O dia do casamento havia chegado. Empregados andavam pelo castelo arrumando tudo para a grande festa. O céu estava azul e sem nuvens.
Elizabeth e Jaqueline, após o desjejum, passearam um pouco pelo jardim, onde encontraram Eliá.
– Eliá, você não devia andar descalça. Além de uma constipação, você pode se machucar. – falou Jaqueline.
– Eu já estou acostumada! Não se preocupe! – falou Eliá.
Juntas, as três foram espiar como estava ficando a decoração do salão.
As mesas haviam sido cobertas por toalhas brancas e sobre elas havia um pequeno vaso com pequeninas rosas vermelhas e brancas. Jaqueline nunca havia visto rosas tão pequenas e Eliá lhe explicou que só existiam ali em Narayan. Um tapete vermelho havia sido estendido pela passagem central, da porta de entrada até a escadaria que levava aos tronos.
Com medo de serem pegas espionando, as meninas voltaram para o jardim. Depois de descerem os degraus da varanda para o jardim, Eliá sentou-se no chão chorando.
– Meu pé está doendo! – falou Eliá.
– Deixe-me olhar! – falou Jaqueline.
– Não! Eu quero meu irmão! – gritou Eliá.
Kay que ouvira os gritos da prima, saiu ao jardim para ver o que estava acontecendo.
– Eliá o que aconteceu? Por que está chorando? – perguntou Kay.
– Meu pé! Está doendo! – respondeu ela.
– Se você não me deixar olhar, não poderei tratar de você! – falou Jaqueline.
– Eliá, deixe a senhorita Jaqueline olhar seu pé. Ela é médica e pode ajudá-la! – falou Kay nervoso.
– Está bem, mas eu quero Emar aqui! – falou Eliá.
– Ele está em uma conversa particular com meu pai e sabe que não podemos interromper. Eu ficarei aqui com você! – falou Kay tentando acalmá-la.
– Pode olhar, Jaqueline! – falou Eliá fechando os olhos.
Jaqueline sentou-se no chão, ao lado de Eliá e olhou o pé que ela dizia doer. Nele, um espinho havia se aprofundado bastante.
– É só um pequeno espinho. Vou pegar minha maleta e já volto! – falou Jaqueline levantando-se.
– E o que nós fazemos? – perguntou Elizabeth.
– Coloquem-na sentada na escada, mas não deixem pisar no chão ou o espinho entrará mais em seu pé. – falou Jaqueline.
Em seguida, Jaqueline entrou e subiu as escadas correndo. Entrou em seu quarto, agarrou a maleta, que se estava sobre o criado-mudo e desceu novamente correndo.
Ao chegar na varanda, Kay, depois de pegar Eliá no colo, a colocava sentada nas escadas da varanda.
– Elizabeth, vou precisar de um pouco de água e de sabão. – falou Jaqueline.
Elizabeth correu até a cozinha, enquanto Jaqueline sentava-se ao lado de Eliá. Jaqueline abriu sua maleta e retirou uma pinça de dentro dela.
– Eliá, não mexa o pé ou posso machucá-la ainda mais!
– Está bem, mas vai doer? – perguntou Eliá.
– Aposto que não mais do que está doendo agora!
– Aqui está o que me pediu, minha irmã. – falou Elizabeth sentando-se ao lado de Jaqueline.
Jaqueline, cuidadosamente, segurou o espinho com a pinça e o retirou. Lágrimas corriam dos olhos de Eliá. Jaqueline lavou o ferimento, separou o que ia precisar e lavou suas mãos. Depois, concentrou-se e colocou as mãos sobre o pé de Eliá. Após sentir o comichão, pediu que Elizabeth lhe entregasse a pomada aberta. Com a pinça, Jaqueline pegou um punhado de algodão e o mergulhou dentro do pote da pomada. Em seguida, espalhou a pomada com o algodão no ferimento de Eliá e colocou ataduras.
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As Rosas de Narayan
Ficción históricaSéculo XVIII Jaqueline Rosset nasceu em uma pequena cidade ao norte da França. Ainda muito jovem descobre ser portadora de um dom especial e seu único desejo se torna usá-lo para ajudar a quem precisar. A realização desse sonho a levará a uma jornad...