse. – Tio Henrique vai adorar disputar vídeo game com nós dois. Acabaremos com ele. – Disse confiante e sorri em meio lagrimas.

- Muito obrigado. – Ele veio até mim, abraçando-me e retribui, ajoelhando no chão e beijando sua testa. Senti os dedos dos Miguel acariciar meu cabelo.

- Queremos que se sinta em casa, Pedro. – Disse o olhando. – Essa aqui agora é também sua casa, não se acanhe, nunca. – Disse e ele assentiu.

- Você é minha mamãe e ele meu papai? – Apontou para o Miguel que ainda estava de pé ao meu lado.

- Só se você quiser. – Miguel disse.

- Eu quero. – Sua voz saiu emocionada. – A tia na outra casa, disse que a mamãe Crala virou estrelinha. – Ele trocou as letras do nome da mãe biológica ao se referir ao abrigo que estava.

- Sim, mas ela está olhando por você. – Disse sorrindo.

- Mas ela nunca olhou aqui. – Apontou para o chão. – Ela não me amava. – Seus olhos começaram a umedecer e então eu o abracei forte.

- Ela te amava, sim. – Disse. – Mas do jeito dela, querido. – Afaguei seu cabelo. – Eu te amo muito, e vou cuidar para que vire um homem bonito, educado e honesto. – Eu disse e ele se afastou.

- Eu quero ser que nem ele. – Apontou para o Miguel que então se agachou.

- Você será melhor, meu garoto. – Ele bagunçou o cabelo do Pedro e o puxou para um abraço. Era visível que ele também estava emocionado. – Eu também te amo, lembre-se sempre – Disse e então me vi diante aos dois dos três homens da minha vida, qual eu faria qualquer coisa por eles.

Nos levantamos e fomos para cozinha. Solange havia preparado nosso almoço a pedido do Miguel, aliás, ele pediu para efetiva-la como ajudante na casa, ao invés de cuidar esporadicamente. Ela preparou arroz com cenoura, bife, batata frita, feijão e salada. Estava tudo delicioso e demos ao luxo de tomar coca cola para confraternizar com nosso garoto. Ele ficou maravilhado e a Solange preparou um brigadeirão de sobremesa e levou-nos ao delírio. Minha dieta se deu folga e aproveitei. Até Miguel que não era tão fã de doce, se rendeu. A tarde passamos vendo filmes e nos conhecendo mais. Pedro Henrique é uma criança carismática, alegre, gentil e meigo. Eu estava adorando cuidar dele e Miguel demostrou o mesmo.

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