Olá

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Lunna esperava o elevador chegar ao 10° andar juntamente com um paciente e um enfermeiro. Era um homem alto de corpo forte, braços largos e musculosos sem sombra de duvidas ia a academia  frequentemente. Barba bem feita e negra como os cabelos, pele morena e chamativa. Seus olhos de um castanho claro eram penetrantes.

- Deve ser novata por aqui não é ?

Lunna estava distraída com os números mostrados em uma pequena tela.

- Desculpa, o que disse ?

- Perguntei se você é novata. Estou trabalhando aqui a algum tempo e nunca te vi por aqui.

Lunna olhou para o paciente na frente daquele homem.

- Sim. Mas me diga, o que houve com ele ?

O elevador havia parado e outras duas pessoas adentraram aquela pequena caixa com engrenagens.

- Ele caiu com a moto e quebrou algumas costelas e outro carro o atropelou logo em seguida.

- Que trágico.

Lunna sorriu vagamente ainda olhando para os números na pequena tela.

- E como seria seu nome ? Acho melhor colocar seu craxa de identificação antes que alguém lhe de uma advertência.

Lunna continuou em silêncio por alguns segundos.

- Me chamo Regina.

O elevador finalmente chegou no destino de Lunna.

- Ate outra hora, tenho que visitar um paciente.

- Adeus Regina.

Lunna saiu caminhando pelo corredor sem olhar para trás. Mas a frente uma mulher com os mesmos trages a esperava sentada a uma cadeira.

- Demorou.

Lunna não respondeu, apenas apontou para algumas cameras mas a frente.

- Já cuidei disso. O favor esta pago ! Tive que fazer um striptease para aqueles guardas, você tem ideia de como foi difícil cortar aqueles fios ?

Lunna sorriu para Cássia que parecia ligeiramente irritada.

- Favor pago.

Ambas caminharam em passos calmos e delicados.

- Esta vendo aquele quarto ?

- Sim. O que tem ele ?

- Pergunta errada. O certo é o que tem nele que me interessa. Farei minha tia se distrair e sair do quarto. Nesse meio tempo, retire aquele homem deitado na cama de la, e o leve para a casa de máquinas onde faz a manutenção do elevador.

- E aquele velho caquético lá no carro?

- Ligarei para ele. Afinal ele não vai ficar com a parte mais fácil. Voltarei para a recepção e o levarei para algum lugar próximo do elevador, preciso da mochila. Enquanto isso retire Matheus de la !

- Ok.

Lunna pegou o celular no bolso já voltando para o elevador e ligou para Guilherme que esperava sentado em um banco. Cássia já caminhava para a porta do quarto onde Matheus estaria.

- Fala, minha doce psicopata.

- Pegue a mochila que deixei encostada no pneu traseiro do carro e vá ate a entrada do hospital.

Lunna desligou o celular deixando Guilherme sem mais nem uma informação.
Sem muito esforço o velho homem levantou-se e caminhou ate o pneu traseiro notando a mochila preta abrindo-a rapidamente, Guilherme observou algumas ferramentas, um bisturi e uma corda nova. Os minutos se passavam rapidamente e ele teria que ajudar Lunna de alguma forma.
O celular em sua mão tocou novamente.

- Fala !

- Essa roupa que esta usando é para você  entrar como um acidentado preciso do que esta na mochila, por tanto, tenha cuidado e não me ferre. Irei te esperar na recepção e você dará um jeito de chegar na casa de máquinas. Seja rápido.

Lunna desligou.

- Merda.

Guilherme caminhou fingindo estar mancando ate próximo a entrada do hospital. Seu corpo necessitava de passos vagarosos, aos seus 86 anos tudo muito rapidamente poderia ter consequências. Quando jovem, Guilherme era um detetive muito conhecido. Em casos de assassinatos era o melhor, e principalmente achar os suspeitos. Muitas vezes pensar como um psicopata ajudava a sua sobrevivência. Seu desejo por mortes era algo perigoso, apos sua aposentadoria na delegacia suas vontades se tornaram maiores chegando ao ponto de matar a própria esposa sem que ninguém desconfiasse. Atualmente morava sozinho em uma casa empoeirada que Lunna já havia conhecido. Adentrando na recepção aparentemente ferido comovia os pacientes e enfermeiros que já se aproximavam buscando ajudá-lo, mais a frente Lunna já o esperava com uma marca. Lunna caminhou rapidamente evitando que os demais enfermeiros se aproximassem ainda mais de Guilherme.

- Deite na marca senhor, irei te ajudar. Me de a mochila.

Guilherme deitou-se na marca sem muita dificuldade enquanto Lunna explicava para os demais que não havia necessidade de ajudá-la.

- Vamos !

Desviando das pessoas no corredor, Lunna seguiu com a marca por mais alguns metros ate perder a recepção de vista.

- Desça e entre aqui.

- Esta louca, alguém vai me ver ai.

Lunna havia parado em frente a uma porta de metal que continha uma pequena placa escrito "Casa de máquinas".

- Vire-se.

Guilherme não respondeu, apenas desceu e entrou na sala escura deixando Lunna para trás. Mas a frente Cássia caminhava carregando uma marca a sua frente, suas mãos possuíam luvas e seus cabelos o coque simples permanecia. Algo estava deitado na suposta cama dura e gélida.

- Demorou !

- Foi necessário!

- Algum problema Cássia?

- Quero terminar isto logo.

Lunna deu alguns passos fazendo com que Cássia parasse a marca.

- Me ajude a tirá-lo dai.

Ambas seguraram no braço de Matheus retirando-o com dificuldade. Seu corpo estava pesado e provavelmente ainda estava no efeito da anestesia.

- Vamos logo com isso. Tire essas marcas daqui, e não chame atenção de ninguém.

- Certo !

Cássia seguiu pelo corredor levando as duas marcas enquanto Lunna levava o corpo de Matheus que ainda vestia as roupas hospitalares.

- O que estou fazendo aqui ?

Matheus havia despertado de qualquer que seja seu sonho.

- Olá Matheus!

Abrindo a porta rapidamente conferindo se alguém a observava, Lunna comprimentou o homem que já se assustava com sua presença.

- O que você vai fazer comigo ? Como me tirou do quarto ?

Lunna apenas sorriu para ele de forma sombria.

- Vou mostrar o meu pior lado.

Puxando Matheus sem nem uma piedade aquela mulher que mostrava ser um verdadeiro horror em pessoa. Suas mãos estavam firmes e seu rosto com uma expressão profunda. Fechando a porta, Lunna puxou por mais alguns metros o corpo daquele homem ate o momento em que a porta abriu-se novamente a assustando.

- Feche isso depressa.

Lunna falou de forma calma porém demonstrando anciedade que se tornava difícil de controlar.
Cássia seguiu ate eles olhando aquela sala escura que vagamente dava para enchergar algo.

- Esta escuro.

- Por isso estamos aqui.

Cássia apoiou o outro braço de Matheus ajudando sua nova amiga a levá-lo.

- Quem é você, por que estão fazendo isso ?

Lunna continuou em silêncio.

- Temos que tapar a boca dele.

- Não será necessário, quero ouvi-lo gritar.

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