Capítulo 17

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O sábado estava incrivelmente ensolarado. Se Miguel reclamou todo caminho até a lancha? Não seria ele se não fizesse. Chegamos e já encontramos nossa amiga e o Henrique que estava sem camisa. Miguel encontrou a camisa dele jogada e jogou de volta a ele, dizendo que ninguém ali deveria ter essas cenas durante a manhã. Já havíamos tomado café e então entramos. Henrique seria o piloto e antes dele tomar sua posição ele disse.

- Devemos agradecer esse passeio ao meu amigão Miguel. – Ele disse com um mega sorriso e eu, junto com minha amiga ruiva olhei ao meu namorado que rolava os olhos.

- Ele comprou essa lancha com meu pai. Todo crédito desse passeio é seu, cuzão. – Miguel disse, mas era em modo divertido. Henrique rio, puxando minha amiga para a cabine, junto a ele. – Vem ali na frente é ótimo para pegar sol. Ele disse e fui com ele.

Eu tirei meu short e camisa que havia vestido e forrei uma canga no chão e Miguel me ajudou com o biquíni que eu vestia. Enquanto ele espalhava o protetor pelo meu corpo, resmungou sobre o traje indecente que vestia. Ele tirou sua camisa, passando também o protetor, eu passei em suas costas e ele se encostou ao ferro da lancha enquanto eu estava me deitando o olhando. Ele estava lindo de óculos escuros e short tectel preta.

- Me conte sobre a historia da lancha. – Pedi e ele fez uma careta.

- Meu pai me presenteou quando eu fiz vinte e um anos e conclui a faculdade de administração, nessa época eu já havia começado com a primeira academia em Porto Alegre e estava tendo lucro. – Disse ele olhando meu corpo. – Eu recusei, não queria nada vindo do meu pai que tinha valor financeiro, ele ficou chateado e Henrique se ofereceu a comprar a lancha. Já que esse presente foi num jantar na casa dos meus avós. – Ele disse e eu assenti.

- Seus avós não falaram muito dele. – Eu lembrei.

- Apesar de tudo, meus avós são conscientes. Minha mãe começou um relacionamento com meu pai quando era muito nova e meus avós conheciam meus outros avós paternos e foram a favor dessa união e eu nasci quando minha mãe iria fazer dezessete anos. – Ele disse e arregalei os olhos. – Os Borges sempre foram da politica, inclusive meu pai já era prefeito de uma cidade lá no Rio Grande do Sul e meu avô paterno já havia sido governado. Já dona Cecilia e seu Carlos Eduardo são de uma família tradicional. Minha avó é italiana e meu avô tem uma puta herança herdado da família na área agrícola. – A família do Miguel realmente era um grande livro a se descobri. – Para os Borges era negocio o envolvimento do meu pai com minha mãe, mesmo com a diferença de idade de dez anos. – Ele disse e o olhei com um sorriso.

- Mí, temos essa mesma diferença. – Lembrei e ele sorri.

- Mais você já é uma mulher madura e sabe o que quer. – Ele pontuou.

- Sua mãe não queria? – Perguntei confusa.

- Minha mãe é apaixonada por ele desde sempre. Ela faz o que ele quer e tampa os olhos para muita merda que ele faz inclusive boatos de amantes. – Disse com nojo e arregalei os olhos. – Não fique assim assustada, baby. Não se pode esperar menos de um politico. – Sua voz era seca e suspirei. Eu sabia que ele não se dava bem com o pai, mas deveria ir muito além do que todos sabem.

- Larissa sumiu. – Quis mudar de assunto, não queria vê-lo desanimado quando era para esta animada.

- Ela me ligou e está terminando um curso que meu pai empurrou a ela de recuperação e assim que terminar ela disse que volta. – Disse rindo. – Aliás, ele me empurrou na ONG quando me envolvi lá com a menor e com minha irmã só foi um cursinho. – Disse fazendo pouco caso.

- Aé? – Joguei a camisa dele em seu peito e ele gargalhou.

- Mal sabe o velho que ele me presenteou. – Ele piscou para mim, tacando a camisa novamente. – Falta pouco para acabar a sentença, mas não sairei de lá morena. Aquele lugar me faz um bem do caralho. – Disse e sorri me levantei e fui até ele.

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