Capítulo 42

474 35 10
                                    

  Entrei novamente no carro e fui para a ronda diária, vi que Henry estava no balanço de novo. Mas dessa vez não deu tempo de eu ir falar com ele, o pai chegara na hora certa dessa vez.

________________________________________________________________________________

Eu estava com Ruby jogando vídeo game, estava ganhando até o momento em que o telefone de casa tocou. Era algo estranho de se acontecer, levando em consideração que só o Killian, Tasha e meus pais tinham esse número.  E eles ligavam sempre para o meu celular primeiro. Com a onda do jogo acabei nem olhando o número de quem ligava. Só levei o fone à orelha e disse:

-Alô?

Silêncio.

-Killian? É você?

Dei de ombros e desliguei. Deve ser engano.

-Eu vou te passar, Emma. Pode apostar que sim! -Ruby me deu um golpe despercebido e fez meu boneco perder sangue. Arrepiei com a ideia de ser tão vulnerável quanto meu personagem.

Uma hora você está ganhando, saindo ilesa. E então, sem perceber, o mundo gira e você cai. Será que seria assim na vida real? Fora de um jogo, se você não prestar a devida atenção, perde o jogo para o adversário...

Afastei essas ideias sem sentido e me concentrei em virar o jogo. Estava quase conseguindo quando o telefone tocou de novo.

Dessa vez olhei o numero, mas era privado. Atendi:

-Alõ? Olha se você estiver querendo me pregar uma peça, é melhor parar.

Mais silêncio. Pausei o jogo e tirei o som. Me concentrei em ouvir tudo que estava do outro lado da linha. Não tinha nada. Nenhum som que entregasse quem era. Tirando apenas a respiração fraca da pessoa. Não conseguia saber quem era.

-Eu vou contar até três e se você não dizer quem é e o que quer, vou desligar.

-Um...Dois...Trê...

-Emma... -era um sussurro fraco e apavorado.

Engoli em seco pela primeira vez na ligação e respondi? -Quem é? Quem é você?

-Me ajuda, por favor... -Houve um barulho do outro lado e a ligação caiu.

Olhei estranho para o telefone na minha mão e coloquei-o novamente no gancho.

Ruby olhou para mim. -Quem era?

-Não sei, acho que foi engano. -menti. Sorri e voltamos a jogar.


            Durante a noite eu não conseguia dormir, rolava de um lado para o outro na cama. Sem conseguir pregar os olhos por mais de dois minutos. Aquela voz continuava na minha cabeça. Eu não sabia quem era. Mas ela sabia, e sabia meu nome também...

Chequei as horas no celular e não passava das duas da manhã. Levantei e andei na ponta dos meus pés descalços até a cozinha, onde peguei uma garrafa de uísque na metade e um copo. Enchi-o até a metade e sentei na mesa. Ia dar a primeira golada quando o telefone tocou de novo. Olhei em volta e pousei o copo novamente na mesa de mármore gelado.

Andei até a mesinha da sala e atendi. Dessa vez não falei nada, o número era privado.  Prendi a respiração e esperei que a pessoa do outro lado das linha falasse alguma coisa. Mas nada aconteceu. De repente, ouvi um barulho nas janelas e as cortinhas balançaram. Me assustei e desliguei o telefone pelo cabo que ligava até a tomada.

Eu havia esquecido a janela aberta de novo. Fechei-a e senti um vulto passando no corredor. Olhei rápido pra trás e não vi nada. Fui devagar até a cozinha, que estava mais próxima de mim agora e abri a gaveta devagar. A lâmpada da cozinha havia queimado no momento em que a janela da sala havia feito barulho, estava tudo escuro. Peguei uma das facas de corte fazendo o mínimo de barulho possível. A luz do corredor que ligava a cozinha aos quartos se ascendeu.

Eu virei com a faca empunhada na mão e me dei de cara com Ruby.

-Ai meu Deus! -ela arregalou os olhos olhando pra faca e quase gritou de susto.

-Droga Ruby. -abaixei a faca- Eu pensei que fosse um ladrão.

Ela respirou ofegante e se desculpou dizendo que dera sede no meio da noite. Assenti e andei até a mesa e peguei meu copo de uísque. Tomei tudo em um gole ardente. Disse a ela que iria voltar a dormir, o que era mentira, e voltei para o meu quarto. Escovei os dentes e lavei meu rosto. Sentei na minha cama e liguei a TV para tentar ver uma das minhas séries atrasadas.


Acordei no meio da noite com o barulho do meu celular tocando, era Killian. -Alô? Killian? -fechei os olhos de novo.

-Emma! Graças à Deus...

-O que foi Killian? -abri os olhos e me sentei na cama.

-É a Tinker... Eu acho que aconteceu alguma coisa com ela.

Suspirei. -Como assim? -olhei as horas- Killian são 4 da manhã.

-Emma é sério, cheguei hoje de tarde da praia e ela não estava em casa. Ela não sai sozinha. E tinha uma xícara quebrada no chão.

-Killian...

-Eu acho que sequestraram ela...

Respirei fundo e passei a mão nos cabelos. -Você está em casa? -ele respondeu que sim- Não saia daí, estou indo.

Encerrei a chamada e levantei rápido da cama, quase sentindo minha cabeça rodar. Apenas vesti o roupão e prendi meu cabelo com o elástico que sempre ficava no meu pulso. Desci as escadas correndo e destranquei a porta, respirei fundo mais uma vez e atravessei a rua em direção à casa de Killian.

Bati na porta e rapidamente ela se abriu. Entrei e já fui olhando em volta, procurando a Tinker, querendo que aquilo seja uma mentira e e não tenha que me preocupar com um sequestro numa cidade calma como Storybrooke.            Desde que eu voltei tudo de ruim têm acontecido aqui,não quero carregar mais o fardo de eu,como Xerife, deixei a cidade desprotegida.

Mas, infelizmente, não tinha ninguém além de Killian na sala.

-Onde está Natasha? Ela está bem?

-Sim, está dormindo.

-Por que você só me chamou agora?

-Eu... -ele passou a mão nos cabelos e se sentou no sofá, fiz o mesmo, estava exausta.- Pensei que ela tivesse saído... Sei lá, talvez tivesse diminuído o trauma de sair sozinha, ou talvez tivesse saído com alguém... Mas ela não atendeu minhas ligações, fiquei preocupado e não sabia o que fazer,então te liguei.

-Eu não posso fazer nada antes de 24 horas, Killian.

-Você está me dizendo que não vai fazer nada? Emma,ela foi sequestrada há menos de um ano, pelo amor de Deus.

-Olha... Está tarde, quando amanhecer, eu vou com você procurar ela.Mas só posso prosseguir com a ajuda da polícia depois de 24 horas ausente. Pra só então declará-la desaparecida e prosseguir com as investigações... É a lei. Eu não posso burlá-la. E tenho certeza que vamos achá-la antes disso, okay?

Killian não respondeu.

-Por que você não tenta dormir? Hum? Eu te faço companhia, pode ser. -ele só assentiu.

Fomos pro quarto dele e tentamos por horas dormir, até que era tarde de mais de o sol já nascera.

~~~~

Valeu por esperarem tanto tempo.

PS: mudei a assinatura de A.K para A.S

-A.S

A Complicated Love Story [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora