Capítulo 21

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- Henrique cismou que deveríamos morar juntos. – Ângela disse enquanto íamos à lanchonete da faculdade. Era sexta-feira e estávamos em provas finais.

- Mas estão namorando e eu não estou sabendo?- Perguntei curiosa e vi-a rolar os olhos.

- Claro que não, mas ele é meio doentio. Esta de cara feia só porque ri do seu convite sem noção. – Ela disse como se não tivesse importância.

- Talvez para ele seja importante. – Disse e ela bufou.

- Aline, nos conhecemos há tão pouco tempo, e ele vem com isso. – Disse e nos sentamos numa mesa.

- Talvez ele goste demais de você. – Sugeri e o garçom chegou anotando nossos pedidos, saindo em seguida.

- Eu não sei. – Ela disse e fiquei quieta. Uns segundos se passaram. – Roni vem me ligado e mandado mensagem. – Disse e a olhei curiosa.

- E aí? – Indaguei.

- E daí que ele voltou a ser o Roni de antes, mas não mexe mais comigo. – Vi seu olhar e sabia que ela falava a verdade. – Talvez eu tivesse estado carente quando estava com Marlon e ele se aproximou e fez o que esperava de Marlon, acabei tendo a ilusão de amor que não existia. – Disse com uma careta e o garçom voltou com nossos sucos e sanduiches.

- Eu fico feliz com você sendo mais realista. – Disse e ela rio. – Amo de paixão o Roni, ele é um grande amigo, mas é um cafajeste em relacionamentos. – Disse sincera.

- Eu sei e agora quero longe. – Rimos. – Encontrei Caio esses dias, esse menino voltou para ficar. – Seu tom orgulhoso. Éramos nós três melhores amigos e quando Caio teve que voltar para seu estado, ficamos afastados.

- Almocei com ele esses dias, o Miguel estava junto. – Disse e minha amiga ergueu a sobrancelha.

- Já superaram? – Perguntou e ela sabia da historia, havia a contado e ela prometeu que não falaria para ninguém.

- Não sei, mas foram civilizados, até conversaram sobre parcerias futuras. – Ela arregalou os olhos.

- Esses homens vão entender. – Ela disse encenando drama. – Marquei uma balada amanhã para a gente, ele vai. – Disse empolgada.

- Oh céus! – Rolei os olhos.

Voltamos para a sala para fazermos a prova. Eu estava tranquila, era a minha matéria preferida e que eu entendia mais. Fiz tranquilamente, porem fui uma das ultimas a sair. A faculdade estava quase fantasma, poucas pessoas transitavam. Estava ajeitando minha bolsa quando esbarrei em algo duro, parecia concreto e me desiquilibrei um pouco. Sorte que o muro em que bati tinha braços que me seguraram, assim que ergui o rosto, me assustei. Não podia ser.

- Olá! – Seu sotaque ainda era pesado e seu sorriso escarnio era irritante.

- Olá. – Disse seca endireitando minha bolsa. Daria um passo à frente, mas fui impedida. – O que foi Rodolfo? – Perguntei sem paciência.

- Miguel deve ter feito a minha caveira. Acho que mereço meu direito de defesa? – Ergueu a sobrancelha e eu rolei os olhos. – Não começamos bem, vamos de novo. – Respirou e estendeu a mão. – Oi, sou Rodolfo, primo de seu namorado, tudo bem? – Disse numa falsa simpatia e respirei fundo, tocando sua mão.

- Aonde quer chegar com isso? – Perguntei impaciente.

- Em lugar nenhum, querida. – Sua voz me irritava. – Acho que como todo ser humano, merece meu direito de defesa. – Disse e eu o encarava.

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