Capítulo 44

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  -Killian? -abri a boca e deixei meu celular cair no chão.

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-Emma, o que você faz aqui?

-O que você faz aqui? -coloquei o dedo no peito dele, acusando-o. Como se ele tivesse invadido o lugar, e não eu.

-Eu trabalho aqui.

-Você... Você o quê?

-Você está bem, amor? -ele colocou a mão no meu ombro.

-Estou. -virei o ombro para que ele tirasse a mão. Peguei o celular do chão e praguejei mentalmente por ter lascado uma das pontas. -Você sabe se a Tinker teria o número da minha casa? 

-Que eu saiba não... O que aconteceu?

-Nada. Eu me enganei com o GPS. Acho que ele me trouxe para o lugar errado. -me virei e já estava me afastando quando lembrei do talão de cheques. O peguei e conferi o nome:  Killian Jones.-Ah. -me virei para ele- Acho que isso é seu. -deixei o talão em cima de uma caixa de papelão e saí o mais rápido de lá. Ignorando as perguntas de Killian.

Minha cabeça estava girando. Eu não conseguia pensar em uma explicação para nada que estava acontecendo. De repente senti-me exausta. Abri a porta do meu carro e entrei. Encostei a cabeça no volante e por um momento pensei que fosse chorar. Mas eu liguei o carro e dei a ré. Tentei afastar os pensamentos do que aconteceu há pouco e foquei em chegar na delegacia. Afinal, ainda estava em horário de trabalho.

                                                                                       ***

Engoli um comprimido de analgésico e mais um gole de café. Não havia dormido nada na noite anterior. Desde que encontrei Killian naquela loja.

Coloquei uma equipe de buscas oficiais atrás de Tinker Bell. Eu queria achá-la para perguntar quem havia sequestrado ela. Para livrar qualquer suspeita de que fosse o Killian.

-Emma? -Regina bateu três vezes na porta de vidro e depois entrou.

-Regina, oi! -escondi meu desânimo e cansaço e levantei para abraçá-la- Como estão os preparativos para o casamento?

-Está indo tudo bem... Na verdade, é por isso que eu vim aqui...

-Pode falar. -sentei na mesa e ela sentou na cadeira de frente para mim.

-Robin escolheu o Killian para padrinho e... Eu pensei que você... Que você poderia ser minha madrinha de casamento.

Não pude evitar a cara de espanto misturada com felicidade. E acho que não deu um resultado muito bom, já que ela me encarou e perguntou se estava tudo bem. -Sim, claro. Eu adoraria Regina.

Ela sorriu. O sorriso de Regina era encantador, dava pra entender porque Robin se apaixonara por ela.

-Posso te perguntar uma coisa? -ela assentiu e eu continuei- Como o Killian era antes de eu chegar na cidade?

Ela suspirou. -Ah... Você sabe, o típico garanhão. Ele era um porre as vezes, confesso. Mas sempre foi um bom amigo.

-Ele já foi preso?

-O que? -ela parecia ter sido pega de surpresa com tal pergunta.- Não, claro que não. Por que você acha isso?

-Curiosidade. Obrigada pelo convite. Você já escolheu o vestido?

-Sim! Faz pouco tempo. E o vestido da madrinha fica por sua conta, tudo bem? Você e o Killian podem escolher algo que combine com os dois. -sorriu de novo- Eu mal posso acreditar que vou me casar.

-É... E eu mal posso esperar por isso, Rê. Você merece.

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duas semanas depois

Infelizmente, ainda não consegui encontrar a Tinker Bell. E Killian continua sendo meu principal suspeito. Eu odeio pensar dessa forma. Odeio mesmo. Ainda não havia falado nada com ele e continuava a agir como s nada tivesse acontecido. As vezes ele percebia e a gente quase tinha uma discussão.

-Você sabe que isso não pode prosseguir, Emma. -David se levantou e começou a andar de um lado para o outro na pequena sala de vidro. Era um gesto de nervoso e impaciência.- Logo o promotor vai ficar sabendo. Não é a primeira vez que a srtª Bell "desaparece". E da primeira vez não foi nada bom.

-Eu não consigo imaginar o Killian como uma pessoa capaz de machucar alguém. Ele me parece tão inocente e preocupado, pai.

-Eu sei que você gosta dele. Eu também estava começando... Mas pra lei isso não significa nada. O promotor poderia te indiciar por cumplicidade. Você está protegendo ele. E isso é crime.

-Se ele for culpado.

-Eu sinto muito. O promotor vai chegar logo.

-Como assim? Você o chamou? -senti raiva por um momento- Como você... -suspirei e me calei.

-Ele chega hoje no fim do dia. Concordei em ir buscá-lo no aeroporto. Você vai? Se fosse você, tentaria ao máximo agradá-lo. Diante das circunstâncias, ele pode te tirar do caso.

Não disse nada. E assim permaneci até o horário de ir para ronda da escola, e então fui buscar a Ruby e a Vovó no Granny's. Que estava sendo fechado mais cedo por conta de tudo isso que estava acontecendo com elas.

Depois de pensar bastante sobre o que fazer. Cheguei à conclusão de que deveria contar para ele. Saí da banheira e me sequei. Enrolei a toalha cor vinho em mim e peguei meu celular. Procurei o número do Killian e liguei. Fui para o meu quarto e olhei pela janela. O carro do Killian estava na calçada.

Depois de quatro toques, ele atendeu. -Alô?

-Killian, precisamos conversar.

-No momento não posso atender, ligue depois ou deixe um recado após o bip.

Praguejei em um sussurro e tentei ligar de novo. Foi direto para a caixa de mensagens.

Vesti a primeira roupa que vi: um vestido branco com detalhes simples em preto. Comprara pouco antes de vir para Storybrooke. Em Manhattan. Usara poucas vezes até agora. Calcei um par de sapatilhas pretas que estavam em baixo da cama e desci correndo com o celular em mãos, discando o número de Killian novamente.

-Ruby, já volto. -disse e fechei a porta atrás de mim.

Antes que eu pudesse tentar ligar de novo recebi uma chamada do meu pai. Atendi na mesma hora. -Pai? -estava ofegante pela pequena corrida.

-Emma, o promotor já está em Storybooke. Busquei-o há uma hora no aeroporto do Maine.

-Ah, legal. Olha pai, eu realmente não posso falar agora, estou indo falar com Killian sobre...

-Emma. Killian está aqui.

Minha mão se paralisou no momento em que eu ia bater á porta da casa de Killian.

-Ele está sendo interrogado neste momento. -continuou.

Meu coração batia tão rápido em meu peito que poderia jurar que estava saltando fora. Ouvia os batimentos altos em meus ouvidos, como se fosse uma música alta. A chamada caiu e sem que eu sequer pudesse digerir os pensamentos: começou a chover.

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Tá aí amores, esperem que tenham gostado.

-A.S

A Complicated Love Story [COMPLETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora