Jaqueline não ia mais ao Centro de Atendimento, apenas passava os dias em sua cama. Ela havia engordado mais nessa gravidez do que nas anteriores e já não aguentava as dores em suas pernas.
Jaqueline acordou com Anabel trazendo o desjejum. Com dificuldade, sentou-se na cama, enquanto Anabel abria as cortinas.
Era 05 de janeiro de 1805 e estava um dia ensolarado. Jaqueline olhou pela janela e pode ver dois passarinhos voando pelo céu azul.
– Está um dia maravilhoso, princesa! – falou Anabel.
– Realmente. Parece que está e eu aqui presa a esta cama!
– Não fale assim, princesa! Logo o seu bebê nascerá e verá que valeu a pena todos os dias que passou nesta cama!
– Eu sei, querida Anabel! Mas, eu gosto de passear e ver as pessoas. Faz quase três semanas que não saio deste quarto!
– Não fique nervosa! Pense em seu bebê!
– Eu preciso andar um pouco! – falou Jaqueline tentando se levantar.
Quando Jaqueline conseguiu ficar em pé, sentiu um forte dor em seu ventre e suas pernas fraquejaram, fazendo com que não conseguisse ficar em pé. Jaqueline sentou-se no chão com as mãos na barriga.
– O que a senhora está sentindo? – perguntou Anabel preocupada.
– Ajude-me a deitar na cama e, depois, peça que chamem Albert. Eu sei que chegou a hora!
Anabel ajudou Jaqueline, que, assim que se deitou, gritou de dor.
– Kay? Onde está ele? – perguntou Jaqueline.
– Vou chamá-lo. Fique calma!
Anabel saiu correndo do quarto para a varanda. Ela gritou, avisando que chegara a hora do bebê nascer.
Kay, que se encontrava na biblioteca lendo, ouviu os gritos de Anabel e, desesperado, correu ao encontro de Jaqueline.
– Estou aqui, minha princesa! – falou ele aproximando-se de Jaqueline e pegando sua mão.
– Onde está Albert? Sinto que não dará tempo dele chegar!
– Corra, Anabel! Peça para Askar buscar Albert o mais rápido possível e, depois, retorne para nos ajudar.
Anabel correu a procura de Askar, enquanto Kay ficou fazendo companhia para Jaqueline.
– Calma, minha princesa! Albert logo chegará! – falou Kay nervoso.
– Meu amor, você é que precisa ficar calmo, pois terá que ajudar Anabel a fazer meu parto.
– O que? Albert chegará rapidamente!
– Querido, o bebê não vai esperá-lo!
– O que devemos fazer?
– Precisaremos de água fervida e lençóis limpos.
– Vou pedir que preparem tudo! Você ficará bem sozinha, por alguns instantes, meu amor?
– Claro!
Kay correu até a varanda e gritou para que os empregados preparassem tudo rapidamente e trouxessem as coisas correndo. Ele voltou, em seguida, para junto de Jaqueline. Logo, Anabel retornou e, com ela, chegou uma empregada que trazia os lençóis.
Jaqueline sabia que Anabel estava preparada para fazer seu parto, pois ela própria a havia treinado. Mas, Kay, além de estar muito nervoso, estava totalmente despreparado e ele teria que ajudá-las.
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As Rosas de Narayan
Ficción históricaSéculo XVIII Jaqueline Rosset nasceu em uma pequena cidade ao norte da França. Ainda muito jovem descobre ser portadora de um dom especial e seu único desejo se torna usá-lo para ajudar a quem precisar. A realização desse sonho a levará a uma jornad...