Lunna observou a folha em sua mão algumas vezes ate chegar no local. Surpreendentemente era sua antiga casa que por sinal estava muito bem cuidada. Seu coração acelerou e lagrimas queriam rolaram de seu rosto. Tudo o que havia vivido estava a invadindo novamente. A rua onde morava havia trocado de nome com o passar dos anos, o que levou a não conhecer o lugar ate chegar no endereço que estava escrito na folha. Lunna não saiu do carro apenas observou as luzes se apagando dentro da casa e uma figura alta e morena de cabelos negros saindo pela porta da frente. Um homem aparentimente bem vestido e de elegância, corpo forte e atrativo. Quem seria ele ?
Ele entrou dentro de um carro prata e saiu em direção a algum lugar. Alguém morava naquela casa maldita onde Lunna perdeu a infância e também a adolescência, junto com sua alma. O carro prata se distanciava quando ela resolveu ir ate a casa ao lado e descobrir quem morava ali e por que a casa havia sido vendida. Mas precisava no minimo ter cautela caso precisasse fazer algo. Soltou seu cabelo e o prendeu novamente mas desta vez de uma forma que o fazia ficar visualmente curto. Colocou um oculos de sol que encontrará no banco traseiro junto com o sobretudo preto que Vitoria havia deixado no carro. Um batom vermelho vibrante nos labios e um sorriso perverso no rosto.- Perfeito.
Abriu a porta e saiu pela calçada em direção a casa verde. Bateu na porta duas vezes ate ouvir uma voz fraca e trémula.
- Já vai.
A porta se abriu e Lunna deparou-se com um homem idoso a sua frente. Sua pele era enrrugada e os cabelos grisalhos, olhos ligeiramente tristes de uma vida sofrida.
-Em que posso te ajudar minha filha.
Lunna sorriu docemente deixando exalar uma falsa ternura que nunca tivera em seu coração.
- Gostaria de saber sobre esta casa ao lado.
O homem fez um sinal para que ela entrasse e caminhou em direção a sala deixando a porta aberta.
- Se for uma assaltante já digo não tenho nada de valor,apenas meus remédios que são os olhos da cara e se por isso quiser me machucar saiba que me fará um favor me levando para o hospital. Pelomenos lá alguém vai cuidar de mim.
Lunna não pode conter o sorriso. Além de ser gentil aquele homem era sincero. Entrando na casa ela observou um ambiente simples e empoeirado, provavelmente pela sua idade ele não limpava aquele lugar a anos.
- Venha, sente-se aqui e me conte tudo o que quer saber.
Aceitando o pedido e sentando-se sem modéstia, ela explicou.
- Queria comprar a casa. Sou escritora e fiquei sabendo de uma história terrível.
O Senhor continuou prestando atenção.
- Continue.
- Queria saber quem mora ai.
Aquele senhor parecia ter algo diferente um jeito peculiar que a deixava desconfiada.
- Poderia me dizer quem mora nessa casa ?
- Guilherme.
Lunna o olhou novamente.
- O dono da casa se chama Guilherme?
O velhinho sorriu deixando Lunna confusa.
- Não. Eu me chamo Guilherme.
Lunna sorriu e voltou a perguntar com insistência.
- Senhor Guilherme, poderia me informar quem mora nessa casa ?
- Sim, e o seu Magno. Homem amargurado da vida. Principalmente depois que perdeu o pai de uma forma cruel, porém justa.
Lunna estremeceu sentindo-se tonta.
- Não me diga, e como foi isso?
- Não o conheci, más pelo o que soube ele e um amigo violentaram a própria sobrinha. E para se defender ela os matou.
O coração de Lunna batia cada vez mais forte fazendo com que ela ficasse um pouco ofegante.
- Que horror.
- Sim, e ele é filho desse monstro. Mas é um homem rancoroso e amargo. Odeia todo mundo e vive me maltratando por nada. Mas eu relevo e sigo o meu restinho de vida.
Aquele homem era simples porém tinha um coração encantador.
- Ele é tão ruim assim senhor Guilherme ?
Guilherme levantou-se com a ajuda de Lunna.
- Ele é um homem cruel moça. Assim como o pai.
Lunna sentiu odeio por todo seu corpo. Se Magno era como Estêvão seu destino já estava traçado.
- Obrigada senhor. Queria comprar a casa mas agora não me importa mais.
Acompanhando Lunna ate a porta Guilherme se despediu.
O carro estava a sua frente e a casa de seus pesadelos ao seu lado. Um bairro elegante atualmente, florido e cheio de árvores. A antiga casa de luna estava pintada de branco com flores amarelas no jardim. Enfeites por todos os lados e uma cerca vermelha afastando possíveis curiosos. Seu corpo não permitiu nem uma lagrima e em seus pensamentos algo era planejado.
Entrando no carro Lunna seguiu para a faculdade onde ficaria ate a tarde.

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Querido Diário
Mystery / ThrillerVocê confia em alguém? Abra a porta e entre no mundo de Lunna e descubra o que uma mente e um coração ferido é capaz de fazer. Não confie em ninguém pessoas mentem e algumas podem morrer por isso. " Eu era apenas uma garota, inocente adimito. Mas...