- Estão namorando? - Eu me assustei com o modo que o Roni disse. Estávamos na quadra da comunidade que prestávamos serviços sentados fazendo inscrições para pediatria. Deixamos o Miguel brincando com alguns adolescentes, eles jogavam futebol. Eu tive explicar o porquê de chegar junto com Miguel e Roni soltou essa.- Não estamos namorando, escandaloso. - Disse de cara feia. - Estamos dando a chance de nos conhecer melhor. - Disse voltando meu olhar para o Miguel que parecia uma criança com os meninos.
- Sei, o modo que ele te olha não diz que é só isso. - Roni disse e fiz uma careta. Nesse momento, a bolada foi com tudo na camisa branca do Miguel, mas ele não se abalou e continuou jogando. - O cara está caidinho por ti, nega. - Ele rio e rolei os olhos. Roni era um idiota. Logo chegou algumas mulheres para fazer as inscrições.
Fomos embora logo depois das três da tarde. Mesmo com Miguel perturbando, eu disse que tinha alguns trabalhos da faculdade para entregar e depois iria para sua casa, para o jantar que preparava para seu amigo. Ele queria me buscar, na verdade ele nem queria que eu saísse de perto dele e isso já me irritava. Com minha sutileza, o expliquei vinte vezes e ele aceitou, dizendo que qualquer coisa era para eu ligar para seu celular que ele brotava na faculdade e me buscava. Sim, às vezes ele dava uma de maloqueiro com essas gírias. Irritava-me, porque adorava o gaúcho dele misturado com o carioca. Soava sexy.
Estava com um vestido branco que tinha a saia solta e da cintura para cima era justo com a alça fina e um pequeno decote triangular. Calçava uma sandália sem salto e meu cabelo estava preso numa trança. Imagino que o Miguel agir como ele sempre age, terá um breve show. Até porque estou atrasada. Eu passei em casa para me arrumar e ignorei suas ligações, mandando uma mensagem dizendo que já chegaria. Corri para entrar no elevador que já fechava. Ajeitei minha bolsa no ombro, e assim que entrei respirei aliviada.
- Boa noite! – Sério, eu levei um susto, e assim que olhei para o lado, tinha um loiro alto, forte. Seu porte era parecido com do Miguel, mas Miguel era mais bonito, não, ele é mais bonito. Minha mente entrou em discursão. Mas não seria mal educada, afinal, nunca sabemos o dia de amanhã.
- Boa noite! – Retribui e me virei. Tenho que manter o foco. Eu tenho um combinado com Miguel, e não irei ser eu a terminar e sair como a suja. Agradeci aos céus, ajoelhada mentalmente, quando chegou ao andar do Miguel, e o estranho saiu também e logo a portal foi aberta e Miguel saiu. Seu sorriso sumiu e eu fiz uma careta.
- Tira os olhos da bunda da minha morena se não quiser que eu os arranques, Rick. – Disse sério e então a anta entendeu quem era oi senhor abusado, secador de bunda alheia. Eu me virei e ele tinha um sorriso de lado. Sonso!
- Foi mau cara. Sua garota tem uma bela bunda. – Elogiou e sei que corei, mas ouvi o rosnar do Miguel e meu corpo sendo puxado contra o dele, ele me agarrando possessivamente e eu perdida. Isso tudo era por mim? – Ei cara, não olhou mais. – O engraçadinho passou pela gente entrando na cobertura e Miguel segurou meus ombros me afastando um pouco dele e me analisando.
- Você está muito gostosa. – Ele acusou e eu dei o ombro. – Vai ser um inferno recepcionar meu amigo com você ao meu lado assim, linda. – Beijou minha testa, carinhoso e depois segurou minha mão me puxando para entrar. – Vamos agora encara-lo. –Disse com pesar e ri.
Conhecendo o Henrique, durante a nossa conversa, percebi que apesar de seu jeito mulherengo, ele é gente boa. Divertido, inteligente e descontraído. Miguel parecia se diverti e descontraiu com o loiro maluco que estava sentado a nossa frente na mesa. Ele contou como foi sua passagem na Califórnia, aonde foi a trabalho e arranjou muitas confusões. Ele dirigia um setor de uma empresa de telefonia e segundo ele, as festas em Las Vegas foram as melhores durante a viagem. Na conversa, acabei sentindo a falta da Larissa, irmã do Miguel. Ele contou que despachou ela cedo para Brasília, onde seu pai estaria. Uma porque ela precisava conversa com o pai, outra porque descobri que a louca era apaixonada pelo Henrique. O amigo do Miguel se divertiu e disse que queria ver sua "namorada" e o irmão ciumento quase o agrediu. Fora as confusões do Henrique, das cantadas descaradas que ele passava às vezes para a minha pessoa que levava numa boa, enquanto o Miguel só faltava avançar no amigo, os comentários sobre a Larissa, o jantar foi muito tranquilo. Consegui ri bastante e me senti cada vez mais intima da vida do Miguel, mesmo sabendo que não sabia muita coisa de sua vida.
- Aquele idiota é meu melhor amigo, mas às vezes ele ultrapassa minha paciência. – Miguel disse se jogando ao meu lado no sofá. Ele havia ido levar seu amigo na porta e ele próprio dispensou a carona oferecida pelo Henrique para me deixar em casa.
- Ele é bacana. – Disse sincera e Miguel estava com os braços agarrado a minha cintura e rosto enterrado em meus seios, mas levantou para olhar-me.
- Está brincando com minha cara, morena. – Disse incrédulo, erguendo o tronco, sem me soltar. Aproximando-me mais ao seu corpo. – Aquele filho de uma vaca te comeu com os olhos. – Me olhava sério e eu ri. – Ri mesmo, porque era só isso que ele teria de você: Sua imagem, porque seu corpo é meu. – Disse mordendo minha bochecha e eu dei um grito de susto.
- Meu corpo te pertence? – Perguntei o encarando. Seus olhos azuis estavam nos meus castanhos. Ele me olhava fixamente e assentiu a minha pergunta. Seus lábios contornaram aos meus e aquilo atiçava. – E você, é meu? – Perguntei já entregue aquela sensação.
- Todo seu, somente seu. – Sussurrou rouco e sexy. – Você é a única, será a única. – Seus lábios tomaram os meus e aquela declaração mexeu mais comigo. Me deixei levar com aquelas palavras e promessas.
...
- Fica não vai. – Miguel me apertou em seus braços. Estávamos embolados em sua cama. Estava aconchegante e confortável. Eu realmente não iria querer sair dali. Ajeitei-me mais em seus braços e ele soltou a respiração que estava guardada.
- Amanhã tenho estágio na clinica cedo. Tenho que está numa consulta as nove da manhã de um paciente que venho acompanhado a tempos e ele mudou de horário porque tem um compromisso. – Isso mesmo, estava dando satisfação para o Miguel.
- Eu te levo em casa cedo para se troca e pegar suas coisas, depois te deixa na clinica. – Disse com uma voz irrecusável, logo beijou meu pescoço. – Agora dorme morena. Dorme no calor dos meus braços. – Me apertou mais a ele e assim dormi.
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Será Única
Romance- Você com esse cabelo preto sorriso sem jeito foi chegando perto chegou perto demais, três ou quatro dias tava tudo tão perfeito dos meus problemas eu já nem me lembrava mais. - Advinha de quem vinha essa voz rouca e malditamente sexy? Sim, do cara...