BÔNUS MIGUEL

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Estou desolado. Havíamos chegado ao cativeiro através a abordagem que os policiais fizeram nos traficante que ajudariam o Tiago, porem alguns fugiram e avisaram ao mané. Lá estava apenas o Pedro Henrique encolhido chorando. Ainda me lembro quando corri até ele e suas palavras:

- Papai, eles levaram a mamãe. – Seus choro transbordava. – Eu não queria deixar, mas ele bate. Ele fez mamãe dormir, ela dormiu muito. – Sua voz era falha e nesse instante meu coração parou imaginando a maldade que ele poderia ter feito.

Ele agora estava encolhido num sofá olhando a tv que passava desenhos, mas sabia que ele não acompanhava, só olhava. No outro sofá, Ângela estava sentada e mexendo no seu celular aflita. A ruiva estava com uma enorme barriga, e mesmo que eu tivesse a mandado ir embora, ela não obedeceu, seu noivo e meu amigo falava no celular. Ele tem me ajudado muito esses dias, não me deixou um segundo. Agenor, pai da Aline conversa com Roni baixinho próximos a cozinha e Patrícia fazia algo para todos comerem.

Nosso apartamento agora era abrigo para todos que estavam preocupados. Eu não sabia mais o que fazer. Minha mulher e filho estava nas mãos de bandidos inescrupulosos. Minha linda morena teimosa, ela quis ir sozinha aonde a proibi e agora está distante. Puxei meus cabelos e minha companhia tocou. Pulei para anteder. Os policiais que estavam aqui, haviam ido na delegacia procurar por provas, o detetive ainda investigava.

Assim que abri, me deparei com quem eu menos esperava. Rodolfo, meu primo que tanto me odeia. Ao lado dele, havia uma menina baixinha, com cabelos escuros. Olhar assustado e amedrontado, ela tinha a pele morena e era magra.

- Estou aqui em paz, não quero briga, Miguel. – Disse ele sereno e eu também não estava no clima para situação. – Precisamos falar com você. – Ele disse e indicou a menina com olhar, assenti e eles entraram. – Essa garota é Laura, prima do Tiago. – Ele disse.

- Como você a conhece? – Henrique apareceu ao meu lado curioso.

- Ela está trabalhando como jovem aprendiz comigo, ok? – Perguntou ao Henrique que assentiu desconfiado. – Bom, a mãe dela entrou em contato esses dias e contou que seu sobrinho levou uma garota gravida para ficar lá, ligamos o ponto e descobrimos aonde ela está. – Me olhou.

- Aonde minha mulher está? – Gritei.

- Somos de uma cidade chamada Presidente Kennedy, num bairro bem no interior. – O sotaque da menina era visível e seu olhar tímido não lembrava nada o destemido Tiago.

- Me dê o endereço. – Pedi me aproximando mais Henrique segurou meu ombro.

- A polícia já está a caminho. – Ele disse em aviso e eu deixei meus ombros cair.

Quem eu menos esperaria estava ali me ajudando, me dando resposta. Olhei para Rodolfo que tranquilizava a menina que tinha um pequeno pavor. Ele abraçou pelos ombros em modo carinhoso.

Os policiais não demoraram muito e logo armamos uma tática rápido. Eu disse que iria de qualquer maneira. Henrique e Rodolfo iriam comigo, enquanto o resto nos esperariam seguros em casa.

...

- Miguel, controle-se com essa arma. – Rodolfo advertiu atrás de mim. Estávamos já aos redores da fazenda e não havia claridade na parte de fora, porem vi uma clarão vindo da janela que estava fechada.

- Porra, é minha mulher. – Grunhi.

- Sim, é a vida dela e de seu filho. – Disse sereno. – Henrique está com os policiais buscando a melhor forma de invadir, ainda não deram falta da gente, vamos pelas beiradas. – Disse e seguimos pela lateral.

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