" Ela me transformou em um monstro, me matou por dentro, ela retirou minha alma. Senti toda aquela raiva envolvendo meu corpo como se me sufocasse por dentro. Pensei em matá-la, pensei em retirar do mundo um ser tão desprezível. Eu apenas lamento. Amargamente lamento por não ter sido forte o suficiente, era mais forte que eu, era necessário acabar com tudo isso. Ela obtinha uma fome incontrolável por morte e eu já sentia o odor fétido da morte ao meu redor. Onde á desejo, há sangue. Eu lamento, eu falhei. Apenas a deixe ir, não cometa a tolice de tentar impedi-la.
Ass: Cássia"Cássia estava sentada em uma cadeira de balanço na varanda de sua casa, seus olhos pareciam perdidos em meio ao mundo verde a sua frente. Sua mão direita estava envolvida em algumas ataduras. Um corte profundo mas nada que se pudesse classificar como ameaçador esta em sua suave mão, seu rosto possuia alguns leves arranhões avermelhados. Seus cabelos soltos faziam uma linda dança com o vento fresco que passava pelo local. Seu vestido claro com estampa de flores cobria suas pernas por inteiro com um contraste ainda mais delicado. Os pés permaneciam descalços sobre o chão escuro. Nada acontecia, nada podia acontecer e tudo estranhamente parecia igual.
Beatriz observava atentamente sua filha, a noite anterior havia sido tumultuada quando a garota chegara sangrando em sua casa trajando uma roupa completamente branca que naquele momento se similava a um vermelho vivo e recente. Cássia havia desmaiado no tapete da sala as 02:00 da manhã não dando informações sobre onde teria ido horas antes, estava pálida e fria muito diferente do seu estado normal.- Cássia ?
Beatriz aparentemente estava preocupada com a filha que continuava a olhar para o nada.
- Cássia me responda, temos que falar sobre o que houve.
Cássia olhou de forma meiga como se tentasse esclarece as coisas a si mesma.
- Eu a ajudei mãe, se quer saber lhe contarei.
- Ajudou quem e em que ? Não estou entendendo.
- Ontem fomos ao hospital para ceifar a vida de um paciente mas vi que era necessário parar com tudo isso. Ela é uma psicopata, guarda magoa de tudo e de todos. Ela não para e nunca vai parar com esse desejo que ela sente.
Cássia respirou por alguns segundos ao ver sua mãe sentando ao seu lado.
- Eu matei duas pessoas !
Beatriz encarou a filha horrorizada.
- Já não me assusto mais ao lembrar disso, entendo sua reação mamãe.
Cássia voltou a observar o jardim a sua frente.
- Estavamos no hospital quando o "serviço" já tinha acabado. Tudo estava certo até ela tentar matar o outro homem que nos ajudou. Ele sabia de mais, e eu também concordei em mata-lo, aquele velho maldito. Eu o segurei forte e foi quando ele me golpeou com o bisturi cortando minha mão. Logo após, senti meu joelho fraquejar quando senti algo invadindo minha perna como se queimasse meu corpo.
Beatriz não dizia palavra alguma, apenas observava sua filha lhe contar cada detalhe sem demonstrar repúdio algum. Seus olhos pareciam mais escuros que nunca.
- Meu sangue se misturou com o sangue do morto que estava no chão. Ela sorriu e o assertou com algo que não consegui identificar. Se também o matamos ?
Beatriz havia se levantado quando Cássia respondeu a própria pergunta.
- Não! Ele fugiu. Ela esta atrás dele, ela quer de alguma forma aliviar a dor que sente. Todo homem que demonstrar desejo por ela em algum momento será morto. Eu não a culpo mas também não a apoio. Quando estou com ela algo em mim desperta.
- Você precisa de um psicologo, você nunca foi agressiva. Como pode ter feito tudo isso ?!
Eu não acredito.Cássia levantou-se ficando frente a frente com a mãe.
- Lembra do meu ex namorado ? Lembra que ele sumiu misteriosamente e depois apareceu dentro de um rio ? Pois bem, fomos nós. Nós o matamos !
Beatriz estava boquiaberta com tudo o que ouvirá de sua filha.
- Você é um monstro Cássia, como pode ?
Cássia olhou dentro dos olhos de Beatriz.
- Ele abusou sexualmente desse monstro que você disse.
Cássia caminhou por alguns segundos.
- Eu o mataria de novo se pudesse !
Saindo da varanda deixando Beatriz sozinha parecendo pensar sobre tudo o que havia acontecido a garota mancava vagarosamente.
- Cássia!
Beatriz parecia não saber o que fazer.
- Você precisa ir a polícia, precisa falar tudo o que sabe.
A garota parou em meio a porta.
- Se eu contar tudo o que sei, ela nunca mais verá a luz do sol e nem você a sua filha.
- Ela precisa ser presa !
Cassia voltou seu copo em direção a sala deixando a mãe dentro de um mar de angústia.
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Querido Diário
Mystery / ThrillerVocê confia em alguém? Abra a porta e entre no mundo de Lunna e descubra o que uma mente e um coração ferido é capaz de fazer. Não confie em ninguém pessoas mentem e algumas podem morrer por isso. " Eu era apenas uma garota, inocente adimito. Mas...