Capítulo 7 - O Cairo

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Quando se aproximaram do Cairo, Jaqueline viu uma grande muralha que cercava a cidade. Ao entrarem por uma das portas dessa muralha, Jaqueline viu espetaculares construções religiosas. Muitas pessoas andavam pelas ruas, entravam e saiam de lojas de todos os tipos. Outras tinham suas mercadorias em carroças, tentando vendê-las ou levando-as para suas casas.

Albert parou a carroça em frente a uma grande construção e pediu que Jaqueline o esperasse ali. Depois de um certo tempo, voltou acompanhado por um rapaz de pele cor de oliva e que aparentava ter a mesma idade que Albert. Seus olhos negros amendoados, e seus cabelos negros contrastavam com sua túnica branca.

– Jaqueline, este é Montop, um velho amigo meu. Ele estudou medicina comigo lá em Paris. Ficaremos hospedados em sua casa.

– Boa tarde, Jaqueline! Muito prazer em conhecê-la! – falou Montop em inglês.

 – Boa tarde, Montop! – respondeu Jaqueline.

Albert e Montop subiram na carroça e rumaram para a casa dos pais de Montop.

– Quanto tempo, meu amigo!

– Já faz alguns anos, Albert!

– Me conte o que tem feito.

– Tenho cuidado de muitos pacientes no hospital e ajudado meu pai em sua loja.

– Isso é muito bom! Mais alguma novidade?

– Sim. Meus pais escolheram a minha noiva e já fomos apresentados. O nome dela é Hasayn, uma jovem bela e de uma família importante aqui da cidade.

– Meus parabéns! – falou Albert.

– Você a ama, Montop? – perguntou Jaqueline.

– O amor vem com o tempo, Jaqueline. Meus pais a escolheram para ser minha esposa e sei que serei feliz ao lado dela.

– Como irá se casar com ela sem amá-la?

– Jaqueline, o que te falei sobre os costumes de um país? Deve aprendê-­los e não questioná-los. Aqui, é esse o costume e para eles é assim que deve ser. Peça desculpas!

– Desculpe-me, Montop!

– Não precisa pedir desculpas. Você não é obrigada a concordar com tudo o que aprende, pois são as dúvidas que nos fazem aprender mais a cada dia. Para mim, isso é comum e é assim que fazemos aqui em meu país. Não precisa se preocupar com o que diz, Jaqueline. E você, Albert, não brigue com ela. – falou Montop cutucando o amigo.

– Eu não estava brigando com ela. Só quero que tenha cuidado com o que diz para não ofender nem magoar alguém.

– Eu nunca faria isso, Albert! Você sabe muito bem! Eu apenas segui meu coração e meus instintos.

– Continue seguindo-os, Jaqueline. – falou Montop.

– Eu só disse isso porque não me casarei se não for por amor, Albert!

– Está bem, Jaqueline! Desculpe-me!

– Está desculpado, Albert!

– Pare a carroça ali, meu amigo! – falou Montop indicando uma casa.

 Albert parou a carroça e Montop desceu. Ele abriu um portão de madei­ra e falou para Albert entrar com a carroça. Ao entrar, Jaqueline viu uma espécie de rua sem saída e no final dela, havia um estábulo. Perto do portão havia uma porta pela qual entraram na casa.

Ao entrar, havia um fogão à lenha aceso com panelas em cima e alguns armários. Entraram por outra porta, fechada apenas por um tecido de seda. Encontravam-se agora em uma sala com sofás e várias almofadas coloridas a enfeitando. No chão, um lindo tapete com desenhos florais em dourado e sobre ele uma pequena mesa de madeira. Em um canto da sala, uma mesa com várias cadeiras. Havia também três portas que davam para os quartos. Uma senhora saiu por uma dessas portas e veio falar com eles.

As Rosas de NarayanOnde histórias criam vida. Descubra agora