Cap. 21

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Cruzamos aquela avenida larga até uma das pracinhas que há no centro, havia uma garotada em frete ao Obelisco, simplesmente bebiam e conversavam naquele frio inacreditável. Ficamos nós dois alí, sentados observando. “Parece mentira que você está aqui comigo, sabia?” Marcello disse e continuou.

“Às vezes eu te olhava, e não sabia com chegar até você. Eu imaginava você meio fechado, um pouco distante, mas eu pensava sobre como seria ter alguém assim como você ao meu lado. Outras pessoas passaram pela minha vida, mas é engraçado como você me fez esquecer de todo mundo e parece que só entendo o que é ser feliz agora”.

“Marcello, eu também nem imaginava como seria estar contigo. Acho que você sabe que não foi fácil pra fim lidar com o fato de querer você e saber que você namorava a Lu” eu disse a ele. “Eu acho que eu te quis desde o primeiro momento em que fomos apresentados por ela e na verdade só esperava pela oportunidade de estar contigo”.

Ele me revelou e continuou dizendo enquanto me abraçava por trás “O importante é que eu tenho você agora e não vou deixar você sair de perto de mim nunca mais”.

Senti vontade, por um momento de perguntar se havia existido alguém antes de mim, bem, quis dizer se ele havia tido outro namorado, mas eu me perguntei se isso fazia sentido e entendi que não, não faria diferença agora saber disso. Tudo agora parece tão pleno, eu me senti tão completo naquele abraço diante do obelisco que saber se houve outros ou não me pareceu pequeno.

“Claudinho, você é admirável, você me respeita e me entende como jamais ninguém me entendeu, não me pergunta sobre meu passado e parece tão confiante que me deixa encantado” Disse Marcello.

Eu senti certo alívio por não haver perguntado nada, mas quero ser verdadeiro com ele e disse que eu era humano e que já havia imaginado sim quantas pessoas haviam passado pela sua vida e queria que ele tivesse a exata noção de quem eu era e que não atribuísse a mim qualidades que eu não tinha.

“Resolvi nada perguntar porque concluí que o que se passou não faz diferença no presente” completei. “Meu coelhinho, isso só torna maior minha admiração por você, essa sua honestidade para mim é a sua maior qualidade. Ser exatamente como você é a sua maior riqueza!” ouvi de Marcello. Eu me virei e dei um beijo nele, ali mesmo, sem me importar com nada.

“Nossa, você deveria me surpreender assim mais vezes!” Disse Marcello sorrindo pra mim e completando “ Amor, eu não sei você, mas eu estou morrendo de fome, aquele cafezinho metido a besta não vai me sustentar não. Sabe o que eu quero comer mesmo? É uma boa pizza”

Eu ri porque havia esquecido que meu cachorrão come sim, muuuito, Marcello tem um apetite imenso.

Fomos a uma pizzaria típica e que ficava próxima, na Corrientes mesmo só que do outro lado. Entramos e o graçon nos levou a uma mesa, mais uma vez ele se dirigiu a nós em inglês. “Una Pizza grande para dos por favor y para beber vino” eu disse ao mozo que respondeu sorrindo:

“Que bien! Son Españoles?”. “Brasileños” Respondi. “Si? Los creí americanos o españoles.” E completou “Vos, me pareces americano!” Disse olhando para Marcello. Rimos, escolhemos o vinho, constatamos tudo muito em conta, (sim, eu estudo contabilidade e verifico o preço de tudo o tempo todo, fiz conversão de moeda todo tempo hihihi).

Uma delícia a pizza, Marcello ainda pediu outra, mas desta só comi um pedaço.” “Desculpa eu sempre exagero não é? ”Perguntou Marcello meio com vergonha do tanto que havia comido.

“Que nada, eu até acho bonitinho!” Eu respondi rindo. “E o que mais você acha bonitinho hein?” ele perguntou mordendo o lábio inferior e me olhando daquele jeito. Eu ri e fiquei meio sem graça de dizer hihihihi. “Quero voltar pra casa” Ele me disse. “Mas estamos longe demais de casa eu redargúi” “Você é a minha casa” Ele disparou.

O namorado da minha amiga.Onde histórias criam vida. Descubra agora