Mais de um ano já havia se passado e todos viviam alegremente, menos Jaqueline e Kay. Há um mês que Kay não procurava Jaqueline e ela estava muito triste e preocupada.
Em uma certa manhã, Jaqueline acordou e não encontrou Kay ao seu lado. Desceu, tomou o desjejum e não o encontrou. Então, decidiu ir a cavalo até o centro buscar algumas encomendas.
Jaqueline pediu que selassem sua égua Katin. Ela saiu ao jardim para ir em direção a parte de trás do castelo, mas parou por alguns instantes para admirar as rosas. Quando chegou perto dos estábulos, sua égua já estava selada. Jaqueline montou e seguiu lentamente para a estrada.
– Jaqueline! – gritou Kay, galopando rapidamente em seu cavalo Rubro.
Jaqueline parou o cavalo e esperou Kay alcançá-la.
– Aonde você vai? – perguntou ele.
– Até a cidade. – respondeu ela.
– Posso ir com você?
– Desde quando você precisa pedir para fazer algo, Kay?
– Só queria lhe fazer companhia. Você está brava.
– Não estou brava! Apenas estranhei sua atitude.
– Não vamos discutir!
– Nós nunca discutimos!
– Eu sei! Mas, não quero que agora seja a primeira vez! Apenas vamos esquecer esse assunto e falar sobre outra coisa.
– Está bem. Sobre o que quer falar?
– Podemos falar sobre algo que descobri sobre algumas plantas?
– Sim. O que descobriu?
– Uma das plantas aqui do reino tem efeito cicatrizante quando é feito um emplasto.
Encaminharam-se para a cidade enquanto conversavam sobre o Centro de Atendimento e as pesquisas feitas com as plantas locais.
Ao chegarem à cidade, as pessoas os cumprimentavam alegremente. Pararam em frente a uma loja e Jaqueline desmontou. Kay permaneceu montado em seu cavalo e segurando as rédeas de Katin.
Jaqueline entrou na loja e logo saiu com três pacotinhos em suas mãos. Uma senhora aproximou-se dela e entregou-lhe um lindo buquê de rosas vermelhas. Todos no reino sabiam que eram as preferidas de Jaqueline.
– Um presente para a senhora, alteza! – falou ela.
– Obrigada, senhora! – falou Jaqueline.
– Posso falar-lhe um minuto?
– Claro.
– Vossa alteza me parece triste e preocupada. Mas, o que perturba logo saberá, basta sorrir, cantar e dançar como sempre.
– Eu não estou entendendo, senhora!
– Pensa que é algo com a senhora, mas se voltar a sorrir, saberá que o que lhe preocupa não tem a ver com a senhora em particular.
– Ainda não estou lhe entendendo! – falou Jaqueline.
– Pense com calma e compreenderá o que lhe digo, alteza. Agora, com sua licença, preciso me retirar. Tenha um bom dia, alteza!
– Bom dia, senhora!
A senhora afastou-se e Jaqueline andou até seu cavalo. Ela guardou os pacotes em uma bolsa pendurada em sua sela e montou. Em seguida, ela e Kay rumaram de volta para o castelo.
– O que aquela senhora queria? – perguntou Kay.
– Nada! – respondeu Jaqueline.
– Nada? E por que conversaram tanto?
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As Rosas de Narayan
Historical FictionSéculo XVIII Jaqueline Rosset nasceu em uma pequena cidade ao norte da França. Ainda muito jovem descobre ser portadora de um dom especial e seu único desejo se torna usá-lo para ajudar a quem precisar. A realização desse sonho a levará a uma jornad...