Recomeço

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Passaram-se alguns anos depois do episódio trágico com Lunna. A Justiça determinará que ela ficaria morando com a tia ate completar a maior idade. Sua mãe Regina havia sido condenada a 30 anos de cadeia e com a afirmação de Lunna no tribunal sua sentença ficará ainda pior.
Lunna estava agora com 18 anos e havia entrado na faculdade de jornalismo a pouco tempo. Sem nem um contato com a mãe, decidiu esquecer que possuia uma. Lunna estava em seu primeiro dia na faculdade, cabelos soltos, com uma calça preta justa e uma blusa azul não muito decotada. Em suas mãos havia alguns livros e em seus pes ums maravilhoso salto preto. Ela estava elegante e sensual atraindo olhares de muitos rapazes que passavam pelo corredor.
Ao chegar em sua sala Lunna sentou-se próxima a um rapaz alto aparentemente de 1,80 de cabelos loiros e olhos azuis, seu sorriso era encantador e ao mesmo tempo peculiar. Gustavo, um rapaz de 20 anos de idade uma mente complexa e ao mesmo tempo enganadora. Tinha por si a fama de ser o pegador, alegando se tornar o futuro pegador da faculdade.
Lunna queria esquecer seu passado, ali ninguém sabia oque ela já forá capaz de fazer. Homens em sua vida seria a última escolha. Seu coração ainda carregava o rancor e o ódio que estavam momentaneamente adormecidos. Seus estudos se tornaram prioridade e agora séria uma jornalista.

- Olá.

Uma voz grave e firme soará nos ouvidos de Lunna. Era Gustavo a olhando intensamente e tentando começar algum assunto. Quem sabe seria um ano interessante.

- Olá !

Lunna respondeu não dando tanta atenção como as outras mulheres costumavam fazer.

- Esta afim de sair hoje ? Tem uma festa rolando na casa de um dos meus amigos e.. Bom queria saber se quer ir.

Lunna virou-se para olhá-lo nos olhos. Entendendo as intenções do rapaz e ficando enojada a cada palavra que era dita.

- E como seria seu nome morena linda? Me chamo Gustavo.

- Lunna, me chamo Lunna.

O professor havia entrado na sala de aula fazendo com que a conversa fosse interrompida mais deixando um leve interessante de Gustavo  por Lunna.
A todo momento os olhares se encontravam mais os olhares de Lunna não eram de aprovação.
O tempo voou e sem perceber a aula já havia terminado. Lunna havia se levantado fechando seu caderno quando Gustavo  a chamou novamente.

- Lunna.. Será que eu poderia te acompanhar ou te convidar para tomar um café.

Lunna não se sentia bem. Em um dos assuntos do dia a palavra " estupro" foi citada e em sua mente uma invasão de pensamentos a tomou por completo.

- Não posso.

Lunna falou friamente saindo sem dizer mais nada. Algo que estava adormecido finalmente acordará e em seus pensamentos as palavras do professor pareciam não se desmanchar.

" A CADA 3 MINUTOS UMA MULHER OU CRIANÇA É BRUTALMENTE ESTRUPADA TENDO ENTRE ELES MENINOS E MENINAS. MAIS OQUE SE TORNA MAIS CONSTANTE É O ENVOLVIMENTO DE ALGUÉM DA FAMÍLIA DA VÍTIMA NESSE ATO TÃO VIOLENTO"

Lunna sabia que isso era verdade, afinal foi oque havia acontecido com ela. Ao chegar na lanchonete a garota pegou um livro azul que apenas continham folhas brancas. Um diário que sua Tia Vitória havia lhe dado de presente uma vez.

LUNNA-

" Eu era tão inocente, não tinha conhecimento de nada e nem via a maldade nos olhos de ninguém. Ingénua, tão ingénua. Eles fizeram oque pretendiam e eu fiz oque eu queria fazer. Os matei. Ainda não sei como tive essa coragem, apenas me senti bem ao ver os corpos sangrando. Não fui só eu que sangrei. Não foi apenas eu que paguei aquele preço alto. Se esqueci ? Haa eu não esqueci absolutamente nada e ainda vou acabar com tudo isso. Eles querem apenas um corpo, eles querem apenas uma bunda ou um peito para enfiarem oque eles dizem ser " a masculinidade" esquecem dos sentimentos e das magoas. Se sou apanas um corpo bonito para eles, serei também seu último desejo. Sangue por sangue ! Não que eu me importe, mais essa noite querido diário, tenho uma festa para ir. "

Lunna fechou o diário com toda sua força, determinada a fazer algo. Seus olhos brilhavam como lâmpadas em uma noite densa. Se levantou da mesa vagarosamente arrumando o cabelo supostamente bagunçado. Gustavo  havia chegado com mais dois amigos na lanchonete fazendo com que Lunna desse um leve sorriso de canto de boca. Ela se aproximou com caltela fitando Gustavo cada vez mais. Ao perceber a aproximação da garota Gustavo sorriu e esperou pela abordagem.

- Gustavo, me desculpa por não ter falado direito com você. Estava me sentindo um pouco mal. Mais podemos conversar ?

Gustavo sorriu com malícia e pediu para que os dois amigos os deixa-se sozinhos.

- Tudo bem, não se preocupe com isso. Mais em relação ao convite ainda esta de pé.

Lunna sorriu da mesma forma que ele levantando uma das sobrancelhas com uma forma sedutora e desconfiada que faziam Gustavo pensar e mil possibilidades.

- Ótimo, ia te perguntar sobre isso.

Lunna deu mais alguns passos chegando ainda mais perto de Gustavo. Aproximando-se do ouvido do rapaz falando como se sussurasse.

- Mais antes, te espero na minha casa. Tenho uma surpresinha para você.

Gustavo sentiu um breve arrepio oque o fez sorrir em retribuição.

- Interessante. Me passa o inderesso e te busco.

Lunna tirou um pedaço de papel de dentro do caderno e uma caneta e começou a escrever.

- Ou quem sabe você fica a noite toda. Só ninguém pode ficar sabendo docinho.

Lunna piscou para Gustavo entregando o papel e foi andando em direção a saida.

Segurando o papel nas mãos Gustavo mordeu levemente os labios olhando a garota de cima em baixo, reparando em cada curva de seu corpo.

- Maravilha !

Falou exaltante e confiante.
Lunna sentia os olhares de Gustavo oque levemente fazia seus planos ficarem ainda melhores.

- Idiota.

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