Capítulo 11 - Revelações

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Na manhã seguinte, Jaqueline escrevia em seu caderno sobre a festa quando bateram em sua porta.

– Senhorita Jaqueline! Está acordada?

– Tarfah a chamava.

– Entre, Tarfah! – respondeu Jaqueline.

– O doutor Dari a aguarda na biblioteca, senhorita. Ele precisa falar-lhe.

– Diga a ele que já descerei. Só vou me trocar e irei encontrá-lo.

– Está bem, senhorita!

Jaqueline se trocou, penteou seus cabelos e desceu o mais rápido que pode. Encontrou o doutor Dari na biblioteca. Junto a ele havia um senhor com uma túnica branca e turbante cinza escuro. Ele tinha cabelos e barbas brancas bem cumpridas.

– Com licença! – falou Jaqueline batendo na porta.

– Entre, senhorita Jaqueline! – falou o doutor Dari.

– O doutor queria falar comigo? – perguntou ela.

– Este é o senhor Al Mulk e ele trabalha para o Xá. Aquele jovem que a senhorita e o doutor Albert salvaram ontem se chama Ahmad Naderpur, filho de nosso Xá.

– Eu não sabia, doutor! – falou Jaqueline espantada.

– Eu sei que não! Vou deixar que o senhor Al Mulk explique-lhe o que veio fazer aqui.

– O Xá Naderpur, meu senhor, está muito agradecido pelo que a senhorita e o doutor fizeram por seu filho. Ele me pediu que viesse convidá-los para almoçarem em sua residência hoje. O doutor Dari e sua filha também estão convidados a comparecer. – falou o senhor Al Mulk.

– Diga ao Xá Naderpur que agradecemos o convite e que ficaremos honrados em fazer-lhe companhia durante o almoço. – falou o doutor Dari.

– Levarei o recado ao meu senhor. Mandarei uma carruagem vir buscá-los às dez e meia. Está bom esse horário para os senhores? – perguntou o senhor Al Mulk.

– Claro! Estaremos aguardando!

O doutor Dari chamou Tarfah, que acompanhou o senhor Al Mulk até o portão da casa. Jaqueline permaneceu na biblioteca com o doutor Dari, que lhe falou como deveriam se comportar diante do Xá. Em seguida, Jaqueline foi para seu quarto se arrumar. Ela colocou o vestido de cetim amarelo claro e o sapato preto sem salto.

– Jaqueline, posso entrar? – perguntou Zahra.

– Claro, querida! – respondeu Jaqueline.

– Você não sabe a sorte que você e o doutor Albert tiveram.

– Por que, Zahra?

– Porque é uma honra ser chamado à casa de nosso Xá. Você e o doutor Albert são os convidados de honra.

– Mas você e seu pai também foram chamados.

– Por educação! Afinal, vocês estão hospedados em nossa casa.

– Não sei o que fazer com o cabelo. Acho que vou apenas trançá-lo. – falou Jaqueline.

– Quer que eu o arrume?

– Eu ficaria agradecida.

– Farei um penteado que aprendi em Londres e, se você não gostar, o trançarei a seu modo.

Zahra pegou um tufo de cabelo do lado direito da cabeça de Jaqueline e o trançou até um pedaço, fazendo o mesmo com um do lado esquerdo. Em seguida, trançou-os juntos, atrás da cabeça de Jaqueline, prendendo com uma fita preta.

As Rosas de NarayanOnde histórias criam vida. Descubra agora