O dia havia amanhecido, céu azul e um sol avassalador com poucas nuvens. A calçada estava movimentada por pessoas apressadas para chegar em algum lugar. Lunna havia despertado estranhamente molhada pela transpiração de seu corpo, seu sonho havia sido turbulento e nele Gustavo aparecia amordaçado sobre sua cama a olhando nos olhos. Passando as mão sobre seus cabelos sentiu em seu interior que precisava desabafar. Algo estava em cima da comoda, uma pequena luminosidade vinha de seu diário que estava sendo tocado pelos raios de sol. Um pequeno diário mas seu único amigo. Lunna levantou-se ainda meio tonta de sono e pegando nas mãos o diário que continha uma fechadura minúscula. Uma chave que abria o diário ficava como pingente em um cordão que ela havia enprovisado, ninguém poderia ler, ninguém poderia saber das suas intenções. Seria sua terceira vítima, e por sinal a primeira injustamente.
" Hoje me sinto estranha, não por ter visto Gustavo morrer ou por tê-lo matado, mas por não ter saciado esse ódio. Sentir o sangue dele por todo meu corpo me fez perceber o que havia acabado de fazer. Se me arrependo? Não! Apenas comecei ! Homens me dão nojo, ódio e todo tipo de sensações ruins. Sei que Gustavo queria apenas mais uma mulher em sua cama como um troféu.
Acho que pagou um preço a altura do que queria, do que desejava. Preciso enterrar esse corpo em algum lugar e já tenho o local em mente. Há um bosque onde ninguém ira acha-lo onde ninguém se atreve a entrar por medo de umas cobrinhas peçonhentas, sinceramente acho que sou um pouco mais venenosa que elas. O desaparecimento de Gustavo vai ser notório mas nada que eu não resolva. Achei algumas ferramentas no porão vai ser o suficiente para o que eu pretendo. Ninguém pode saber, ninguém pode desconfiar de mim. Eu apenas quero acabar com essa vontade que me consome. Esse ódio que me dilacera. Seria tudo mais fácil se eles ficassem longe, mas não se afastam e o seus desejos seram seus ultimos sentimentos. Aliás já tenho uma próximo alvo ou melhor dizendo, meu próximo compromisso.
Ass: Lunna.Descendo as escadas aparentemente bem Lunna viu sua tia sentada no sofá com uma xícara de café nas mãos folheando um jornal como o de costume.
-Bom dia tia Vitória.
Vitória continuou a ler algo que chamara seu atenção.
- Bom dia querida. Seu café esta na mesa e já estou de saida para o trabalho. Como hoje você não irá a faculdade, por favor, lave as roupas para mim.
- Claro tia.
Lunna seguiu em direção a cozinha para tomar se café da manhã. Nada muito pesado para um dia longo como ela gostava. Apenas um mamão cortado ao meio, uma xícara de café forte com leite e alguns biscoitos. Seus olhos haviam perdido o brilho e ate mesmo seu corpo havia perdido sua alma. Alimentou-se calmamente esperando o momento exato que a porta bateria fracamente informando que Vitoria havia acabado de sair. Finalmente o silêncio cobria o lugar, as vozes vindas da TV já não podiam mais serem ouvidas e o vento fazia com que as cortinas em cima da pia dançassem freneticamente.
Sem tirar os olhos das cortinas Lunna viajava pelo seu inconsciente. Lembrou-se dos olhos de Estêvão a observando de longe. De como mordia os lábios ao vê-la passar. Lembrou-se de seu medo constante de ser abusada e de ter pedido ajuda varias vezes a Regina." """""""""..."..""""""...""""""..."""""""
-Mas mãe ele me olha estranho..- Já falei para não me chamar de mãe a todo momento Lunna. E seu tio jamais faria nada á você. Pare com isso !
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Lunna sentiu lágrimas escorrerem pelo seu rosto e uma furia incontrolável que surgia de seu peito. Sem pensar ela arremessou a xícara na parede fazendo com que os cacos caíssem pelo chão.
- Eu avisei !
Lunna ergueu a cabeça levantando-se da cadeira interrompendo o caminho por qual as lágrimas escorriam pelo seu rosto, limpando as mãos em seu short. Seguiu para o quarto onde o corpo de Gustavo permanecia. Abaixando-se Lunna puxou o lençol ensanguentado em baixo da cama com toda sua força. Um pouco de sangue ainda manchava o chão, mas nada que a assustasse. Arrastou o corpo pelo quarto descendo as escadas indo em direção a porta dos fundos que dava passagem para o bosque. Pegando as ferramentas que precisava, Lunna desamarrou o lençol observando o corpo palido de Gustavo e sua boca roxa. As colocou junto ao corpo e amarrou novamente. Seu trajeto seria longo e necessário. Arrastando o lençol beje pelo chão que naquele momento já se confundia com um vermelho ela seguiu em meio a mata deixando para trás a casa de sua tia.
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Querido Diário
Mystery / ThrillerVocê confia em alguém? Abra a porta e entre no mundo de Lunna e descubra o que uma mente e um coração ferido é capaz de fazer. Não confie em ninguém pessoas mentem e algumas podem morrer por isso. " Eu era apenas uma garota, inocente adimito. Mas...