- Henrique cismou que deveríamos morar juntos. – Ângela disse enquanto íamos à lanchonete da faculdade. Era sexta-feira e estávamos em provas finais.
- Mas estão namorando e eu não estou sabendo?- Perguntei curiosa e vi-a rolar os olhos.
- Claro que não, mas ele é meio doentio. Esta de cara feia só porque ri do seu convite sem noção. – Ela disse como se não tivesse importância.
- Talvez para ele seja importante. – Disse e ela bufou.
- Aline, nos conhecemos há tão pouco tempo, e ele vem com isso. – Disse e nos sentamos numa mesa.
- Talvez ele goste demais de você. – Sugeri e o garçom chegou anotando nossos pedidos, saindo em seguida.
- Eu não sei. – Ela disse e fiquei quieta. Uns segundos se passaram. – Roni vem me ligado e mandado mensagem. – Disse e a olhei curiosa.
- E aí? – Indaguei.
- E daí que ele voltou a ser o Roni de antes, mas não mexe mais comigo. – Vi seu olhar e sabia que ela falava a verdade. – Talvez eu tivesse estado carente quando estava com Marlon e ele se aproximou e fez o que esperava de Marlon, acabei tendo a ilusão de amor que não existia. – Disse com uma careta e o garçom voltou com nossos sucos e sanduiches.
- Eu fico feliz com você sendo mais realista. – Disse e ela rio. – Amo de paixão o Roni, ele é um grande amigo, mas é um cafajeste em relacionamentos. – Disse sincera.
- Eu sei e agora quero longe. – Rimos. – Encontrei Caio esses dias, esse menino voltou para ficar. – Seu tom orgulhoso. Éramos nós três melhores amigos e quando Caio teve que voltar para seu estado, ficamos afastados.
- Almocei com ele esses dias, o Miguel estava junto. – Disse e minha amiga ergueu a sobrancelha.
- Já superaram? – Perguntou e ela sabia da historia, havia a contado e ela prometeu que não falaria para ninguém.
- Não sei, mas foram civilizados, até conversaram sobre parcerias futuras. – Ela arregalou os olhos.
- Esses homens vão entender. – Ela disse encenando drama. – Marquei uma balada amanhã para a gente, ele vai. – Disse empolgada.
- Oh céus! – Rolei os olhos.
Voltamos para a sala para fazermos a prova. Eu estava tranquila, era a minha matéria preferida e que eu entendia mais. Fiz tranquilamente, porem fui uma das ultimas a sair. A faculdade estava quase fantasma, poucas pessoas transitavam. Estava ajeitando minha bolsa quando esbarrei em algo duro, parecia concreto e me desiquilibrei um pouco. Sorte que o muro em que bati tinha braços que me seguraram, assim que ergui o rosto, me assustei. Não podia ser.
- Olá! – Seu sotaque ainda era pesado e seu sorriso escarnio era irritante.
- Olá. – Disse seca endireitando minha bolsa. Daria um passo à frente, mas fui impedida. – O que foi Rodolfo? – Perguntei sem paciência.
- Miguel deve ter feito a minha caveira. Acho que mereço meu direito de defesa? – Ergueu a sobrancelha e eu rolei os olhos. – Não começamos bem, vamos de novo. – Respirou e estendeu a mão. – Oi, sou Rodolfo, primo de seu namorado, tudo bem? – Disse numa falsa simpatia e respirei fundo, tocando sua mão.
- Aonde quer chegar com isso? – Perguntei impaciente.
- Em lugar nenhum, querida. – Sua voz me irritava. – Acho que como todo ser humano, merece meu direito de defesa. – Disse e eu o encarava.

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Será Única
Romansa- Você com esse cabelo preto sorriso sem jeito foi chegando perto chegou perto demais, três ou quatro dias tava tudo tão perfeito dos meus problemas eu já nem me lembrava mais. - Advinha de quem vinha essa voz rouca e malditamente sexy? Sim, do cara...