O murmúrio dos convidados foi cessado pela orquestra. Todos, menos o rei, ficaram em pé. Emar encontrava-se parado, em pé, junto ao tapete vermelho e a escada que levava aos tronos.
Kay entrou trazendo Elizabeth. Conforme eles andavam, as pessoas iam fazendo reverência. Kay entregou Elizabeth para Emar, apertou sua mão e foi sentar-se ao lado esquerdo de seu pai. Sempre Kay sentava-se ao lado direito do Rei, mas em cerimônias de casamento deveria sentar-se ao lado esquerdo. O lado direito era reservado à Rainha, mas no lugar de seu trono havia um vaso com margaridas brancas.
Emar e Elizabeth subiram alguns degraus e se ajoelharam em almofadas vermelhas. A cerimônia iria começar. Todos permaneceram em pé. O Rei levantou-se.
– Povo de meu reino, estamos aqui reunidos para celebrar a união de meu sobrinho, Emar Narayan, e de sua noiva, Elizabeth Rosset. Que meus antepassados, que descobriram e colonizaram essa terra abençoada, sempre protejam este casal e, que estas alianças sejam o símbolo eterno de vosso amor. – falou o rei.
O rei entregou as alianças para Emar e voltou a se sentar. Emar entregou uma das alianças para Elizabeth e, em seguida, eles as trocaram.
– Que comece a festa! – falou o rei.
Dois empregados entraram correndo e soltaram o tapete das argolas. Em seguida, o enrolaram em direção a porta de entrada do salão e o retiraram pela porta afora. Emar e Elizabeth levantaram-se e foram para o centro do salão. A orquestra começou a tocar uma suave melodia e eles dançaram.
– É agora, Jaqueline! Vai começar a dança real! Fique de olho em Kay e, quando ele se levantar, você já sabe o que fazer! – cochichou Eliá.
Jaqueline olhou para Kay. Logo, estariam dançando juntos. Kay olhou para Jaqueline e sorriu. Ela retribuiu o sorriso. Em seguida, o rei se levantou e Eliá logo depois. O coração de Jaqueline começou a acelerar. Kay também estava nervoso, mas tentava disfarçar o máximo possível.
Havia chegado a hora. Kay levantou-se e começou a descer a escada. Jaqueline levantou-se e andou até onde havia visto as argolas.
Kay vestia um uniforme militar branco de botões dourados, igual ao de seu pai, mas em sua cintura usava uma faixa vermelha e sua espada pendia de seu lado direito. Kay suspendeu sua mão e Jaqueline apoiou sua mão sobre a dele. Jaqueline sentiu um frio no estômago e Kay, sentiu um arrepio correr-lhe a espinha. Andaram juntos até o centro da pista de dança e cumprimentaram os noivos. Jaqueline dançava com Emar, mas estava muito nervosa. Elizabeth divertia-se e Kay estava sério.
A música acabou e, agora, Kay e Jaqueline dançariam juntos. A próxima música começou. Kay e Jaqueline se cumprimentaram. Kay estendeu a mão para Jaqueline, que a segurou. Kay gentilmente segurou a mão de Jaqueline e colocou a sua outra mão na cintura dela. Jaqueline repousou suavemente sua mão no ombro de Kay e eles começaram a dançar.
Jaqueline olhou para Kay e seus olhos se cruzaram. Jaqueline sentiu seu coração bater mais rápido e baixou os olhos. Ela não podia deixar que ele percebesse que estava nervosa. Ela precisava se controlar. De repente, Kay quebrou o gelo entre eles.
– Não podemos conversar... – Ele fez uma pausa. – ... durante a dança real, mas... – Outra pausa. – ... não posso deixar de... dizer-lhe uma coisa.
Jaqueline percebeu que Kay só falava bem baixinho quando se encontrava de costas para as pessoas no salão.
– Não diga nada!... Apenas ouça!... A senhorita é a mulher... mais linda que eu já vi!
Assim que Jaqueline ficou de costas, aproveitou para falar.
– Obrigada pelo elogio!
– Pedi que não falasse!
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As Rosas de Narayan
Ficção HistóricaSéculo XVIII Jaqueline Rosset nasceu em uma pequena cidade ao norte da França. Ainda muito jovem descobre ser portadora de um dom especial e seu único desejo se torna usá-lo para ajudar a quem precisar. A realização desse sonho a levará a uma jornad...