Capítulo 56

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Terminamos de tomar café no Granny's e passamos na casa da Ashley para buscar Tasha e Lorenzo. Ele ainda estava dormindo então fiz de tudo para não acordá-lo.

Tasha foi o caminho até em casa todo nos bombardeando com perguntas sobre o casamento.

-Ainda não conversamos sobre isso, Tasha... Mas eu quero que seja na praia.

-Praia parece legal... -Killian concordou e Tasha voltou a dar mais palpites sobre a festa.

Quando chegamos em casa, coloquei Lorenzo no berço e depois de contarmos para toda a família sobre o casamento, eu deitei na minha cama para ler um livro enquanto Killian via algum seriado na TV e Tasha ia para a faculdade.

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alguns meses depois

Lorenzo começou a querer andar e tenta balbuciar algumas palavras que eu sinceramente não entendo. Mas o mais importante: Storybrooke está mais calma do que nunca. Os crimes diminuíram bastante com o tempo e os festivais de ruas voltaram a acontecer. Hoje é o dia em que as freiras vendem velas na rua para arrecadar dinheiro.

Mary Margaret e eu estávamos ajudando na decoração das barracas e depois iríamos até as casas para tentar vender algumas. No final do dia, vendemos apenas uma caixa. Quando as pessoas começaram a chegar para o festival, começamos a vender mais algumas das velas. David e Killian estavam na barraca de tiro ao alvo e Tasha com Sean estavam na cabine de fotos. Regina e Robin estavam ajudando nas barracas de comida.

Lorenzo e Clarissa estavam comigo na nossa barraca de velas. Eles pareciam estar conversando entre si, o que era engraçado pois só ouvíamos gritos e risadas.

Ri e voltei a me concentrar nas velas.

Quando chegou no final da festa Cora, a prefeita, mandou desligar todas as luzes do quarteirão e ficamos admirando a vista que as luzes da vela e as estrelas nos proporcionavam.

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Faltando pouco menos de uma semana para o casamento, minha mãe e Regina foram comigo à costureira para darmos os útimos ajustes nos vestidos. Clarissa e Lorenzo brincavam no chão perto dalí.

Regina cantarolava junto com o som do local, estava tocando Shape of You, do Ed Sheeran. Em alguns momentos do refrão eu cantei junto, porém estava nervosa demais para acertar qualquer coisa agora.

-I'm in love with your body... -Regina sussurrou se olhando no espelho, checando se o vestido estava bem nela. E sim, estava.

O cabelo de minha mãe já estava bem maior do que quando eu voltei para a cidade, estava pouco abaixo dos ombros e enrolados, ela disse que como seria uma situação especial, queria estar magnífica(!).

Aproveitei para pegar o terno de Killian e de Enzo, sim, ele vai usar um mini-mini-mini-terno. Meu irmão também vai usar um, mas apenas um mini-mini-terno, já que ele tem quase dois anos.

Dois anos.

Tanta coisa aconteceu nesse meio tempo que eu quase não me lembro da minha vida antes disso. Quase não me lembro de que minha vida virou de cabeça pra baixo no dia em que Neal foi assassinado.

Assassinado brutalmente.

Eu vinguei sua morte. Sim, ela foi de fato vingada, porém tão brutalmente quanto. Eu me sinto mal ao lembrar de como tirei a vida de Sidney Glass. Quase literalmente como um pedaço de vidro sendo estraçalhado. Isso não faz de mim um ser humano tão ruim quanto ele? Não me faz uma assassina? Ainda acho que eu deveria ter sido presa em tais circunstâncias. Maas de fato, a lei não é a mesma para todos... Nesse caso foi de certa forma algo bom, porém e pros familiares dele? Será que ele tinha alguém que se importava com ele a ponto de chorar em seu enterro e querer vingança...

-Emma?

Fui retirada de meus devaneios no momento em que Regina me chamou.

Olhei em volta e estavámos parada em frente a casa dela. Minha mãe no banco traseiro segurando duas embalagens lilás com nossos vestidos, Regina estava sentada no banco do carona de meu fusca amarelo, me encarando como se já estivesse me chamando a algum tempo.

-Sim?

-A porta. -ela olhou de relance pra Mary que tinha a mesma expressão em seu rosto.

Pisquei os olhos e apertei o botão de destrancar as portas. Eu tinha renovado um pouco o carro, já que iria ficar com ele.

-Até mais. -ela beijou minha bochecha e eu retribuí e depois acenou para Mary, qu epulou para o banco da frente, deixando as caixas no de trás.

-Aqui é mais confortável... -ela disse ignorando o fato de eu ter ficado aérea.

Dei partida no carro e dirigi até a casa dela, em silêncio. Parei o carro de repente quando vi alguém entrando na frente. Minha mãe se segurou no painel e olhou pra mim assustada.

-Emma! -ela quase gritou. -O que deu em você?

-Eu pensei que tivesse visto alguém... Me desculpe. -me recompus e voltei a dirigir, agora mais devagar, pensando se contaria a ela ou não sobre meu fardo de Sidney. Somente o pessoal do FBI que estava naquele dia sabia do ocorrido.

Eu não sei porque isso está me atormentando.

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-Eu preciso saber quando isso aconteceu, Josh! É importante...

-Emma, Emma, Emma! Pra que revirar o passado? Você melhor do que ninguém sabe o quanto isso deve ser esquecido!

-Eu sei, eu sei... Mas isso de repente começou a me atormentar... Eu sou uma assassina. -sussurrei com os olhos um pouco arregalados.

-Nunca mais diga isos, Emma Swan. Eu vou checar qual dia isso aconteceu e te mando o relatório por email. Sem mais.

-Obrigada, obrigada, obrigada. Você é um anjo, Josh.

Ele riu. -Menos, Emma! Agora preciso desligar, até mais.

-Tchau, Josh. -desliguei a chamada e entrei na banheira com espuma e sais de banho da Indonésia -segundo Leroy, que agora está vendendo todo tipo de coisas para "se livrar da vida que tinha"-.

Meu celular apitou alguns minutos depois avisando que tinha um novo email. Sequei a mão e cliquei no ícone do Gmail e vi que era de Josh com o PDF de todo o relatório do caso de Sidney Glass, que incluia a tortura e assassinato de Neal Cassady. Respirei fundo e continuei lendo o arquivo, até a parte que relatava sua morte. Que por acaso foi a exatamente um ano atrás.

Me segurei para não deixar o celular cair dentro da banheira, afinal ele claramente não era à prova d'água.

Será que era por isso que eu me senti tão atormentantada esses últimos dias? Porque estava perto do aniversário de morte de Sidney. De seu assassinato...

Mergulhei a cabeça na água e fechei os olhos, prendendo a respiração o máximo que pude, parei quando senti meu braço sendo puxado para fora da banheira.

Soltei um grito e ao mesmo tempo ouvi Killian me gritando.

-Emma! O que você está fazendo? Eu estou te chamando a cinco minutos... Você está bem? O que estava fazendo? -soltou tudo de uma vez e percebi que o que eu fiz se parecia com uma tentativa de suicídio. Mas não era, eu só estava tentando me acalmar, e isso sempre me ajudava.

-Nada... Eu só...

Ele pegou uma toalha e permite que me enrolasse na mesma. -Obrigada... Eu estou bem, Killian, só estava tentando me acalmar...

-Acalmar? Por que você precisa se acalmar, love?

Pensei em dizer a verdade, mas não me pareceu certo arriscar tudo agora. E se ele desistisse de casar comigo por eu ser uma assassina?

-Nosso casamento é em dois dias... Eu estou nervosa. Você quer mesmo se casar comigo, Killian?

-Mas é claro que sim. -ele segurou meu rosto com as mãos e meu beijou rápido- Eu te amo, Emma Swan. Pra sempre.

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-A.S

A Complicated Love Story [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora