No dia seguinte, acordaram mais tarde que de costume. Tomaram um rápido desjejum e foram passear na praia ali perto.
Passando pelo jardim, saíram pela passagem entre a cozinha e a biblioteca. Atrás do castelo, havia um estábulo e pastagens para os cavalos. Mais adiante, uma casa térrea. Circundaram a casa e saíram em um jardim de rosas com uma sacada, da qual uma escada de pedra lavava a praia.
A areia da praia era muito branca e fina. A água do mar, límpida e transparente. No horizonte, uma pequena ilha inabitada.
Eliá brincava na água com Aly sob os olhos atentos de Emar e Montop. Elizabeth conversava com Hasayn e Zahra.
Kay, Jaqueline, Albert e Monique andavam pela areia.
– O que tem naquelas pedras? É uma gruta? – perguntou Monique.
– É sim! – respondeu Kay.
– Vamos até lá, Jaqueline? – perguntou Monique segurando a mão dela.
– Vamos! – respondeu Jaqueline.
As duas saíram correndo de mãos dadas.
– Tome cuidado, Monique! Não se esqueça que carrega um filho meu! – gritou Albert.
Kay e Albert continuaram a andar devagar. Albert aproveitou para conversar com Kay em particular.
– Kay, você sabe que Jaqueline é como uma irmã para mim, não é? – perguntou Albert.
– Sim, Albert! Eu sei! – respondeu Kay.
– Quero aproveitar que estamos a sós para lhe falar algo muito sério.
Kay olhou para Albert meio receoso.
– Eu sei que você a ama muito, mas quero que saiba que, se a magoar, eu virei aqui tirar satisfações com você. – falou Albert.
– Não se preocupe! Eu nunca seria capaz de fazer algo que a magoasse! O meu amor por ela é tão intenso, que sou capaz de fazer qualquer coisa para vê-la feliz! – respondeu Kay.
– Está bem. Você me convenceu! – falou Albert sorrindo.
Kay simplesmente sorriu. Jaqueline aproximou-se correndo e se colocou entre os dois, de frente para eles, pegando em suas mãos.
– Venham! – falou ela puxando-os.
Eles andaram até a gruta e exploraram-na por um tempo. Em seguida, retornaram para junto dos outros.
Mais tarde, Anabel trouxe-lhes uma cesta com frutas, sucos, pães e queijos. Quando Anabel ia voltar para o castelo, Jaqueline foi atrás dela.
– Anabel, posso lhe falar um minuto? – perguntou Jaqueline.
– Claro, senhorita! – respondeu Anabel.
– Quando Askar irá falar com Kay sobre vocês?
– Eu não sei, senhorita? Estamos receosos!
– Kay é um homem muito bom e acho que não precisam ter receio em lhe contar. E, eu, estou do lado de vocês. Podem contar com a minha ajuda, pois sei como é ter que esconder o que sentimos, quando na verdade queremos espalhar aos quatro ventos o nosso amor.
– Obrigada, senhorita!
– Fale para Askar que, se ele não falar logo com Kay, eu falarei. Não é certo que vocês tenham que ficar se escondendo das pessoas para poderem estar juntos.
– Eu vou falar com Askar, senhorita! Levarei seu recado!
– Se ele quiser e você também, podem me procurar quando quiserem para conversar. Está bem?
– Claro! A senhorita é muito bondosa! Fico grata por não ter contado nada até agora! – falou Anabel.
– Eu lhes disse que não ia contar nada antes da festa e não o fiz. Mas, agora, não sei por quanto tempo conseguirei esconder isso de Kay, pois não tenho segredos para ele. É melhor Askar criar coragem e contar-lhe logo.
– Está bem, senhorita! Vou convencer Askar a procurar o príncipe o mais rápido possível.
– Agora, pode ir! Se Kay me perguntar o que conversávamos, falarei que era assunto particular seu. Assim, não estarei mentindo para ele.
– Obrigada novamente, senhorita Jaqueline!
Jaqueline voltou para junto dos outros.
Após comerem, permaneceram ali por mais um tempo conversando e, depois, retornaram para o castelo.
Jaqueline e Eliá foram ajudar Zahra e Aly a arrumarem suas coisas. Na manhã seguinte, Albert e os outros partiriam. Jaqueline e Eliá voltariam para a ilha Grande Narayan e, Emar e Elizabeth, para Bhadrar.
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As Rosas de Narayan
Ficção HistóricaSéculo XVIII Jaqueline Rosset nasceu em uma pequena cidade ao norte da França. Ainda muito jovem descobre ser portadora de um dom especial e seu único desejo se torna usá-lo para ajudar a quem precisar. A realização desse sonho a levará a uma jornad...