Capítulo 43

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Não queria participar do rompimento dessa união, me preocupa somente a situação das crianças, e saber que a irmã de minha sobrinha podia não ser filha do seu pai me inquietou. Mais tarde eu terminaria por saber que Cláudia confessara a minha mãe que sim, havia traído seu marido por vingança, não uma, mas várias vezes e que mantivera uma relação clandestina por dois anos que se desfez quando comunicou ao seu parceiro que estava grávida. Não pude entender como minha mãe reagira, talvez estivesse tão ou mais chocada que eu.

Acho que esse deslize explicava a tristeza de meu pai, temi por sua saúde frágil e pensei sobre como era difícil para ele ver a filha arcar com as consequências de um ato inconsequente.

Eu fiquei muito triste, as coisas não precisavam terminar assim. Mas Aurélio havia errado a mão ao por o proceder de meus pais em questão, tudo devo a eles e não pude suportar o fato dele por seu caráter em dúvida, contudo devo admitir que também não entendo as vezes em que meu pai sai sem deixar destino ou hora de regresso.

Não quero pensar em coisas que desabonem sua conduta, mas também não me ocorre quem é aquela senhora que por duas vezes vi de longe em sua companhia. Penso que ser infiel a essa altura da vida não seria do seu feitio. Mas Aurélio parecia saber de algo, pude ler claramente em seus olhos. Talvez soubesse que minha mãe sabia de tudo e que em momento que fosse repreendera Cláudia, mas pode-se dizer o que seja em um situação como essa?

“Que outra cidade levantada sobre o mar, a beira rio acabou por se elevar, entre dois braços de água, um de sal outro de nada, água doce, água salgada, águas que abraçam Lisboa...” A voz da minha amada Tereza me beijava os ouvidos e o sábado se fez na luz daquela manhã fria que começava; o dia era o primeiro de dezembro e Marcello me acordou com seu beijo leve e doce.

“Faz oito meses que você me tornou o homem mais feliz que jamais caminhou sobre a terra” dele ouvi. “Comprei esse dvd para você, sabia que o queria há tempos” ele completou me envolvendo em seu abraço quente. Havia oito meses que chorara neste mesmo dia o dia em que realmente nasci e com esmero em cada detalhe Marcello me fazia chorar novamente.

Havíamos saído na noite anterior para comemorar oito meses de namoro. Foi uma noite leve e boa como faz tempo precisávamos. Estivemos com amigos em um clube, dançamos e nos distraímos bem, foi um lenitivo depois de tanta coisa complicada nesses últimos dias. Dei a ele uma camisa e recebi um dvd do Madredeus.

As férias se aproximavam e começávamos a desacelerar. O dia foi ótimo. Preparação para o jogo do domingo. Pesquisamos imóveis pela internet, o endereço me fora dado por um amigo maravilhoso, na verdade um anjo que hoje me encheu o coração de felicidade ao ler que está vivendo um momento de plenitude, um beijo imenso a você israelense querido, adoro você amigo Augusto e repetirei mil vezes o que entreguei ao vento dias atrás, um abraço apertado ao seu anjo consorte;

Leoh, seja feliz e que haja luz nesse caminho que agora é trilhado por dois.

Na noite do primeiro de dezembro Marcello cozeu para mim, e tomamos um malbeque sublime. Dormimos tarde da noite falando sobre nossa vida em comum e Marcello me disse que chegara dezembro e que se eu não saísse de casa ele me sequestraria e não estava mentindo hihihi. Foi uma noite deliciosa.

Ps: Augusto e Leoh são amigos da comu ...

A manhã do dia 02 foi ótima, nos reunimos na casa de Guto para assistir o jogo não sem antes, desconectar a antena dos receptores da minha casa, não queria que meu pai assistisse ao jogo, ele é corintiano demais e seu miocárdio poderia não aguentar hihihi. Marcello, Guto, Marginal e eu (Marginal é um cachorro da raça bulldog que Guto ganhou faz pouco tempo e o primeiro que vi de perto na minha vida, ele é tão feinho que chega ser bonitinho hihihi).

O namorado da minha amiga.Onde histórias criam vida. Descubra agora