No dia 30 de Novembro, Jaqueline chegou na Ilha Bhadar. Lá encontraria sua irmã. Descendo do navio, após dormir praticamente toda a viagem, Jaqueline olhava tudo ao seu redor. O céu era de um azul intenso e não havia nuvens. O mar era tão límpido que dava para ver a areia em seu fundo. No porto havia muitas pessoas andando com mercadorias e várias línguas se misturavam na multidão. Também haviam casas de madeira, onde podia se ver as mercadorias. De repente, uma carruagem chamou sua atenção. Foi quando viu um homem abrir a porta da carruagem e de dentro dela descer sua irmã.
– Beth! Beth!
– Jaque! Que saudade!
Jaqueline saiu correndo ao encontro de sua irmã, largando sua bagagem no chão. Quando se aproximaram, elas se abraçaram fervorosamente. Não sabiam dizer quanto tempo haviam ficado abraçadas, chorando, quando o empregado chamou Elizabeth. Ele já havia colocado toda a bagagem de Jaqueline na carruagem e avisava que Emar as esperava em seu castelo.
– Venha, minha querida irmã! Conversaremos na carruagem a caminho do castelo de meu noivo.
Ambas se acomodaram na carruagem.
– Castelo de seu noivo? Conte-me tudo! Enquanto a carruagem rumou em direção ao castelo, Elizabeth contou que havia ido ao Arquipélago para dar aula as crianças daquele reino, que conheceu o noivo quando ele levou uma das empregadas do primo para aprender a ler e escrever e que ele era sobrinho do rei do Arquipélago.
Chegando ao castelo Khani, Jaqueline ficou deslumbrada com o que viu. Uma alameda cheia de rosas brancas levava a entrada do castelo, que era inteiro de pedras cinza escuro. Em torno das janelas haviam detalhes em vermelho escuro e, em cima da porta da entrada, havia um brasão com um leão e um urso.
A pesada porta de madeira se abriu logo que a carruagem parou e de dentro do castelo saíram três empregados. Ambas desceram da carruagem e caminharam para o interior do castelo enquanto os empregados pegavam a bagagem de Jaqueline e a levavam para o seu respectivo quarto.
– Anabel, aonde meu noivo se encontra?
– O senhor as espera na biblioteca, minha senhora.
– Venha Jaque! Vou apresentar-lhe Emar!
Elas entraram por um pequeno corredor que dava em uma enorme porta de madeira, que se encontrava entreaberta. Jaqueline entrou devagar na biblioteca, admirando o local. Ela tinha prateleiras que iam até o teto em todas as paredes, nas quais podia se ver muitos livros separados por assunto e arrumados em ordem alfabética. No centro, haviam duas poltronas, que estavam dispostas uma frente a outra e separadas por uma mesa retangular de madeira. Sentado em uma das poltronas encontrava-se Emar. Era um homem de pele bem morena e olhos negros profundos. Seus cabelos encaracolados e negros encontravam-se presos em um rabo de cavalo. Forte e musculoso, media aproximadamente um metro e setenta centímetros.
– Boa tarde, meu amor!
– Oh! Boa tarde! Não sabia que vocês haviam chegado. – e levantando-se, foi em direção a Jaqueline e abraçou-a afetuosamente. – Até que enfim lhe conheci, minha cunhada. Elizabeth me contou tudo sobre você. Como foi sua viagem?
– A viagem foi ótima. Nossa! Este reino é maravilhoso! Nos dias que ficarei aqui pretendo conhecer tudo e procurar algumas ervas.
– Elizabeth, bem que você me disse que sua irmã era uma pessoa sedenta de conhecimentos!
– Minha irmã sempre exagera! Só quero aproveitar meu tempo livre aqui para matar a saudade de minha irmã, conhecer as ilhas e aprender um pouco mais para que me ajude na profissão.
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As Rosas de Narayan
Narrativa StoricaSéculo XVIII Jaqueline Rosset nasceu em uma pequena cidade ao norte da França. Ainda muito jovem descobre ser portadora de um dom especial e seu único desejo se torna usá-lo para ajudar a quem precisar. A realização desse sonho a levará a uma jornad...