O velho

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Ainda deitada na cama a garota olhava para o teto como se estivesse perdida em um mundo qualquer. Seu diário estava guardado dentro da gaveta do móvel próximo a sua cama.
Pegando-o em suas mãos ela decidiu desabafar.

" Desejo acabar com todos, literalmente todos. Me sinto vazia, e completamente fria. Matarei Matheus ainda hoje e ajudarei Cássia a se encontrar também. Preciso de tempo, preciso de uma ideia. Aquele policial é esperto, escorregadio e determinado se eu não tomar cuidado ficarei em suas mãos, ainda não posso mata-lo, preciso dele por alguns dias ou quem sabe meses.
Matheus mexeu em minhas coisas, achou a maldita garrafa e por sorte não pode abrir meu perigoso e querido diário, afinal guardo a chave comigo e querendo ou não tenho que lhe queimar algum dia. Darei um fim naquele infeliz, minha amada tia que me perdoe mas, não estou querendo vê-lo respirar novamente.
Ass: Lunna "

Lunna fechou o objeto e seguiu para o branheiro em busca de um banho refrescante carregando seu celular em uma das mãos. Sentindo a água cair sobre todo seu corpo moreno, a garota pensava nos últimos acontecimentos. Já havia matado quatro pessoas contando com seu tio e o " ajudante" no abuso sexual. Seu desejo almentava a cada minuto fazendo com que seus olhos desejassem ver Matheus morrer em sua frente.

- Estou indo Matheus. Me aguarde.

Soltando os cabelos para que os lavasse, ela sentia seu corpo se arrepia a cada toque dos fios molhados em seus corpo, uma temperatura aconchegante e estranha que a fazia fechar os olhos . Seu corpo já relaxava quando novamente o telefone tocou.
Lunna lançou seu braço para fora do box pegando o celular que estava em cima da pia. A garota ficou calada ate ouvir uma voz de fundo.

- Ele esta aqui.

Saindo do chuveiro deixando a água cair no piso molhado com um leve vapor subindo por todo banheiro por alguns instantes antes de fechá-lo, ela caminhou tranquilamente.

- O que houve ?

Cássia aparentemente estava mais calma.

- O homem que se identificou como Bruno, ele esta com o invasor na sala , ele mandou que ligasse para você .

Um som de tiro foi ouvido e Lunna gargalhaou intensamente deixando Cássia confusa.

- Perfeito.

- O que ele fez ? Meu Deus ! O que você pretende Lunna ? Ele atirou !

Cássia desesperava-se enquanto Lunna enrolou-se em uma toalha e saiu do comodo abafado, indo para seu quarto.

- Você esta bem Cássia ? Só me responda isso.

- Sim, agora me responda você, que merda é essa que esta acontecendo?

Lunna manteve a calma esperando o momento em que Cássia iria se acalmar.

- Ele vai me cobrar um preço caro por esse favor e eu farei o mesmo com você! Venha com ele para minha casa e passe o celular para ele.

Cássia desceu as escadas de sua casa indo ao encontro de Bruno na sala.

- Ela quer falar com você.

Cássia estendeu a mão que continha o celular.

- Diga ?!

- Você o matou ?

- não, apenas atirei no joelho dele. Vai precisar de fisioterapia para voltar a andar. Fiz o que prometi, agora quero o que me prometeu.

Lunna estava novamente nervosa. Bruno queria algo e isso era perigoso.

- Traga ela junto e terá.

- Ok.

O homem desligou o aparelho deixando Lunna levemente curiosa, dependendo do decorrer das coisas ela também seria obrigada a matar Bruno, ou pelomenos tentar. Abrindo o guarda-roupa sem presa de se arrumar, a garota escolheu uma roupa leve e macia. Seus cabelos longos foram soltos e suavemente penteados. Um creme de pele e um perfume borrifado por seu corpo já indicavam um trato especial a si mesma.

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