Capítulo 41

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-Ruby, eu vim o mais rápido possível, o que aconteceu? -sentei no banco do balcão, ofegante.

-Eu recebi isso há pouco. -ela estava assustada- Acho que é do... Dele.

Respirei fundo e peguei o envelope pardo que estava dobrado. Assim que tirei a foto de dentro, levei a mão até a boca.

-Meu Deus,  Ruby. -abracei-a- Eu sinto muito mesmo.

Ruby começou a chorar. -Ele vai me matar. -disse soluçando.

-Calma, fique calma... Não vai acontecer nada com você enquanto eu estiver aqui, eu prometo. -soltei-a e passei a mão o rosto dela. -Tem um bilhete dentro... -peguei-o e desdobrei.

Você não vai conseguir me achar. Pare de me procurar garota tola. A menos que queira repetir a dose... Ou talvez uma dose dupla?

Guardei o bilhete e a foto novamente e pus o envelope na jaqueta. -Eu preciso levar isso.

-Pode levar... Por favor, Emma, não deixe ninguém ver essa foto...

-Tudo bem,Ruby. Se cuida, e não saia sozinha, até eu arrumar um jeito de te proteger.

-E a Vovó, também.

-Claro, eu vou pensar num jeito, ok? -levantei e abracei-a mais uma vez.

Aproveitei pra comprar umas rosquinhas e café.

Voltei para a delegacia e sentei na minha cadeira. Olhei novamente para a foto e tentei captar todos os detalhes possíveis; a rua, a iluminação, o rosto ensaguentado da Ruby, que também estava nua, notei uma tatuagem de lobo na costela.

Mais uma olhada.

Um par de tênis também participavam da foto.

Era ele.

Um tênis branco sujo de sangue e terra. Parecia um modelo Nike.

Anotei isso na ficha do suspeito.

Escaneei a foto e 'borrei' a parte em que aparecia Ruby, para não ser identificada e exposta.

Peguei as chaves da viatura e dirigi até a casa de Kathryn.

-Emma, você descobriu onde está o Will?

-Ainda não, na verdade, Sra. Scarlet, gostaria de saber se ele teria um tênis como esse. -entreguei a foto à ela.

Kathryn teve a mesma reação que eu. Parecia chocada. Ela encostou na parede, como se apenas aquela imagem fosse o suficiente para fazê-la se sentir mal.

-Quem é essa?

-Ruby Lucas. Você reconhece esses tênis?

-Não, sinto muito. -devolveu a foto.

-Então suponho que não tenha problema em eu entrar para checar, sim?

Ela me olhou por um instante e assentiu. -Não, claro que não. -abriu a porta indicando que eu deveria entrar.

-Onde era o quarto dele?

-Junto do meu, mas as coisas dele estão todas no porão.

-Quanto tempo faz que ele desapareceu?

-Quase cinco meses, eu acho.

-Você estava sempre ciente de tudo de errado que ele fazia?

-Quase tudo, mas eu era cega de amor por ele.

-O amor é realmente algo surpreendente, não? -chegamos ao porão e ela abriu a porta e deixou que eu descesse na frente. Puxei o barbante que acendia a luz e olhei em volta.

A Complicated Love Story [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora